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Colunista convidado | Mateus Morais

Reflexões sobre espiritualidade
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Como acolher e impulsionar mudanças

Por Mateus Morais
Atualizado em 29 set 2020, 10h53 - Publicado em 29 set 2020, 09h00

Tudo está se transformando o tempo inteiro. Do micro ao macro, todos os seres estão em completa transformação, crescimento, regeneração e evolução — são ciclos e cursos da própria natureza que começam e terminam, para então recomeçar, equilibrar e seguir, já que na criação nada permanece da mesma forma. Nessa coluna, vamos falar sobre como acolher e impulsionar essas mudanças.

Especificamente sob o olhar do desenvolvimento humano, mudar sempre vai ser fundamental para que nosso crescimento e evolução ocorram, pois novas experiências nos permitem explorar territórios além dos que já são conhecidos ou confortáveis pra nós. Às vezes, é uma boa hora para mudar de hábito, de casa, relacionamento, trabalho, crenças, cidade ou se abrir para ter novas compreensões sobre a vida. Mudar os móveis de lugar, adotar uma nova forma de consumir, de se alimentar e de cuidar de si também são mudanças que podem ser muito benéficas.

Mas e quando somos pegos de surpresa por uma necessidade de mudança que não estava sendo prevista? Adotamos uma postura que contribui para que o processo traga lições importantes e seja mais fluido ou podemos arrastar e tornar tudo um pouco mais sofrido? Depende muito da nossa abertura ou disposição para mudar, da forma como encaramos uma mudança e do que escolhemos colher desse plantio.

Mudanças: a vida é impermanência

Mudar as coisas em torno de você faz parte da vida (Klaus Vedfelt/Getty Images)

O primeiro e grande passo sempre vai ser o reconhecimento de que nós estamos aqui para evoluir e crescer constantemente. Se tudo muda o tempo inteiro e nós também somos parte dessa criação que evolui por si, também podemos e devemos nos mostrar de peito aberto para reconhecer quando é a hora de mudar ou até para aceitar e acolher uma mudança necessária. A vida não é essa permanente normalidade, regida sob normas que nós mesmos criamos dentro de zonas seguras. A vida é impermanente e precisamos aceitar isso.

Permanecer onde está pode ser mais sofrido

A dor às vezes vem pra desconstruir justamente o que tínhamos como certo ou para indicar que algo não vai bem

É como se o universo esperasse que déssemos o passo que só a gente pode dar, para tudo fluir e acontecer. Se receamos ou adiamos demais, parece que nosso cinto aperta até que uma ação seja tomada, já que o fluxo natural é fluidez, compreensão, aprendizado e evolução.

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É verdade que algumas mudanças são dolorosas, sabemos que a dor existe e está ali trazendo lições preciosas, mas o estado de sofrimento por ela é opcional. Nossas crenças, resistências e apegos tornam uma mudança mais sofrida, então seria bom refletir nesses casos. A dor às vezes vem pra desconstruir justamente o que tínhamos como certo ou para indicar que algo não vai bem.

O tempo certo e a coragem para mudar

Dê aquele passo para fora da sua zona de conforto (Klaus Vedfelt/Getty Images)

Cada eu superior tem uma bússola e compasso para orientar uma mudança. Se formos devagar demais, o bonde passa e podemos perder outras experiências. Se formos ansiosos demais, perdemos a valiosa lição que está acontecendo aqui e agora. O importante é procurar silenciar e sentir qual trajetória tomar e o ritmo ideal da mudança.

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Tem uma passagem memorável do filme “O Curioso Caso de Benjamin Button” que diz:

“Para as coisas importantes, nunca é tarde demais, ou no meu caso, muito cedo, para sermos quem queremos. Não há um limite de tempo, comece quando quiser. Você pode mudar ou não. Não há regras. Podemos fazer o melhor ou o pior. Espero que você faça o melhor. Espero que veja as coisas que a assustam. Espero que sinta coisas que nunca sentiu antes. Espero que conheça pessoas com diferentes opiniões. Espero que viva uma vida da qual se orgulhe. Se você achar que não tem, espero que tenha a força para começar novamente.”

