Entenda os impactos do calor na pele e como se proteger

Estudos descobrem que a radiação UV é mais eficaz na formação de tumores em temperaturas mais altas. Saiba mais!

Por Juliany Rodrigues
Atualizado em 21 out 2024, 16h31 - Publicado em 7 dez 2023, 16h25
mulher no calor com um leque
 (freepik/Freepik)
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Com o aumento das temperaturas registradas nos últimos anos, os impactos do calor na saúde humana têm se tornando uma preocupação crescente. Entre as partes mais afetadas não podemos deixar de lembrar da pele, o maior órgão do corpo humano.

“Segundo cientistas e pesquisadores, nos próximos anos, o planeta superaquecido deverá ultrapassar um marco histórico de temperatura. Os dados dessas pesquisas apontam que há 66% de chance de passarmos do limite de 1,5°C de aquecimento global entre os dias atuais e 2027”, destaca o Dr. Maurizio Pupo, farmacêutico e professor especialista em Cosmetologia.

AUMENTO DO RISCO DE CÂNCER DE PELE

De acordo com uma pesquisa recente da Dra. Eva Parker, professora assistente de dermatologia no Vanderbilt University Medical Center e presidente da Sociedade Dermatológica de Nashville, nos Estados Unidos, as temperaturas mais elevadas podem aumentar o risco de desenvolver o câncer de pele.

“Foram feitos experimentos que apontaram que o risco câncer de pele não-melanoma, ou seja, aquele que ocorre com mais frequência nas áreas do corpo expostas ao sol e que se apresenta como manchas ou feridas na pele que não cicatrizam, cresce em 5% por cada grau Celsius de aumento da temperatura”, explica Pupo.

O médico ressalta que outros estudos anteriores também mostraram que a radiação UV é mais eficaz na formação de tumores em temperaturas mais altas. “Dessa forma, à medida que o planeta segue aquecendo, existe a possibilidade de que o aumento das temperaturas possa amplificar a indução do câncer de pele pela radiação UV, elevando as taxas de pessoas que poderão sofrer com essa doença“, afirma ele.

Além do câncer de pele, a alta radiação solar pode trazer outras consequências, entre elas, aumento de rugas, flacidez, manchas, pigmentação irregular e melasma.

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“De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), estima-se que o melasma atinja cerca de 35% das mulheres no Brasil. E essa é uma condição que acomete mais mulheres com fototipos intermediários. E o segredo para evitar este problema é a proteção solar de qualidade”, conta.

TIPOS DE PELE MAIS AFETADOS

A pesquisa ainda apontou que os casos de câncer de pele têm aumentado de 4% a 5% anualmente em todo o mundo, principalmente entre as pessoas de pele clara.

“Nesse sentido, vale reforçar sobre os riscos de melanoma para pessoas de pele negra, que também devem ser afetadas com o aumento das temperaturas. Segundo um estudo apresentado pelo Congresso Brasileiro de Cirurgia Dermatológica, pessoas de pele negra costumam desenvolver a forma mais grave e com maior intensidade do câncer de pele”, afirma o farmacêutico.

A população indígena, pessoas com albinismo e vitiligo também estão entre as que terão o risco aumentado.

“Por mais que a população de pele clara tenha, historicamente, uma probabilidade maior de desenvolver a doença – no Brasil, por exemplo, o índice mais alto está na região Sudeste por descentes de europeus. Precisamos estar atentos ao impacto do aumento das temperaturas em todos os tipos de pele e em como minorias e populações menos favorecidas, com menor acesso à prevenção, também podem ser afetadas”, ressalta o Dr. Maurizio.

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IMPACTOS DO CALOR NA PELE

O câncer de pele é apenas um dos problemas que podem surgir devido às altas temperaturas. Entenda a seguir!

Desidratação cutânea

O calor pode levar à desidratação da pele, causando ressecamento e descamação. Especialmente sem a devida proteção, a exposição solar prolongada pode remover a umidade da barreira cutânea, tornando-a áspera e mais suscetível a irritações.

Para repor essa hidratação perdida e manter a pele saudável e flexível, é indispensável beber bastante água e apostar em cosméticos nutritivos.

Queimaduras solares

A exposição excessiva ao sol, sem a proteção correta, pode gerar queimaduras, que, além da dor imediata, podem causar outros danos a longo prazo, como envelhecimento precoce e câncer de pele.

A prevenção desses efeitos nocivos deve ser feita por meio do uso regular de protetor solar.

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Hiperpigmentação e manchas

O calor pode desencadear o aumento da produção de melanina, favorecendo as manchas e a hiperpigmentação. Geralmente, as áreas mais expostas são as mais acometidas, como rosto, braços, mãos e pernas.

O protetor solar, além de prevenir queimaduras, ajuda no controle da pigmentação e a manter um tom de pele uniforme.

Agravamento de condições dermatológicas

Durante períodos de calor intenso, pessoas que têm condições dermatológicas (eczema e psoríase, por exemplo) experimentam um agravamento dos sintomas.

Além disso, quem tem a pele sensível pode acabar apresentando coceiras, vermelhidões e inflamações por causa das altas temperaturas.

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Por esse motivo, usar dermocosméticos, especialmente aqueles com vitamina B12, ativo que acalma a vermelhidão e a coceira da pele, é uma medida recomendada durante as épocas de calor extremo.

Envelhecimento precoce

O excesso de exposição ao calor e à radiação UV pode acelerar o envelhecimento da pele, facilitando o surgimento de rugas, linhas finas e a perda de elasticidade. Para evitar que isso aconteça, é preciso aplicar adequadamente o protetor solar e também adotar práticas saudáveis no dia a dia, como uma alimentação balanceada a a ingestão de água.

COMO SE PROTEGER?

“Como vimos, os impactos do calor na pele são variados e podem ter consequências significativas se não forem devidamente abordados. A conscientização sobre a importância dos cuidados com a pele, a proteção solar regular e a adoção de hábitos saudáveis são passos cruciais para manter a integridade e a vitalidade da pele, mesmo diante das adversidades climáticas”, conclui o farmacêutico.

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