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Ginástica hipopressiva e LPF: o que são e como fazer

Inspiradas na técnica hipopressiva, porém distintas, a ginástica hipopressiva e o LPF promovem bem-estar e saúde

Por Amanda Ventorin
Atualizado em 21 out 2024, 16h36 - Publicado em 18 Maio 2021, 09h00
Carol Lemes fazendo low preasure fitness
 (Carol Lemes/Divulgação)
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A ginástica hipopressiva vem ganhando as redes sociais nos últimos tempos como uma — ótima — maneira de ajudar no fortalecimento abdominal. Apesar da técnica ser conhecida há muito tempo e possuir diversas outras técnicas criadas a partir dela, a prática trabalha muito mais que o abdômen.

Ela é inspirada na técnica de yoga chamada Uddiyana, que significa “voo ascendente” e é uma contração abdominal firme. Através desse movimento, a prana (ou energia) flui do abdômen inferior em direção a cabeça, elevando-se o diafragma para dentro do tórax, puxando os órgãos abdominais para trás e para cima, em direção a coluna. Segundo o livro Luz sobre Pranayama de B.K.S Iyengar, com esse movimento, o grande pássaro prana é forçado para o fluxo da energia nervosa, que está localizado dentro da coluna.

BENEFÍCIOS DA GINÁSTICA HIPOPRESSIVA

Felipe Gargioni Barreto, neurocirurgião especialista em coluna explica que a técnica ajuda o fortalecimento da musculatura abdominal e pélvica, auxilia na estabilização do tronco, equilíbrio e diminuição da dor lombar.  “Pode ser utilizada em pacientes que sentem dores lombares mecânicas — aquelas que aumentam com o movimento, uma vez que os exercícios são realizados com a coluna estática (sem movimento)”, diz ele.

Mas a técnica não é pra todos. Segundo Felipe, “ela deve ser evitada por hipertensos, grávidas e pessoas com déficits neurológicos (como dificuldade em movimentar os pés) secundários a compressões como as hérnias de disco.” Para quem não tem essas condições, não há contraindicação sobre a prática diária, mas é preciso consultar um especialista para ensinar a técnica corretamente antes de tentar realizar sozinho. A ginástica hipopressiva é de fácil aprendizado e execução podendo ser facilmente aprendida e utilizada nos mais diversos cenários, em especial nas ocasiões onde o paciente não está conseguindo frequentar a fisioterapia”, finaliza o neurocirurgião. 

Outras vantagens incluem exercitar os músculos do coração e facilitar a eliminação das toxinas do trato digestivo.

 Low Pressure Fitness (LPF)

Inspirado na técnica hipopressiva, o low preassure fitness caiu nas graças nos últimos tempos por ajudar na “barriga negativa”, porém o método vai muito além disso. “O LPF é um programa de treinamento postural e respiratório para tonificar o CORE (abdômen, períneo e músculos da coluna)”, explica Carol Lemes, embaixadora do método no Brasil.

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Carol conta que o LPF é um método muito democrático, sem restrições de faixa etária ou gênero, embora seja muito procurado para a recuperação pós-parto, como alternativa eficiente para fechar a diástase (o afastamento dos músculos abdominais durante a gravidez). “A  técnica restabelece a função do CORE e estética da região. A prática regular atua no transverso abdominal, músculo abdominal profundo que funciona como uma ‘cinta’ natural. Se ela está frouxa, temos um aumento da PIA (pressão intra — abdominal), resultando em uma aumento da circunferência do abdômen. Além disso, esse aumento exacerbado da PIA pode provocar disfunções no assoalho pélvico, como incontinência urinária de esforço)  desconforto na relação sexual”, conta a embaixadora do método no Brasil. “Mas há muitas outras indicações, já que promove também melhorias posturais, reduz dores na coluna, contribui para o funcionamento do intestino, diminui o inchaço abdominal e de membros inferiores, previne a incontinência urinária por esforço, melhora o refluxo esofágico e a performance esportiva”, enumera.

Diferente da ginástica hipopressiva, o método LPF, segundo Carol Lemes, é recomendado para aqueles com problemas como hérnia de disco. “O LPF é muito recomendado para pacientes e alunos com hérnia de disco. A técnica aborda um fundamento respiratório que é a aspiração diafragmática, o famoso vácuo abdominal. O diafragma se insere nas vértebras da coluna, no final da coluna torácica e início da lombar. Sendo assim, na fase da aspiração diafragmática temos uma tração nos pilares do diafragma, aumentando o espaço intervertebral e, com isso, reduzindo a compressão local. Os alunos e pacientes relatam uma grande melhora logo nas primeiras semanas de prática”, explica.

A técnica não emagrece, porém a profissional diz que ajuda a perder circunferência por conta do fortalecimento do tônus “Existem alunos com sobrepeso e até obesos que praticam o método e com ótimos resultados estéticos. Chegam a reduzir até 12cm de circunferência abdominal pela melhora no tônus do transverso.”

As sessões de LPF podem ser realizadas uma vez por semana com duração de 45 minutos e apenas o professor pode direcionar exercícios educativos para o aluno realizar em casa nos outros dias. E vale lembrar que a necessidade de aprender a  técnica com um especialista é essencial “Não existe risco na prática do LPF desde que praticado por um profissional certificado. O problema é que muitas pessoas querem aprender visualizando vídeos na internet. Isso é um grande risco, pois muitas pessoas executam a técnica de maneira incorreta, indo na direção contrária do que o método preconiza”, alerta Carol Lemes. 

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4 posturas básicas do LPF

1 – Postura Atenas: Pés na linha do quadril, joelhos semiflexionados, pelve neutra, braços em plano alto. Realize 3 ciclos respiratórios, após a 3ª exalação faça uma pausa respiratória e abertura costal.

Carol Lemes postura Atenas método LPF
(Carol Lemes/Divulgação)

 

2 – Postura Artemisa: Com os pés paralelos, joelhos semiflexionados, pelve neutra, realize uma inclinação do eixo e posteriormente uma flexão de quadril (inclinação do tronco). Mãos apoiadas na coxa e realize 3 ciclos respiratórios. Na 3ª exalação realize uma pausa respiratória com abertura costal.

Carol Lemes postura artemisa
(Carol Lemes/Divulgação)
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3 – Postura Héstia: Sentada com a coluna neutra, punhos apoiados nos joelhos, cotovelos semiflexionados e uma leve flexão de cervical. Realize 3 ciclos respiratórios e após a 3ª exalação realizar uma pausa respiratória e abertura costal.

Carol Lemes postura héstia
(Carol Lemes/Divulgação)

 

4 – Postura Deméter: Deitada com os pés em dorsiflexão, joelhos semiflexionados, pelve neutra e braços na linha média. Realize 3 ciclos respiratórios, após a 3ª exalação realizar uma pausa respiratória e abertura costal.

Postura Deméter
(Carol Lemes/Divulgação)
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