Mudanças, encontros e desencontros
Hey folks,
Voltei. Sim voltei. Desde minha ultima coluna aqui se passaram 2 anos. Nesse tempo, eu tive outra filha e até mudei de cidade. E, por essas mudanças e algumas de ordem mais particular, precisei me afastar de algo que amo fazer: escrever minha coluna da Boa Forma. E é sobre mudanças que vou falar hoje e a importância do nosso tempo.
Não vou falar de burnout, depressão, ansiedade ou estresse, porque não foi esse o caso. E eu mudo com frequência exatamente para evitar isso. Sou radicalmente contra ser workaholic. Não vejo valor nisso. Preso sempre pelo equilíbrio. Claro que, em alguns momentos da vida, precisamos dar mais ênfase em algumas coisas do que em outras. Mas jamais abandonar uma coisa importante por outra também importante.
E a vida me pediu para desacelerar. E como sou muito ligado à vida e aos sinais que ela nos dá. Desacelerei. Minha esposa engravidou e senti que não era essa vida que queria para minhas filhas. E mudei.
Fui para o interior, ver o sol nascer e se por. Respirar, e me reestruturar para o novo eu, e até o novo nós que sairia dali. Era o momento de uma travessia. Uma travessia é como uma estrada com neblina.
Você não para, porque seria perigoso. Mas você desacelera. Anda bem devagarinho, presta mais atenção. Conserva a segurança, mas também entra no nevoeiro sem ver bem onde vai chegar. E continua andando. Porque sabe que deve andar. Mesmo sem ver o ponto final. A vida é caminhar. E mudar. Embora taurino, eu abraço as mudanças. Meu ideal de vida é mudar de casa a cada cinco anos. Nem que seja para o vizinho. Mas ver outro ponto de vista. Outro ponto de vida.
Quem acompanha a coluna sabe que falo de treinamento físico, mas principalmente de reabilitação tridimensional. E mudanças fazem parte de ambos. Inclusive, um dos princípios do treinamento preconiza exatamente a mudança de estímulos. Esse principio diz que se fizermos sempre a mesma coisa, nosso corpo se adapta a esse estímulo e para de evoluir.
Muitas vezes nos apegamos ao que sempre deu certo. E tudo dá certo até não dar mais. E se ficarmos presos a esse método, esse formato, essa técnica, a esse passado, geramos dor em nós e nos outros.
Como profissional, você tem que estar disposto a mudar. E, como disse lá em cima, também temos que escutar, nesse caso não só a vida, mas os nossos clientes. Escutar o que eles dizem, e também o que não dizem.
Escutar o que nem sabem que estão falando. Escutar o corpo, a mente e o espírito. A santa trindade do 3D. Toda base da reabilitação funcional passa por essa comunicação, onde a dor é uma das principais formas de expressão do corpo, e talvez, o principal “drive” da reabilitação.
Pensa comigo: quantas vezes você fechou seus olhos e pediu por alguma melhora? Um novo emprego (ou até um emprego no caso de estar desempregado). Um novo romance. Uma chance, uma oportunidade. E como você acha que elas vão aparecer pra você? Vai vir uma mensagem de texto no seu celular dizendo: bom dia, sou sua oportunidade, apenas faça o que estou pedindo e tudo dará certo?
Pois é, muita gente espera que a vida seja assim, e vai deixando uma oportunidade atrás da outra passar, porque não vê os sinais. Porque está desconectado do universo. Porque tem medo de mudar. Porque tem medo do desconhecido. Mas se estamos aqui pra aprender, esse aprendizado só pode passar pelo desconhecido, senão você já conhece, e não será aprendizado.
Se eu pudesse te recomendar apenas uma coisa, seria abra seu coração à vida. Diminua algumas vezes a marcha, levante a cabeça e veja os novos horizontes. E mude. Eu faço sempre isso. É mais fácil do que parece. E altamente recompensador.
Voltei. Mudado, e nas próximas semanas trarei essa mudança aqui para a coluna. E, se não podemos tomar banho duas vezes no mesmo rio, porque nem eu nem o rio somos os mesmos, também nesse caso, nem eu, nem a coluna, nem a Boa Forma somos os mesmos. Tudo será como antes, só que diferente. Bora comigo para essa linda jornada em rumo ao desconhecido, rumo a vida!
Forte abraço,
Samorai