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Efeitos da vigorexia para a saúde física e mental

Especialista explica os impactos do distúrbio de imagem e a importância da cultura de aceitação aos diferentes tipos de corpos e aparências

Por Ana Paula Ferreira
9 jun 2024, 10h00

A busca incansável por um corpo que se encaixe nos padrões impostos pela sociedade muitas vezes leva as pessoas a desenvolverem distúrbios alimentares, como anorexia e bulimia, e de imagem, como é o caso da vigorexia. Também chamado de “dismorfia muscular”, o quadro é marcado pela percepção distorcida do próprio corpo e também oferece consequências significativas para a saúde física e mental das pessoas afetadas.

Natalia Ipaves, nutricionista e professora do curso de Nutrição da Faculdade Anhanguera Taboão da Serra, explica que a vigorexia pode ser definida como uma preocupação extrema de que a estrutura corporal é pequena ou insuficientemente musculosa, em que indivíduos, mesmo com uma musculatura já considerável, nunca se vêem dessa forma.

Essa condição afeta predominantemente homens, embora as mulheres também possam ser afetadas, e pode estar associada ao uso de esteroides anabolizantes e outros suplementos para aumentar a massa muscular.

Efeitos da vigorexia para a saúde física e mental

De acordo com a profissional, o impacto da vigorexia vai muito além da preocupação estética. A a busca incessante por um corpo cada vez mais musculoso pode levar a comportamentos extremos, como exercícios físicos excessivos, dietas restritivas e uso abusivo de substâncias para aumento de massa muscular. “Essas práticas podem resultar em danos graves à saúde, incluindo lesões musculares, distúrbios alimentares, problemas cardíacos e até mesmo a dependência química de substâncias como os esteroides”, ela ressalta.

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“Além dos efeitos físicos, o quadro também impacta significativamente a saúde mental dos indivíduos afetados. A obsessão pela imagem corporal pode levar a sentimentos de inadequação, ansiedade, depressão e isolamento social. A constante busca pela perfeição física pode tornar-se uma fonte de estresse crônico, prejudicando o bem-estar emocional e a qualidade de vida como um todo”, salienta Natalia.

Como tratar a vigorexia?

No entanto, apesar dos desafios associados à vigorexia, a conscientização e o acesso ao tratamento adequado podem fazer a diferença na vida das pessoas afetadas. A terapia cognitivo-comportamental, o apoio psicológico e a intervenção médica especializada são fundamentais para ajudar os indivíduos a desenvolverem uma relação mais saudável e equilibrada com seus corpos.

Natalia finaliza alertando a importância de a sociedade como um todo reconhecer a vigorexia como um problema sério de saúde pública e promover uma cultura de aceitação da diversidade de corpos e aparências. “A educação sobre saúde mental e distúrbios de imagem corporal deve ser amplamente difundida, enquanto os profissionais de saúde devem estar preparados para identificar e tratar adequadamente essa condição”, conclui.

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