A transformação e renascimento vêm com a mudança

 

As histórias mais incríveis e inspiradoras que conheço são de pessoas que souberam se reinventar e se transformaram completamente. A partir de um contexto elas decidiram mudar ou foram impactadas por uma mudança necessária pro crescimento delas, já que do ponto de vista espiritual, absolutamente nada acontece por acaso. Eu me inspiro em pessoas, que sobretudo, estão mais alinhadas em essência para sua livre manifestação no mundo.

Diversas culturas, mitologias e sabedorias ancestrais por todo o planeta retratam o arquétipo da Fênix pela sua capacidade de ressurgir das próprias cinzas

Diversas culturas, mitologias e sabedorias ancestrais por todo o planeta retratam o arquétipo da Fênix pela sua capacidade de ressurgir das próprias cinzas. Um símbolo forte de extrema resiliência, força, sabedoria e com o poder curativo de suas lágrimas medicinais. Essa representação da força do fogo e do movimento resiliente de criação e destruição, nos inspira a transformação em seres cada vez mais fortes, corajosos e iluminados.

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Do nosso caos interno pode nascer as grandes transformações da Fênix. Assim como, no caos do mundo está nascendo um mundo novo e emergente, bem no meio de suas velhas estruturas.

O planeta em regeneração

Mudar pode ser o segredo para passar pelas incertezas da vida (Klaus Vedfelt/Getty Images)

A Terra está mudando bastante pois adentramos na era de Aquário, conhecida também como Nova Era. Vivemos justamente esse período de transição planetária que é a intersecção entre eras marcada por profundas mudanças e transformações exponenciais. As novas energias que estão aqui desencadeiam em termos astrofísicos, ondas de despertar coletivo de consciência que impulsionam a transformação profunda e completa de tudo. Os velhos paradigmas já não ressoam mais energeticamente com essas novas frequências de energia que estão sendo emanadas e serão predominantes nesta nova era, que é de regeneração.

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Para que tudo e todos possam dar lugar ao novo, é preciso deixar o velho ir embora, o que provoca as mudanças coletivas e individuais que estamos vendo se intensificar

Para que tudo e todos possam dar lugar ao novo, é preciso deixar o velho ir embora, o que provoca as mudanças coletivas e individuais que estamos vendo se intensificar. Se o intuito é evolução, mudanças serão sempre muito bem vindas. Do ponto de vista espiritual, sem dúvida, vivemos e mergulharemos em décadas de muita transformação para a humanidade.

Para não esquecer

  • Mudanças permitem novas perspectivas que trazem mais aprendizado e amadurecimento;
  • É preciso aceitar que a vida é impermanente por si, então procure viver de peito aberto;
  • Nosso eu superior no fundo sabe o que precisa ser mudado — ele nem apressa, nem adia pois há o tempo certo;
  • A gente muda o mundo mudando a gente. O que vemos no coletivo normalmente é a soma e o reflexo emanado individualmente por todos os seres que aqui estão. Por isso, dizemos também que a verdadeira mudança ocorre de dentro pra fora;
  • Há os que resistem em mudar, os que aceitam a mudança e também os que impulsionam o processo como agentes de transformação;
  • Temos uma capacidade inata de nos transformar e renascer mais fortes e resilientes, como nos ensina o arquétipo da Fênix;
  • O mundo está mudando exponencialmente pois energeticamente estamos adentrando em um momento planetário novo, com novas energias que pulsam e irradiam a transformação que precisamos.

Ancore-se cada vez mais na sua resiliência e sabedoria interior e espiritual para permitir que as ondas da mudança se manifestem fluidamente em seu campo. Resistir em mudar pode ser um desperdício de oportunidade ímpar de crescimento, maturação e desenvolvimento da alma. Nascemos e estamos aqui para sermos felizes, livres e essencialmente conscientes.

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