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Colesterol sob controle: atualização da SBC sobre a importância da atividade física

Nova diretriz brasileira cria categoria de risco extremo e muda metas

Por Maraísa Bueno
Atualizado em 26 set 2025, 13h13 - Publicado em 25 set 2025, 16h00
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Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) lançou a atualização da Diretriz Brasileira de Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose (freepik/Freepik)
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Na última quarta-feira, dia 24 de setembro, a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) lançou a atualização da Diretriz Brasileira de Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose. Esse documento, cuja última versão foi publicada em 2017, traz novas metas de colesterol e novos marcadores, como a categoria de risco extremo.

A principal alteração está no LDL, também chamado de “colesterol ruim”. É nele que foi criada a categoria de risco extremo, voltada para pacientes que já tiveram casos cardiovasculares: para esses indivíduos, a meta é de 40 mg/dL.

Veja a seguir as novas diretrizes:

  • Baixo risco: menor que 115 mg/dL (antes era menor que 130 mg/dL)
  • Intermediário: menor que 100 mg/dL (antes era menor que 100 mg/dL)
  • Alto: menor que 70 mg/dL (sem alteração)
  • Muito alto: <50 mg/dL (antes era menor que 70 mg/dL)
  • Extremo: <40 mg/dL (nao existia na diretriz anterior)

O que é colesterol?

O colesterol é uma gordura presente no organismo humano responsável por diversas funções vitais. O problema é quando as taxas de colesterol estão elevadas. Quando isso ocorre, as chances de que essa gordura se deposite nas paredes de veias e artérias aumentam muito, criando a chamada arteroesclerose. “Desenvolvemos pequenas placas de gordura por toda a nossa vida. Dentro delas temos muitas coisas, como células inflamatórias, fibras elásticas e, principalmente, colesterol”, diz o médico cardiologista Fabio Fernandes.

Quanto mais colesterol existe dentro dessa placa de gordura, maior a chance dela se romper. Quando a placa se rompe nas artérias, temos um infarto. Se acontece na carótida, temos um AVC”, afirma Fernandes.

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Como as atividades físicas ajudam no colesterol?

Manter uma rotina de treinos pode ser a ajuda que faltava para você conseguir controlar os níveis de colesterol, uma vez que os exercícios físicos são capazes de diminuir do colesterol LDL (“colesterol ruim”) e com o aumento do colesterol HDL (“colesterol bom”).

De acordo com o profissional de educação física e diretor técnico da Bodytech, Eduardo Netto, diante de um cenário onde quatro entre dez brasileiros possuem nível adulterado de colesterol, a prática de atividades físicas deve ser uma prioridade para gerenciar as altas taxas da substância no organismo, assim como melhorar a composição corporal, regular o metabolismo lipídico e gerar um efeito anti-inflamatório. No entanto, para que o treino seja benéfico, é preciso apostar no tipo certo de exercício.

“No caso do objetivo de redução do LDL, exercícios aeróbicos regulares são mais indicados. Já para incremento do HDL, atividades de alta intensidade e treinamento de resistência são mais eficazes. Importante reforçarmos que a combinação de diferentes tipos de exercícios pode proporcionar os melhores resultados para a saúde cardiovascular”, ele explica.

Como começar a treinar para controlar os níveis de colesterol?

Para quem quer dar o start e abandonar o sedentarismo, o profissional sugere apostar em alguns fatores como:

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“Além disso, buscar apoio e motivação de amigos, familiares ou grupos de apoio pode ser muito útil para manter a constância. Ouvir o próprio corpo e respeitar seus limites, garantindo períodos adequados de descanso, também é crucial”, ressalta Netto. “Essas práticas não apenas contribuirão para a redução dos níveis de colesterol LDL, mas também promoverão uma saúde geral melhorada e um maior bem-estar físico e mental”, complementa.

Por fim, o profissional da Bodytech aponta que, para os adultos, 150 minutos semanais de atividade aeróbica moderada são eficazes na redução dos níveis de LDL. Quanto às crianças, evidências científicas destacam que aquelas que praticam pelo menos 60 minutos de atividade física moderada a vigorosa diariamente apresentam menores níveis de colesterol LDL e melhores perfis lipídicos.

Colesterol alto: riscos sintomas e grupos de atenção

O cirurgião vascular Dr. Marcelo José de Almeida, membro da Comissão de Aneurismas da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular – Regional São Paulo (SBACV-SP), explica que o colesterol alto, especialmente o tipo LDL, se acumula nas paredes das artérias, formando placas de gordura. “Com o tempo, essas placas estreitam e endurecem as artérias, processo chamado aterosclerose, que dificulta o fluxo de sangue e pode causar infarto ou AVC”, alerta o especialista.

Segundo ele, o LDL elevado também aumenta a inflamação nas artérias, principalmente quando há hipertensão. “Há inúmeras pesquisas comprovando que a redução do colesterol ‘ruim’ traz benefícios significativos na prevenção de doenças vasculares. Uma grande pesquisa, com 170 mil pessoas, comprovou que quanto maior a redução do LDL com o uso de estatinas, maior a proteção contra essas doenças”, explica. “Também Cumpre ressaltar que a adoção de hábitos saudáveis é fundamental para manter a saúde e envelhecer com qualidade de vida”, reforça o médico.

Além disso, o colesterol alto raramente apresenta sinais clínicos, sendo conhecido como o “assassino silencioso”, pois a maioria dos pacientes não sente sintomas. A única forma de identificar o risco é por meio de exames de sangue regulares.

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Entre as complicações mais comuns estão infarto do miocárdio, AVC, doença arterial periférica e angina. Alguns grupos precisam redobrar a atenção, como pessoas com histórico familiar de colesterol alto ou doenças cardiovasculares, diabéticos, hipertensos, fumantes, idosos, homens acima de 45 anos e mulheres após a menopausa.

