Por que evitar treinos quando você está doente? Especialista explica os riscos para a saúde

A sobrecarga no sistema imunológico é grande e isso é um risco maior para sua saúde

Por Maraísa Bueno
Atualizado em 4 jun 2025, 10h25 - Publicado em 3 jun 2025, 18h00
.
Especialista destaca os riscos de treinar doente, desde doenças cardiovasculares, até lesões musculares (./Freepik)
Continua após publicidade

Tem dias que você acorda e sente aquela sensação de que a imunidade caiu e seu corpo está mais cansado que o normal! Mesmo com esse mal-estar, vem a dúvida: ir treinar mesmo assim ou não ir treinar e descansar?

“Como médico especializado em medicina esportiva, recomendo evitar treinar quando estiver doente, porque o exercício impõe estresse adicional ao organismo, que já está mobilizando recursos para combater a infecção, inflamação ou outra patologia!”, explica o médico ortopedista, especialista em cirurgias do joelho e quadril, além de medicina regenerativa e intervenção da dor, Dr. Fernando Jorge. 

O profissional explica que, quando está com febre ou sintomas sistêmicos e, mesmo assim vai treinar, acontece uma sobrecarga do sistema imunológico, onde o esforço físico eleva hormônios como o cortisol, que suprime a imunidade temporariamente. “Isso desvia energia que deveria ser usada no combate a vírus ou bactérias e retarda sua recuperação e pode agravar a doença”.  

E completa: “outro risco crítico é cardíaco: infecções virais (como gripes) podem causar miocardite (inflamação do coração). Exercícios elevam a frequência cardíaca e a demanda de oxigênio, potencialmente desencadeando arritmias ou lesões cardíacas em casos graves”.

Continua após a publicidade

Dr. Fernando conta que a febre é uma contraindicação absoluta: cada 1°C acima de 37°C aumenta a frequência cardíaca em cerca de 10 batimentos por minuto, sobrecarregando o coração já vulnerável.  “Além disso, sintomas como congestão nasal, tosse profunda ou fadiga pioram com o esforço. Doenças com febre, vômitos ou diarreia causam desidratação, e treinar agrava esse quadro, prejudicando a termorregulação e a função renal”, destaca.

E não para por aí: o risco ainda é maior de acontecerem lesões musculares e articulares, por a baixa imunidade pode reduzir a coordenação, força e tempo de reação.

 O profissional orienta que, para retornar aos treinos com segurança, use a chamada “Regra do Pescoço”:

Continua após a publicidade
  • Se os sintomas forem leves e acima do pescoço (como coriza ou dor de garganta sem febre), exercícios leves (caminhada, yoga) são permitidos, com redução de 50% na intensidade. Interrompa se houver piora.  
  • Para sintomas abaixo do pescoço ou sistêmicos (febre, tosse no peito, dores musculares, vômitos), repouso total é essencial até 24–48 horas após o desaparecimento dos sintomas.  

E não pense que só pelo fato de ter melhorado, já pode voltar 100% aos treinos: o médico orienta os seguintes passos: 

  1. Aguarde 24 horas sem febre (sem uso de antitérmicos).  
  2. Comece com 50–60% da intensidade habitual por 2–3 dias.  
  3. Fique alerta a sinais como fadiga extrema, falta de ar ou palpitações.  
Continua após a publicidade

E ressalta: “Priorize prevenção: hidrate-se bem, durma 7–9 horas e consuma nutrientes ricos em vitamina C, zinco e proteínas. Lembre-se: respeitar o repouso durante uma doença é uma estratégia inteligente para preservar sua saúde e performance a longo prazo”. 

Mas se os sintomas persistirem, busque um profissional para avaliação médica e obter todas as orientações para se cuidar e não ficar sem seus treinos. 

Acompanhe o nosso WhatsApp

Quer receber as últimas dicas e matérias incríveis de Boa Forma direto no seu celular? É só se inscrever aqui, no nosso canal no WhatsApp.

Continua após a publicidade

 

Publicidade

Essa é uma matéria fechada para assinantes.
Se você já é assinante clique aqui para ter acesso a esse e outros conteúdos de jornalismo de qualidade.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.