Fitster: os novos hipsters que adotaram um estilo de vida saudável
O nome diz tudo: a nova tendência une o estilo descolado do hipsters com o modo de vida fit, que prega a alimentação saudável e a prática diária de atividade física
Saem de cena as baladas e entram as corridas matinais, a cerveja cede lugar ao suco verde e o hambúrguer é substituído por saladas de grão e proteína vegetal. A moda surgiu em Los Angeles (claro!). Um dos percussores do movimento foi o fotógrafo Mark Hunter, que clicava as “it girls” em festas regadas à bebida para seu site The Cobra Snake. Da noite para o dia, literalmente, ele passou a organizar trilhas pelas colinas de Hollywood, devidamente registradas pelas suas câmeras fotográficas.
“Ioga, verduras e exercícios são os mantras dos fitsters. Eles passam boa parte do tempo fazendo exercícios, não consomem glúten, lactose ou açúcar refinado e preferem ir para casa mais cedo na sexta-feira, dormir bem e malhar no sábado de manhã”, fala Bruna Ortega, da consultoria de tendências WGSN, que fez uma pesquisa sobre o tema para a Track & Field, marca de roupas esportivas. Para a pesquisadora, os Instagrams dos fitsters dão a visão da nova boa vida: “Seus feeds capturam o ‘quem é quem’ e o que é o mundo do hip-saudável, com mensagens e fotos que provam o quão verdes e limpos que eles são”.
Na capital inglesa, segundo Bruna Ortega, as (f) it girls estão indo para o grupo The Skinny Bitch Collective (SBC). Liderado pelo health guru Russell Bateman, o SBC é um dos métodos de fitness mais falados no momento e já foi descrito como “o segredo das supermodels”. O espaço para as aulas em circuito é limitado é só quem for convidada por alguém que já faz parte do clube pode participar. A demanda é alta — Russel Bateman tem planos de expansão para Nova York, Los Angeles e Ibiza.
A moda pega aqui?
No Brasil, onde as musas e musos fitness viraram referência de beleza, a tendência tem tudo para fazer sucesso. “Acredito que o estilo fitster veio para ficar, pois prega a alimentação saudável e os exercícios físicos, práticas cada vez mais valorizadas”, afirma Eduardo Netto, diretor técnico da Bodytech. Ele faz, porém, uma ressalva: “O radicalismo e o excesso de exposição de muitos adeptos preocupa”. Sim, a paixão por selfies e a ostentação dos costumes saudáveis via redes sociais, conhecida como health braggings, faz parte do DNA dessa turma.
Rodrigo Sangion, personal trainer e dono da academia Les Cinq Gym, em São Paulo, faz coro: “Todo estilo de vida saudável é bacana, pois pressupõe um mundo com menos doenças e a economia girando em torno de bons hábitos, pautados na prevenção. Mas é preciso ter equilíbrio para não sucumbir à ditadura do saudável, que pode acabar afastando a pessoa do convívio social. É possível sair para dançar com os amigos, beber moderadamente ou mesmo comer um hambúrguer, vez ou outra, sem colocar a saúde em risco”. Concluindo: para os profissionais do fitness, quando a “saúde ostentação” não é exagerada, ela é válida. Consuma com moderação!