Quando há histórico familiar de colesterol alto por causa de uma condição genética, chamada hipercolesterolemia familiar, os médicos recomendam que o exame de colesterol seja feito já a partir dos dez anos de idade, para que o problema seja identificado e tratado o quanto antes.

7 dicas que ajudam a baixar o colesterol ruim (LDL)

1

Evite gorduras não saudáveis

O consumo de gorduras trans e saturadas deve ser evitado, uma vez que pode prejudicar o organismo, resultando no aumento do perfil inflamatório e lipídico e contribuindo para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares e metabólicas.

“A ingestão de frituras de imersão e carnes gordas, por exemplo, deve ser reduzida, pois elas não fazem bem para circulação, aumentando a quantidade de colesterol nas artérias e favorecendo a aterosclerose”, diz a Dra. Aline Lamaita, cirurgiã vascular e membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular.

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Da mesma forma, se você está acima do peso devido ao consumo excessivo de gorduras, também corre um risco maior de colesterol alto.

2

Não exagere no açúcar

Segundo a cirurgiã vascular, estudos recentes vêm apontando os carboidratos e açúcares como grandes vilões para o aumento de colesterol.

“Há uma linha de pesquisa que aponta que, para controlar o colesterol, precisamos diminuir o consumo de açúcares e carboidratos no dia a dia”, afirma a médica.

“Esses alimentos, em excesso, podem levar também ao desenvolvimento de diabetes e problemas como resistência à insulina. O açúcar em excesso acarreta maior inflamação, com consequente risco de diabetes — que é o maior fator de risco para doença renal crônica no mundo”, completa a Dra. Caroline Reigada, médica nefrologista e intensivista.

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E tome cuidado com os açúcares escondidos, que também podem aumentar seu peso e piorar o perfil lipídico.

“Conheça os ingredientes e leia atentamente os rótulos nutricionais. Fique longe de alimentos que contenham fontes ocultas de açúcar, como xarope de milho com alto teor de frutose e algumas dextrinas”, conta a Dra. Marcella Garcez, médica nutróloga, diretora e professora da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN).

3

Aposte em alimentos fontes de gorduras boas

Vale lembrar que nem toda a gordura é ruim. “O azeite, a castanha, o abacate e os peixes, por exemplo, são ricos em gorduras benéficas para o organismo que favorecem o sistema circulatório e melhoram a qualidade de circulação, diminuindo o colesterol ruim e aumentando o colesterol bom”, aconselha a Dra. Aline.

“Por exemplo, o DHA, abreviação de ácido docosahexaenóico, é um ácido graxo poli-insaturado que, quando ingerido regularmente, pode contribuir para o funcionamento cardíaco adequado e ajudar a diminuir os níveis de LDL e aumentar os níveis HDL, o colesterol ‘saudável’”, explica a nefrologista.

Salmão, sardinha e atum são fontes populares de DHA.

4

Inclua fibras na dieta

O consumo de fibras é uma excelente opção para reduzir os níveis de colesterol. “Os alimentos ricos em fibras são capazes de sequestrar a gordura alimentar no intestino, assim diminuindo a absorção do colesterol, de gorduras e de açúcares”, afirma a nutróloga.

“Uma excelente opção para quem deseja consumir mais fibras é, por exemplo, a aveia, já que contém uma fibra solúvel chamada betaglucana, que retarda o esvaziamento gástrico, promovendo maior saciedade, melhora a circulação, controla a absorção de açúcares e inibe a absorção de gorduras, ajudando a baixar o colesterol ruim. As frutas cítricas também são grandes aliadas, pois são ricas em fibras e substâncias antioxidantes”, destaca Garcez.

5

Consuma alimentos que ajudem a reduzir o colesterol

Segundo a Dra. Marcella, além das fibras, os fitoesteróis, que estão presentes no azeite de oliva, linhaça, nozes, castanhas, peixes de água fria, chocolate amargo e abacate, também podem ajudar a reduzir os níveis de colesterol, pois competem por receptores intestinais das moléculas de colesterol exógeno, reduzindo assim sua absorção.

“Aposte também em alimentos ricos em ômega 3, como o salmão e as sementes de linhaça e chia, que é responsável por prevenir doenças cardiovasculares, evitar a formação de coágulos e diminuir os níveis de colesterol”, completa.

6

Fuja do sedentarismo

Medidas simples como subir escadas, se movimentar mais, fazer caminhadas e se exercitar diariamente são atitudes que ajudam a diminuir o colesterol. “Ser ativo por 30 minutos na maioria dos dias pode ajudar a reduzir o colesterol ruim e aumentar o colesterol bom”, explica o Dra. Caroline.

7

Largue o cigarro

Se você fuma, saiba que as inúmeras substâncias tóxicas presentes no cigarro podem oxidar o colesterol bom e transformá-lo em colesterol ruim.

“Com o cigarro, os níveis de colesterol também ficam fora de controle, já que a fumaça aumenta os níveis de LDL, ou colesterol ‘ruim’, e de uma gordura no sangue chamada triglicerídeos. Isso faz com que uma placa de gordura se acumule em suas artérias, aumentando o risco de ataques cardíacos”, explica a médica Caroline.

Por fim, Lamaita ressalta a importância da realização anual de exames para acompanhar os níveis de colesterol e diagnosticar qualquer possível complicação precocemente.

“Além disso, aqueles que já apresentam níveis de colesterol acima do recomendado devem consultar um médico regularmente, afinal, a intensidade do controle do colesterol, com o uso de medicamentos ou apenas com a adoção de uma alimentação balanceada, depende do risco cardiovascular de cada indivíduo, variando caso a caso”, finaliza a médica.

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