Cosméticos orgânicos: vale a pena apostar?

Está cada vez mais fácil encontrar um creminho livre de conservantes. Mas será que eles fazem por sua pele o mesmo bem que fazem para o planeta?

Por Daniela Bernardi
Atualizado em 21 out 2024, 19h23 - Publicado em 7 ago 2015, 12h32
The Licensing Project
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A busca pela vida saudável e mais sustentável dominou o universo fitness, invadiu nosso cardápio e, agora, está interferindo nas tendências de beleza do Brasil e do mundo. “De uns tempos para cá, os profissionais de saúde passaram a questionar a presença de algumas substâncias, como o chumbo dos batons e o parabeno dos xampus”, diz Renata Esteves, fundadora do e-commerce Beleza Orgânica. Por isso, muitas marcas começaram a desenvolver produtos livres dessas matérias-primas, digamos, suspeitas.

Ok. Então, bastaria comprar condicionadores sem silicone para ficar longe de qualquer perigo, você pode pensar. Não é bem assim. “Os produtos convencionais costumam conter derivados do petróleo, corantes e ingredientes sintéticos, que são altamente alergênicos e podem mexer na estrutura das células. Essas fórmulas até conseguem melhorar um problema de pele, mas talvez agravem outras questões”, afirma a dermatologista Daniela Landim, de São Paulo.

Por causa disso, os cosméticos orgânicos se tornaram uma alternativa para quem quer ficar bonita, preservar a saúde e, de quebra, ajudar o planeta. E, antes que você torça o nariz – e pense que eles não funcionam tão bem quanto aquele anti-idade ultratecnológico que você tem na bancada do banheiro –, saiba que as pesquisas no setor vêm crescendo juntamente com as vendas (elas já movimentam US$ 9 bilhões por ano). Ou seja, os produtos estão ficando cada vez mais eficientes e atraentes.

Aliados da beleza

Os ingredientes orgânicos, como frutas, flores e sementes, podem, sim, deixar você ainda mais bonita – mesmo sem moléculas produzidas em laboratório. Desde que surgiram, há cerca de dez anos, esses cosméticos evoluíram bastante. “Hoje, conhecemos fórmulas que são tão eficientes quanto as tradicionais. É o caso das que têm gatuline, que é derivado do extrato de uma planta e combate rugas”, diz o farmacêutico Lucas Portilho, especialista em cosmetologia, de Campinas (SP). Além disso, como eles não usam substâncias controversas, acabam tendo mais compatibilidade com a pele. “Embora não exclua, reduz a possibilidade de alergia”, diz Lucas.

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É verdade que a maioria das tecnologias aplicadas nos produtos convencionais ainda está longe de ser substituída pelos orgânicos. Mas, em algumas categorias, eles não ficam para trás. “Os hidratantes de corpo, por exemplo, mostram um desempenho excelente por causa dos óleos vegetais, que têm diferentes propriedades terapêuticas”, diz Renata. Quer exemplos? O óleo da semente da uva é rico em resveratrol (combate radicais livres), o de rosa mosqueta é repleto de retinol (contra rugas) e o de andiroba ameniza a celulite. E não existe mais aquele mito de que eles vêm em um pote sem graça, têm uma textura estranha e são malcheirosos. Existem muitas opções bacanas no mercado. A dica é experimentar e sentir como seu corpo reage a cada um.

Se você já ficou tentada, vai adorar saber que os cosméticos orgânicos também ganham pontos por serem sustentáveis. As marcas certificadas não fazem testes em animais, só compram matérias-primas livres de agrotóxicos e criam embalagens biodegradáveis. “O custo de todo esse processo acaba se refletindo no preço final”, diz Ming Liu, coordenador executivo do projeto Organics Brasil. Pense em algumas das medidas de que eles não abrem mão: irrigação moderna, testes in vitro, parceria com pequenos produtores e cuidado no descarte de resíduos durante a fabricação… Vamos combinar que têm um valor impagável para o planeta?

Como saber se é orgânico

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Até agora, nenhum país criou uma regulamentação para esse tipo de cosmético. Então fique de olho no rótulo.

1. As formulações orgânicas devem ter, pelo menos, 95% de matéria-prima orgânica.

2. Procure por um selo de certificação de empresas privadas, como a brasileira IBD e a francesa Ecocert.

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3. Decore alguns nomes a serem evitados: sulfato de sódio, formol, corante (identificado por C + um número), refenol, parafino-líquido e parabeno.

4. A ordem das substâncias representa quais estão mais presentes no produto.

5. “Vale escolher os que levam o selo Cruelty Free (um coelho cor-de-rosa), mostrando que a empresa não faz testes em animais”, diz a cofundadora da VeggieBox, Samyra Cunha.

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