Por que evitar treinos quando você está doente? Especialista explica os riscos para a saúde
A sobrecarga no sistema imunológico é grande e isso é um risco maior para sua saúde

Tem dias que você acorda e sente aquela sensação de que a imunidade caiu e seu corpo está mais cansado que o normal! Mesmo com esse mal-estar, vem a dúvida: ir treinar mesmo assim ou não ir treinar e descansar?
“Como médico especializado em medicina esportiva, recomendo evitar treinar quando estiver doente, porque o exercício impõe estresse adicional ao organismo, que já está mobilizando recursos para combater a infecção, inflamação ou outra patologia!”, explica o médico ortopedista, especialista em cirurgias do joelho e quadril, além de medicina regenerativa e intervenção da dor, Dr. Fernando Jorge.
O profissional explica que, quando está com febre ou sintomas sistêmicos e, mesmo assim vai treinar, acontece uma sobrecarga do sistema imunológico, onde o esforço físico eleva hormônios como o cortisol, que suprime a imunidade temporariamente. “Isso desvia energia que deveria ser usada no combate a vírus ou bactérias e retarda sua recuperação e pode agravar a doença”.
E completa: “outro risco crítico é cardíaco: infecções virais (como gripes) podem causar miocardite (inflamação do coração). Exercícios elevam a frequência cardíaca e a demanda de oxigênio, potencialmente desencadeando arritmias ou lesões cardíacas em casos graves”.
Dr. Fernando conta que a febre é uma contraindicação absoluta: cada 1°C acima de 37°C aumenta a frequência cardíaca em cerca de 10 batimentos por minuto, sobrecarregando o coração já vulnerável. “Além disso, sintomas como congestão nasal, tosse profunda ou fadiga pioram com o esforço. Doenças com febre, vômitos ou diarreia causam desidratação, e treinar agrava esse quadro, prejudicando a termorregulação e a função renal”, destaca.
E não para por aí: o risco ainda é maior de acontecerem lesões musculares e articulares, por a baixa imunidade pode reduzir a coordenação, força e tempo de reação.
O profissional orienta que, para retornar aos treinos com segurança, use a chamada “Regra do Pescoço”:
- Se os sintomas forem leves e acima do pescoço (como coriza ou dor de garganta sem febre), exercícios leves (caminhada, yoga) são permitidos, com redução de 50% na intensidade. Interrompa se houver piora.
- Para sintomas abaixo do pescoço ou sistêmicos (febre, tosse no peito, dores musculares, vômitos), repouso total é essencial até 24–48 horas após o desaparecimento dos sintomas.
E não pense que só pelo fato de ter melhorado, já pode voltar 100% aos treinos: o médico orienta os seguintes passos:
- Aguarde 24 horas sem febre (sem uso de antitérmicos).
- Comece com 50–60% da intensidade habitual por 2–3 dias.
- Fique alerta a sinais como fadiga extrema, falta de ar ou palpitações.
E ressalta: “Priorize prevenção: hidrate-se bem, durma 7–9 horas e consuma nutrientes ricos em vitamina C, zinco e proteínas. Lembre-se: respeitar o repouso durante uma doença é uma estratégia inteligente para preservar sua saúde e performance a longo prazo”.
Mas se os sintomas persistirem, busque um profissional para avaliação médica e obter todas as orientações para se cuidar e não ficar sem seus treinos.
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