Quando trocar o tênis de corrida
Sapatos gastos muitas vezes significam lesões. Descubra quando substituir o seu tênis de corrida
É realmente muito gratificante quando percebemos que estamos evoluindo nos treinos. Seja melhorando o pace, aumentando a resistência ou aprimorando a mecânica da sua corrida, nada melhor do que a sensação de estar dando o melhor de si, não é mesmo? O problema é quando alguma dor começa a aparecer.
Embora algumas lesões não sejam previsíveis (às vezes, uma torção no tornozelo ou dores nas canelas são inevitáveis, apesar de seus melhores esforços), você pode melhorar suas chances de evitar lesões com a ajuda do seu tênis de corrida.
Por mais que você ame o seu e deseje usá-lo por anos, é extremamente importante saber quando é hora de aposentá-lo. Isso porque um tênis gasto pode trazer alguns riscos. “Devido ao desgaste, a capacidade de amortecimento do calçado também diminui, e os joelhos, tornozelos e quadril são afetados por conta do impacto com o solo — podendo também causar dores e problemas na coluna”, alerta Alexandre Estefano, sócio fundador da Velocità, rede de lojas especializada em tênis e acessórios de corrida.
Então, quando trocar o tênis de corrida?
Alexandre conta que o tempo de conservação do sapato pode variar, mas o principal sinal ao qual você deve estar atento é o desgaste — seja do solado ou da entressola (a responsável por absorver o impacto dos pés). “Por conta disso, os tênis também apresentam deformações visíveis como buracos e rasgos, o que significa que é imprescindível realizar a troca.
Verifique se o solado está gasto e leve em consideração a qualidade da entressola (se o amortecimento dela ainda funciona). “Eu, por exemplo, já aposentei alguns tênis com 800km [rodados] que tinham borracha no solado ainda, mas a entressola já não tinha mais a mesma resposta”, explica Alexandre, que também é corredor.
Em média, ele afirma que a durabilidade do calçado de corrida tende ser de 400km a 1200km rodados. Os tênis de alta performance, que priorizam leveza e têm pouca borracha no solado, duram menos. Por outro lado, aqueles voltados para rodagens longas geralmente são mais robustos, com bastante borracha no solado. Por isso, o prazo de validade deles costuma ser maior.
“Lembrando que a durabilidade final vai depender sempre das características do corredor e tipo de piso também”, complementa. Ele dá alguns exemplos: a seguir.
O que considerar ao comprar um novo tênis
1Peso do corredor e/ou mecânica do corredor
“Corredores mais leves que têm pouco tempo de contato com o solo gastam menos solado do que corredores mais pesados. Algumas pessoas também têm o costume de correr arrastando um pouco os pés no chão, dessa forma o desgaste também será mais acentuado.”
2Tipo de pisada
“Pessoas com pronação ou supinação severas terão um desgaste mais acentuado em determinada área do tênis, de forma que a borracha irá gastar mais rápido naquele ponto e, por conta disso, terá uma durabilidade menor.”
3Tipo de piso
“Por exemplo, no asfalto haverá mais desgaste do solado do que na esteira. Cidades muito quentes também tendem a desgastar mais a borracha por conta da temperatura do asfalto.”
4Tipo de entressola
“Normalmente, EVAs mais simples precisam de um tempo de descanso entre os treinos para que a compressão do material volte ao seu estado original. Nesses casos, o ideal é ter um outro tênis para revezar, caso a pessoa corra em dias seguidos. Espumas mais atuais como PEBA, por exemplo, não precisam desse tempo de descanso”. Quantidade e qualidade da borracha do solado também contam.
5Tipo de tênis
“Normalmente os tênis de performance acabam tendo uma durabilidade menor do que os de rodagem, principalmente por terem menos borracha no solado para priorizar a leveza do produto. Já os tênis de rodagem costumam ser mais estruturados e ter uma maior cobertura por borracha no solado.”
Para conservar melhor os seus velhos de guerra, vale apostar em algumas dicas, como ter mais de um par em casa, lavar o tênis à mão e guardar na sombra, fora da caixa ou de sacos.