Comer emocional no pós-parto: como lidar?

O comer emocional no pós-parto é comum, mas pode ser transformado. Descubra como lidar com a alimentação, emocional e bem-estar durante a maternidade

Por Priscila Monomi
24 Maio 2025, 16h00
relação com a comida pós-parto
Descubra como lidar com a alimentação, emocional e bem-estar durante a maternidade | (freepik/Freepik)
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Após o nascimento do bebê, muitas mães se sentem sobrecarregadas e sozinhas, mesmo quando cercadas de pessoas. Diante da pressão para cuidar de tudo e as mudanças hormonais, o comer emocional no pós-parto pode ser comum.

Apesar disso, é importante ter atenção, pois isso pode afetar a saúde física e mental das mães, criando um ciclo difícil de quebrar.

Neste artigo, vamos explorar as razões por trás do comer emocional no pós-parto, seus sinais e como lidar com a alimentação no pós-parto de uma forma mais saudável e acolhedora.

A realidade silenciosa de muitas mães

Ninguém te contou, mas, depois que o bebê nasce, você se sente mais sozinha do que nunca.

Com isso, em muitos momentos, a comida se torna companhia, consolo e até recompensa no meio do silêncio emocional.

Embora a chegada do bebê traga alegrias imensas, as emoções que já estavam intensas na gestação se amplificam.

Por que surge o comer emocional no pós-parto?

O comer emocional no pós-parto não é apenas uma “falta de força de vontade”. Existem várias razões emocionais, hormonais e sociais por trás desse comportamento — e entender isso é o primeiro passo para transformar essa relação com a comida.

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A seguir, veja alguns dos fatores que levam ao comer emocional no pós-parto:

Alterações hormonais no pós-parto

Após o nascimento do bebê, o corpo da mulher passa por um grande ajuste hormonal.

Níveis elevados de cortisol (hormônio do estresse) e baixos de serotonina (hormônio do bem-estar) podem aumentar sentimentos de tristeza, irritabilidade e até depressão pós-parto.

Com isso, é comum que a comida — especialmente doces e carboidratos — se torne uma forma rápida de obter alívio emocional, já que eles estimulam temporariamente a produção de serotonina.

Privação de sono e estresse crônico

Dormir mal afeta diretamente os hormônios da fome e da saciedade, como a grelina e a lectina. Quando a mãe está exausta, o corpo pede mais energia — e de forma imediata. Então, a fome emocional se intensifica.

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Além disso, o estresse contínuo da nova rotina (choro, amamentação, inseguranças…) torna a comida uma fuga silenciosa.

Falta de rede de apoio e tempo para autocuidado

Muitas mães se sentem sozinhas, mesmo cercadas de pessoas. O apoio prático e emocional é escasso, e a sobrecarga é enorme.

Assim, sem tempo para se ouvir, para cuidar de si ou até para comer com calma, os momentos de comer viram os únicos “respiros” do dia. E, muitas vezes, são acompanhados de culpa.

Pressão estética e culpa materna

A sociedade exige que a mulher “volte ao corpo de antes” rapidamente, mesmo que ela esteja vivendo uma das fases mais desafiadoras da vida. Isso alimenta a frustração, a autocrítica e a comparação constante.

Ao mesmo tempo, existe uma culpa instalada: a de não estar fazendo o suficiente, de errar, de não dar conta. Muitas mulheres usam a comida para lidar com essa dor — e, depois, se sentem ainda piores por isso.

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Reflita!

Enquanto você cuida de todos, quem cuida de você? A comida se torna um alívio — rápido, acessível e silencioso.

Os sinais do comer emocional no pós-parto

O comer emocional é muitas vezes disfarçado por ações cotidianas. Veja a seguir alguns sinais e tente perceber se você está agindo assim:

  • Beliscar constantemente sem fome física
  • Comer escondido para evitar julgamento
  • Sentir culpa após comer, mas continuar comendo
  • Usar a comida para evitar lidar com emoções difíceis

Reconhecer esses sinais é o primeiro passo para transformar sua relação com a comida.

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O que fazer? Caminhos reais para uma relação mais leve com a comida

Então, agora que você reconheceu os padrões de comer emocional, é hora de dar passos para melhorar essa relação com a comida. Aqui estão algumas estratégias eficazes:

1. Nomeie os sentimentos antes de comer

Pergunte-se: “Estou com fome física ou estou triste?”. Nomear a emoção antes de comer ajuda a entender o que está por trás da vontade de comer.

2. Crie momentos de autocuidado

Pequenos momentos de prazer e autocuidado podem ajudar a reduzir o desejo de comer emocionalmente. Inclua atividades como:

  • Ler um livro
  • Ouvir uma música relaxante
  • Praticar meditação
  • Descansar enquanto o bebê dorme

Isso porque esses momentos podem proporcionar alívio emocional sem recorrer à comida.

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3. Tenha uma rotina alimentar saudável

Planeje suas refeições para sustentar seu corpo, não para controlá-lo. Prepare a casa com alimentos nutritivos e práticas de autocuidado alimentar, como marmitas congeladas ou snacks saudáveis.

4. Busque ajuda

Não hesite em procurar apoio nutricional, terapêutico ou emocional. Ter uma rede de apoio, seja profissional ou familiar, pode ajudar a aliviar o peso dessa jornada

Portanto, lembre-se: você não precisa dar conta de tudo sozinha — nem com o bebê, nem com a comida.

Cuidando de você para cuidar do seu bebê

Se você se reconheceu nas palavras acima, saiba que não está sozinha. A relação com a comida no pós-parto pode ser desafiadora, mas é possível mudar esse ciclo.

Ao se cuidar, você também estará cuidando do seu bebê, proporcionando a nutrição emocional necessária para os dois.

Lembre-se: uma mãe bem nutrida consegue nutrir seu filho com mais plenitude. Não há vergonha em buscar apoio e praticar autocuidado. Comece agora a jornada para um relacionamento mais saudável com a comida e com você mesma.

Priscila Monomi

Nutricionista e Terapeuta de Thetahealing, desenvolve um trabalho de conscientização dos motivos que levam a pessoa a comer, identificando crenças alimentares e de vida. Em seus atendimentos online, une conhecimentos da nutrição consciente e intuitiva e técnicas terapêuticas.

pripriyumi@gmail.com

 

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