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Transtorno depressivo persistente: o que é e como identificar? 

Por CAMILA PUERTAS 
Atualizado em 21 out 2024, 22h28 - Publicado em 29 mar 2022, 11h46
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 (KatarzynaBialasiewicz/Thinkstock/Getty Images)
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Desesperança, mau humor, dificuldade de concentração, baixa autoestima, aumento de cansaço e irritabilidade. Os sintomas são característicos de um quadro de transtorno depressivo maior, tipo de depressão que impacta a maioria das pessoas, mas podem indicar outro problema: o transtorno depressivo persistente. 

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a depressão afeta atualmente quase 12 milhões de brasileiros, número equivalente a 5,8% da população. Mesmo que a condição médica seja comum e crescente não só no Brasil, mas em todo o mundo, é preciso saber que há diferentes classes de depressão, e entre os tipos menos comuns e conhecidos pelas pessoas, está o transtorno depressivo persistente. 

Essa depressão se caracteriza pelo humor deprimido na maior parte do tempo e, deve-se ter no mínimo dois ou mais desses sintomas: alterações de sono e apetite, fadiga, baixa autoestima, diminuição dos níveis de concentração e sentimento de desesperança. O transtorno continua por pelo menos dois anos, durante os quais o paciente não pode se ver livre de sintomas por mais de dois meses. 

Trata-se de uma depressão crônica e a pessoa pode permanecer com o problema por anos até ir ao médico. É considerado mais grave, uma vez que pacientes com depressão persistente apresentam maiores taxas de comorbidade com outros transtornos mentais, são menos responsivos ao tratamento e mostram mais lentidão na melhora ao longo do tempo. 

A proximidade dos sintomas com outros tipos de depressão e a dificuldade de reconhecê-la por achar que os sinais estão relacionados à personalidade, são obstáculos para diagnosticar e tratar o transtorno.

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A causa desse tipo de depressão ainda é desconhecida, porém estudos apontam para fatores bioquímicos, genéticos e ambientais semelhantes ao transtorno depressivo maior, como alterações anatômicas no cérebro, predisposição familiar e situações adversas que incluem momentos de estresse, acidentes, problemas financeiros, entre outros. 

O primeiro passo para o tratamento consiste em procurar um especialista e fazer um diagnóstico preciso. Com base na gravidade dos sintomas, perfil do paciente, tratamentos anteriores, problemas emocionais associados, estilo de vida, entre outras características, o profissional poderá indicar o tratamento mais adequado. 

Respondido por:

CAMILA PUERTAS. Psicóloga graduada pela PUC-CAMPINAS, pós-graduada em Psicoterapia Psicanalítica pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e especialista em Psicoterapia Psicodinâmica dos Transtornos da Personalidade pela mesma instituição. Foi psicóloga pesquisadora de 2018 a 2019 na Clínica de Cetamina Unifesp Psiquiatria e Psicologia Médica da UNIFESP e atualmente atende na clínica Remind e é mestranda do Programa de Pós Graduação de Psiquiatria e Psicologia Médica da UNIFESP. 

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