Como cuidar de cicatrizes
Ocasionada por diversos motivos, a marca pode ser tratada através de procedimentos estéticos
Com o passar dos anos, ficamos suscetíveis a adquirirmos diversas marcas físicas. Aquele tombo quando éramos criança, uma cirurgia, espinhas, encostar em uma panela muito quente… Diversos acontecimentos podem deixar pequenas cicatrizes – e histórias – que carregaremos por toda a vida. Mas isso não quer dizer que não há cuidados que você possa ter para melhorar a aparência dessas marcas.
- Cicatrizes
Seja por uma cirurgia, corte ou qualquer outro motivo essa resposta a um trauma na pele pode incomodar por uma questão estética.
Tem como evitar?
Não há uma maneira de evitar uma cicatriz causada por trauma, é importante evitar lesões e machucados que possam levar a uma cicatriz.
Como tratar?
Segundo Fabiele Chieregato, especialista em estética e cosmética, tratamentos de fotobioestimulação, como o Antares são indicados. “Anteriormente conhecida como terapia a laser de baixa intensidade (LLLT), a fotobiomodulação consiste na fotoregeneração da pele, entre outros benefícios, com a aplicação de luz, sendo Laser ou LED, com efeito terapêutico por meio de diferentes comprimentos de onda, potência, energia e tempo de exposição” e com esse tratamento, a profissional sugere o comprimento de onda verde para inibir a ação dos melanócitos que promovem a hiperpigmentação cutânea, e o comprimento de onda vermelho para agir com efeito no reparo tecidual, estimulando a cicatrização.
- Cicatrizes de espinha
“Não estoura!” deve ser a frase mais comum que você já escutou em relação as espinhas, e existe um motivo para isso. “As cicatrizes ocorrem devido à manipulação das espinhas, o hábito de cutucar, machucar, o que acaba piorando a questão inflamatória, evitando que a lesão se recupere e se regenere”, conta a farmacêutica bioquímica especialista em cosmetologia Joyce Rodrigues.
Ou seja, as cicatrizes de espinha ocorrem pois são lesões inflamatórias que evoluem para uma forma de necrose tecidual que atinge a epiderme e a derme, perdendo o tecido natural da pele, que é substituído pelo fibrótico que leva a retração e formação de uma cicatriz superficial ou profunda, dependendo do grau de acne e os cuidados.
Tem como evitar?
Ana Coutinho, dermatologista, conta que a primeira forma é evitar o aparecimento de novas lesões acneicas pela orientação de um profissional da área. A manutenção de cuidados diários com produtos específicos para acne contribuem para o controle. “Uma vez que a lesão acneica já tenha evoluído, a manutenção do tratamento antiacne é fundamental para o controle do distúrbio, além do tratamento das lesões. Produtos que tenham propriedade secativa, anti-inflamatória e regeneradora auxiliam na reparação cutânea adequada, como Cicalfate+ creme reparador da Eau Thermale Avène. Não podemos esquecer do uso de filtro solar, mandatório para se evitar cicatrizes hipercrômicas (escuras)”.
Investir em ativos niacinamida (atua na melhoria da barreira cutânea e hidratação, ácido salicílico (possui propriedades queratolíticas), P-refinyl (compacta o poro, suaviza a aspereza e limita o brilho excessivo) e tratamento oral com Zinco PCA (anti-séptico, adstringente, secativo e anti-inflamatório) com Vitamina E (protege as células dos radicais livres e tem ação antioxidante) são algumas dicas que Joyce compartilha.
Como tratar
Há diversas maneiras de cuidar das cicatrizes de espinha, mas primeiramente, é necessário uma avaliação médica para diagnosticar o tipo de cicatriz e suas características. “Estão recomendados procedimentos estéticos que devem ser definidos por um dermatologista em linha com o tipo de cicatriz. O uso de cremes reparadores que mantenham a cicatrização limpa e de boa qualidade são importantes para garantir resultados cosmeticamente adequados, além do filtro solar diário na prevenção das manchas pós-inflamatórias” conta Ana Coutinho.
