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Dieta vegana pode fazer o cabelo cair?

Dermatologista explica que o problema depende muito mais dos macros e micronutrientes que o indivíduo consome do que se eles são de fonte animal ou vegetal

Por Juliany Rodrigues
Atualizado em 21 out 2024, 16h33 - Publicado em 26 out 2022, 15h10
Foco na mão de uma mulher mexendo no cabelo
 (Skitterphoto/Pexels)
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Aproximadamente 85% do cabelo é formado por queratina, uma proteína. Diante disso, fica evidente a importância do consumo desse macronutriente para ter cabelos saudáveis.

Muitas pessoas podem achar que a dieta vegana pode provocar a queda dos fios. No entanto, a Dra. Jaqueline Zmmijevski, dermatologista pela Sociedade Brasileira de Dermatologia e Fellor em Tricologia pela Associação Médica Brasileira, destaca que isso depende muito mais dos macros e micronutrientes que o paciente está consumido do que propriamente se eles são de fonte animal ou vegetal.

“O cabelo é um tecido de excreção, formado de aminoácidos sobressalentes para essa função. A proteína é formada por um conjunto de aminoácidos e se não houver sobra de aminoácidos na dieta, não há boa síntese de queratina. Além disso, minerais como ferro e zinco, além de vitaminas do complexo B participam da manutenção da saúde capilar”, diz.

As principais fontes de proteína são as carnes, os peixes, as aves e os laticínios, alimentos que são ricos em aminoácidos essenciais, ou seja, aqueles que o corpo não é capaz de produzir.

As proteínas das fontes animais contam com um alto valor biológico. Isso significa que têm os novos aminoácidos essenciais, que são o triptofano, a fenilalanina, a leucina, a valina, a isoleucina, a lisina, a treonina, a metionina e a histidina.

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No caso das fontes vegetais, é fundamental combiná-las para garantir a a ingestão adequada dos aminoácidos essenciais.

“Quando pensamos em construção do fio de cabelo, dois aminoácidos essenciais são mais relevantes: a metionina e a lisina. Por isso, a dieta vegana precisa contar com alimentos fontes desses aminoácidos, como feijão, lentilha, brotos, soja, grão de bico, quinoa, amêndoa, nozes e castanha-do-Pará”.

“A tradicional combinação brasileira de feijão com arroz é eficiente porque garante os dois: o arroz é rico em metionina e deficiente em lisina, enquanto o feijão é rico em lisina e deficiente em metionina”, esclarece a médica.

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Em dietas veganas, outro ponto que deve ser considerado é o consumo de ferro. “Ele é o mineral que é mais associado à queda de cabelos, principalmente em mulheres, que têm maior perda desse nutriente por conta do fluxo menstrual”, ressalta a Dra. Jaqueline.

Muitos alimentos vegetais são ricos em ferro, porém a sua absorção é menor quando ele é proveniente dessas fontes.

“O ferro de origem animal é até cinco vezes mais absorvido, já que ele está ligado a proteínas. Outro motivo para a dificuldade de absorção do ferro vegetal é a presença de antinutrientes como os fitatos, mas deixá-los de molho entre 8 e 24 horas e o cozimento são estratégias que diminuem a presença de fitatos”, afirma a médica.

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“Evitar o consumo de café, chá preto e verde próximo às refeições também otimiza a absorção de ferro. O paciente também pode associar alimentos ricos em Vitamina C, que aumenta a absorção desse mineral”, acrescenta.

Entre as fontes vegetais que contam com o zinco, estão o feijão, o amendoim, a semente de abóbora e o grão de bico.

No caso da Vitamina B12, é importante ressaltar que as suas principais fontes são de origem animal (carnes, ovos e laticínios) e sua deficiência é uma das principais causas de queda capilar em veganos e vegetarianos.

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“Nesse caso, suplementos orais ou alimentos enriquecidos podem ajudar. Ambos utilizam vitamina b12 produzida a partir de cultura de bactérias em laboratório”, indica a Dra. Jaqueline.

A dermatologista declara que o crescimento dos fios também é beneficiado por uma alimentação equilibrada e natural. Por isso, o consumo de ultraprocessados deve ser evitado para manter a saúde das madeixas.

“Evite aqueles alimentos que ‘simulam’ as proteínas de origem animal, mas são feitos com combinação de plantas e aditivos químicos. Em sua maioria, eles são considerados alimentos ultraprocessados, com adição de substâncias sintetizadas em laboratório (com corantes, aromatizantes, conservantes e aditivos)”, inicia.

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“Esse processamento é o que torna tais alimentos mais agradáveis ao paladar e similares aos produtos que se propõem a substituir, mas quando consumidos em excesso também podem inflamar o corpo, afetando também a saúde capilar”, conclui a médica.

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