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Quando trocar o tênis de corrida

Sapatos gastos muitas vezes significam lesões. Descubra quando substituir o seu tênis de corrida

Por Giovana Santos
15 ago 2023, 10h04

É realmente muito gratificante quando percebemos que estamos evoluindo nos treinos. Seja melhorando o pace, aumentando a resistência ou aprimorando a mecânica da sua corrida, nada melhor do que a sensação de estar dando o melhor de si, não é mesmo? O problema é quando alguma dor começa a aparecer. 

Embora algumas lesões não sejam previsíveis ​​(às vezes, uma torção no tornozelo ou dores nas canelas são inevitáveis, apesar de seus melhores esforços), você pode melhorar suas chances de evitar lesões com a ajuda do seu tênis de corrida.

Por mais que você ame o seu e deseje usá-lo por anos, é extremamente importante saber quando é hora de aposentá-lo. Isso porque um tênis gasto pode trazer alguns riscos. “Devido ao desgaste, a capacidade de amortecimento do calçado também diminui, e os joelhos, tornozelos e quadril são afetados por conta do impacto com o solo — podendo também causar dores e problemas na coluna”, alerta Alexandre Estefano, sócio fundador da Velocità, rede de lojas especializada em tênis e acessórios de corrida. 

Então, quando trocar o tênis de corrida? 

Alexandre conta que o tempo de conservação do sapato pode variar, mas o principal sinal ao qual você deve estar atento é o desgaste — seja do solado ou da entressola (a responsável por absorver o impacto dos pés). “Por conta disso, os tênis também apresentam deformações visíveis como buracos e rasgos, o que significa que é imprescindível realizar a troca. 

Verifique se o solado está gasto e leve em consideração a qualidade da entressola (se o amortecimento dela ainda funciona). “Eu, por exemplo, já aposentei alguns tênis com 800km [rodados] que tinham borracha no solado ainda, mas a entressola já não tinha mais a mesma resposta”, explica Alexandre, que também é corredor.

Em média, ele afirma que a durabilidade do calçado de corrida tende ser de 400km a 1200km rodados. Os tênis de alta performance, que priorizam leveza e têm pouca borracha no solado, duram menos. Por outro lado, aqueles voltados para rodagens longas geralmente são mais robustos, com bastante borracha no solado. Por isso, o prazo de validade deles costuma ser maior.  

“Lembrando que a durabilidade final vai depender sempre das características do corredor e tipo de piso também”, complementa. Ele dá alguns exemplos: a seguir.

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O que considerar ao comprar um novo tênis

1

Peso do corredor e/ou mecânica do corredor

 “Corredores mais leves que têm pouco tempo de contato com o solo gastam menos solado do que corredores mais pesados. Algumas pessoas também têm o costume de correr arrastando um pouco os pés no chão, dessa forma o desgaste também será mais acentuado.”

2

Tipo de pisada

“Pessoas com pronação ou supinação severas terão um desgaste mais acentuado em determinada área do tênis, de forma que a borracha irá gastar mais rápido naquele ponto e, por conta disso, terá uma durabilidade menor.”

3

Tipo de piso

“Por exemplo, no asfalto haverá mais desgaste do solado do que na esteira. Cidades muito quentes também tendem a desgastar mais a borracha por conta da temperatura do asfalto.”

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4

Tipo de entressola

“Normalmente, EVAs mais simples precisam de um tempo de descanso entre os treinos para que a compressão do material volte ao seu estado original. Nesses casos, o ideal é ter um outro tênis para revezar, caso a pessoa corra em dias seguidos. Espumas mais atuais como PEBA, por exemplo, não precisam desse tempo de descanso”. Quantidade e qualidade da borracha do solado também contam. 

5

Tipo de tênis

“Normalmente os tênis de performance acabam tendo uma durabilidade menor do que os de rodagem, principalmente por terem menos borracha no solado para priorizar a leveza do produto. Já os tênis de rodagem costumam ser mais estruturados e ter uma maior cobertura por borracha no solado.”

Para conservar melhor os seus velhos de guerra, vale apostar em algumas dicas, como ter mais de um par em casa, lavar o tênis à mão e guardar na sombra, fora da caixa ou de sacos. 

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