A nova dieta detox baseada em plantas comestíveis – as pancs!
A versão atual da dieta que incentiva a limpeza do organismo de dentro para fora tem como protagonistas plantas com o poder de acelerar a perda de peso
Depois de todas as celebrações e viagens do começo do ano (que se estenderam até o fim do Carnaval, a gente sabe), seu corpo merece um período de detox. Faça essa limpeza interna sem pressa, como manda o manual da nutrição funcional – linha que mais defende a purificação do organismo. Aproveite também para incluir no menu as novas aliadas do método: as pancs – plantas alimentícias não convencionais. Elas intensificam a dieta e, assim, você começa 2017 (agora de verdade!) com mais energia e menos gordurinhas.
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Os nomes são diferentões – ora-pro-nóbis, beldroega, azedinha e vinagreira –, mas, se você está pensando que vai ser difícil encontrar as pancs, engano seu. Elas costumam marcar presença em feiras livres e orgânicas – e por um preço bem amigável! Junto com os outros alimentos antioxidantes do cardápio, garantem os 45 nutrientes e compostos bioativos imprescindíveis no processo de limpeza. “Sem essas substâncias, a detoxificação [ou simplesmente detox] não acontece”, avisa a nutricionista Valéria Paschoal, da VP Centro de Nutrição Funcional, em São Paulo.
Outra medida para a empreitada ser bem-sucedida: suspender a carne vermelha, as bebidas alcoólicas e todos os produtos industrializados. “As refeições devem ser compostas de escolhas mais naturais (frutas, verduras, legumes) e, se possível, orgânicas”, explica a nutricionista Alessandra Feltre, de Belo Horizonte. Ao poupar o corpo das comidas que carregam mais toxinas para dentro, você aumenta a chance de ele desinflamar e (ulalá!) resistir menos à perda de peso.
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Varie as pancs
O rodízio entre as plantas é regra! Se hoje você incluir beldroega no suco verde, da próxima vez use azedinha e, então, ora-pro-nóbis. Achou somente uma delas para comprar? Tudo bem: alterne com rúcula, espinafre… E assim vai. Diversifique as escolhas também na hora de montar o prato. Além de favorecer o detox, variar os alimentos contribui para reeducar os hábitos à mesa. “Você é incentivada a comer mais frutas e vegetais”, comenta Alessandra.
Precisar, precisa?
Em outros tempos, adotar um menu detox talvez fosse bobagem. Afinal, o corpo tem a incrível capacidade de se desintoxicar por meio de suas vias naturais: fígado, rins, intestino, suor e lágrima. Mas ele pode não dar conta da sobrecarga da vida moderna. “Somos expostas a uma quantidade alta de toxinas que vão parar dentro do nosso organismo por intermédio dos agentes externos”, diz a nutricionista de Belo Horizonte.
Só para citar alguns deles: água e ar poluídos, alimentos carregados de agrotóxicos, corantes e conservantes, cosméticos com metais pesados (sim, até aquele creminho que você ama pode contaminar seu corpo), bebida alcoólica em excesso e panelas de alumínio ou antiaderentes gastas. Por isso o detox é bem-vindo – ele dá uma força para jogar o excesso de lixo para fora.
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Novas aliadas
O formato e a textura das pancs causam certa estranheza: algumas são peludinhas, outras crocantes. Mas, como podem ser incluídas no suco, na salada e até na omelete, logo você descobre de que maneira essas plantas agradam seu paladar. Vai gostar ainda mais assim que souber como elas agem no organismo e favorecem o detox.
Vinagreira (Hibiscus sabdariffa)
Você já conhece essa plantinha – também chamada de hibisco. Seus fitoquímicos, especialmente as antocianidinas, ativam algumas enzimas que participam do processo de detoxificação. Prepare uma infusão. “Assim, as substâncias benéficas se tornam biodisponíveis”, explica Valéria Paschoal. Atenção: em excesso, o hibisco pode interferir em alguns hormônios sexuais.
Azedinha (Rumex acetosa)
Além das antocianidinas, oferece vitaminas A, C e K e magnésio. Afervente as folhas antes de incluir no suco ou acrescente-as ao preparo da omelete, da sopa e de outras receitas que vão ao fogo. “Não deixe de submeter a azedinha ao calor e, assim, eliminar os ácidos oxálicos – substâncias presentes na planta que, em excesso, dificultam o funcionamento do fígado”, alerta Valéria.
Ora-pro-nóbis (Pereskia aculeata)
É rica em proteína, mas são seus fitoquímicos que entram em ação no detox. Ainda garante vitaminas A, B9 e C, magnésio, cálcio, zinco – nutrientes que colaboram para o equilíbrio orgânico. Mergulhe na água fervente por 10 minutos ou refogue, pelos mesmos motivos da azedinha.
Folha de mostarda (Brassica juncea)
Contém glicosinolatos – compostos bioativos que potencializam o trabalho do fígado na eliminação das toxinas. Outros bônus: vitaminas A e C, cálcio, potássio e fósforo. Rasgue as folhas para que os glicosinolatos fiquem biodisponíveis e, em seguida, leve ao fogo – o cozimento inativa as substâncias prejudiciais ao funcionamento da tireoide.
Beldroega (Portulaca oleracea)
Apresenta altas concentrações de glutationa – composto que ativa as enzimas hepáticas, além de combater os radicais livres. Fonte de magnésio, zinco, cálcio, manganês, ferro, fósforo, potássio, ômega-3, vitaminas E e C e betacaroteno. Consuma crua.