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Como pegar sol durante a quarentena

O sol é importante para a nossa saúde física e também mental. Saiba como driblar a falta dos raios solares durante o isolamento

Por Claudia Garcia
Atualizado em 21 out 2024, 16h32 - Publicado em 4 Maio 2020, 07h00
 (Pexels/Reprodução)
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Em condições normais, estaríamos muito mais preocupados em proteger a pele do sol do que aproveitar seus benefícios. A exposição excessiva aos raios UV é o principal fator de risco para o câncer de pele, além de acelerar o envelhecimento cutâneo. Porém, é importante procurar uma maneira de tomar sol durante a quarentena, já que com o isolamento social – necessário durante a pandemia de Covid-19 – a diminuição ou até mesmo a falta da luz solar por períodos prolongados pode afetar a saúde física e mental.

Um estudo realizado pela Universidade de Illinois, dos Estados Unidos, em 2014, mostrou que pessoas que contam com janelas em seu local de trabalho – ou seja, estão mais expostas à luz do sol – têm mais qualidade de sono e um melhor bem-estar geral, se comparados aos trabalhadores que passam o dia todo em ambientes fechados.

 

A importância da Vitamina D

Considerada um hormônio multifuncional, a vitamina D atua, entre outras funções, no funcionamento do sistema imunológico, auxilia na absorção de cálcio e tem um papel importante no equilíbrio do açúcar no sangue.

A falta desse nutriente está relacionada ao risco de problemas cardíacos, osteoporose, alguns tipos de câncer, doenças autoimunes como esclerose múltipla e diabetes, gripes e resfriados. Além disso, está associada a um aumento de até 75% no risco de depressão em pessoas com idade acima de 50 anos, de acordo com um estudo realizado na Irlanda e publicado no Journal of Post-Acute e Long-Term Care Medicine, em 2018.

No entanto, várias pesquisas mostram que pessoas que vivem em ambientes urbanos são mais carentes desse micronutriente. Isso acontece porque elas passam grandes períodos em locais fechados e não se expõem ao sol – de longe, o melhor meio para a formação da vitamina D.

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“A alimentação representa cerca de apenas 10% do total dos níveis sanguíneos dessa vitamina”, explica o especialista Renato Leça, oftalmologista, nutrólogo, pesquisador sobre vitamina D e professor da Faculdade de Medicina do ABC.

Óleo de fígado de bacalhau, óleo de salmão, salmão selvagem, arenque fresco, sardinha enlatada com azeite e leite fortificado estão entre os alimentos mais ricos em vitamina D. Porém, sozinhos, não conseguem suprir a dosagem necessária.

Sol X Coronavírus

Há uma vantagem extra em tomar sol em tempos de Covid-19. “Em níveis adequados, a vitamina D ajuda a manter a resistência do organismo em dia. E vale salientar que, como não temos ainda anticorpos contra esse vírus, a principal linha de ataque do organismo acontece pela imunidade inata, que é modulada pela vitamina D. Daí sua grande importância para a defesa do nosso organismo”, diz Renato.

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No Brasil, estudos mostram que 77% da população têm deficiência de vitamina D – ou seja, níveis abaixo de 20ng/ml. A dose ideal depende de cada indivíduo, por isso a importância do exame e do acompanhamento médico para saber se existe a necessidade de se fazer uma suplementação via oral, já que o excesso da vitamina pode causar danos aos rins, desidratação, fadiga e confusão mental.

Como tomar sol com segurança durante a quarentena

Para que a vitamina D seja ativada, os especialistas recomendam, no mínimo, 15 minutos de exposição solar, pelo menos três vezes por semana, com os braços ou as pernas descobertos. E Renato explica que, mesmo que a recomendação da OMS seja do uso de protetor em exposição prolongada, o ideal é deixá-lo de lado durante esses 15 minutos (e se expor entre 11h e 13h, quando a incidência dos raios é maior), já que ele atrapalha a ativação das vias metabólicas de formação de vitamina D.

Para quem não tem quintal ou varanda em casa, é preciso encontrar algum local onde o sol possa entrar pela janela, que deve ficar sempre aberta, pois o vidro bloqueia a radiação UVB necessária para ativar a vitamina. Em último caso, uma volta rápida no quarteirão – sempre respeitando as regras de distanciamento e o uso de máscara –, pode ser uma alternativa.

É bom lembrar de evitar o sol por períodos prolongados em horários de maior incidência de raios UVA e UVB. Se vai passar bastante tempo sob os raios, o Ministério da Saúde indica sempre o uso de proteção solar e afirma que os horários mais seguros são até às 10 da manhã e a partir das 16 horas.

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