Além dos cremes, intervenções cirurgicas ou tratamentos estéticos podem ser técnicas utilizadas na pele acneica como subcisão, excisão, peelings químicos, dermoabrasão, microagulhamento, além do uso de laserterapia. Vale a pena reforçar que tais procedimentos estéticos devem ser recomendados e conduzidos por médicos dermatologistas com experiência em cosmiatria, pois quando não realizados de forma apropriada podem deixar sequelas de difícil resolução.
- Quelóides
O queloide é um crescimento anormal de tecido cicatricial, este se forma no local de um trauma, corte ou cirurgia de pele. É uma alteração benigna, não oferecendo risco para a saúde, na qual acontece uma perda dos mecanismos de controle de cicatrização que normalmente regulam o equilíbrio do reparo e regeneração de tecidos. Eles podem acabar sendo maior do que a ferida original, e comumente são encontrados no peito, ombros, lóbulos das orelhas e bochechas, mas podem afetar qualquer parte do corpo.
Os queloides às vezes são confundidos com outro tipo de cicatriz mais comum, a cicatriz hipertrófica. Estas são cicatrizes planas que podem variar da cor rosa ao marrom. “Ao contrário dos queloides, as cicatrizes hipertróficas são menores e podem desaparecer por conta própria com o tempo. Cicatrizes hipertróficas ocorrem igualmente entre gêneros e etnias, e são comumente causadas por várias formas de lesões físicas ou químicas, como piercings ou traumas locais. No início, cicatrizes hipertróficas recentes podem causar coceira e dor, mas os sintomas diminuem à medida que a pele cicatriza” explica Ana.
Tem como evitar?
Não há uma maneira eficaz de evitar o queloide. Por isso, é importante evitar lesões que possam levar a cicatrizes. “O uso de fitas/compressas de pressão ou de gel de silicone após uma lesão também pode ajudar a prevenir a formação de queloide”, continua a profissional, “A exposição ao sol ou bronzeamento pode descolorir o tecido da cicatriz, tornando-o ligeiramente mais escuro do que a pele ao redor. Isso pode fazer o queloide se destacar mais. Use sempre filtro solar e mantenha a cicatriz coberta quando estiver ao sol para evitar a hipercromia da lesão”.
Como tratar
“A decisão de tratar um queloide pode ser complicada. O queloide é o resultado da tentativa do corpo de reparar uma área ferida. Depois de remover o queloide, o tecido da cicatriz pode voltar a crescer e, às vezes, fica maior do que antes”, alerta Ana. Naturalmente, com o passar dos anos o queloide tende a diminuir e ficarem mais achatados, mesmo sem tratamento. E também, o uso de óleos hidratantes pode ajudar a manter o tecido macio, podendo vir a reduzir o tamanho da cicatriz.
Algumas recomendações médicas incluem a aplicação de fitas de silicone, curativos compressivos ou injeções, especialmente se a cicatriz queloide for relativamente nova. Esses tratamentos requerem aplicação frequente e cuidadosa para serem eficazes, levando pelo menos três meses para fazer efeito desejado. A busca por um tratamento médico com um especialista deve ser sempre considerada.
Há também cirurgias e procedimentos estéticos que podem ser feitos de acordo com a necessidade:
Cirurgia de queloide: recomendada para lesões muito grandes ou mais antigas. A taxa de retorno da cicatriz queloide após a cirurgia pode ser alta. No entanto, os benefícios da remoção de um queloide grande podem superar o risco de cicatrizes pós-operatórias.
Criocirurgia: Talvez o tipo de cirurgia mais eficaz para queloides. Também chamado de crioterapia, o processo funciona essencialmente “congelando” o queloide com nitrogênio líquido. O médico especialista pode também pode recomendar injeções de corticosteroides após a cirurgia para reduzir a inflamação e diminuir o risco de retorno do queloide.
Laserterapia: recomendada para certos tipos de cicatrizes (incluindo alguns queloides). Este se traduz em um esforço para criar uma aparência mais suave e tonificada da lesão. No entanto, existe o risco de que o tratamento a laser possa piorar seus queloides, causando aumento de cicatrizes e vermelhidão. Embora esses efeitos colaterais às vezes sejam melhores do que a cicatriz original, você ainda pode esperar que haja alguma forma de cicatriz.