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“Não queria que tivessem pena”, diz leitora que venceu o câncer

A engenheira curitibana Carolina Bronze Zimer, de 35 anos, descobriu na musculação a chave para superar o câncer

Por Marina Oliveira (colaboradora)
Atualizado em 28 out 2016, 16h52 - Publicado em 25 dez 2015, 07h00

Não queria que as pessoas ficassem me olhando com pena. Foi por isso que abandonei a academia – que amava e frequentava de segunda a sábado. Era 2012 quando um exame de rotina detectou um câncer de mama, logo no início. Apesar de a cirurgia ter retirado o tumor, precisei fazer quimioterapia por quatro meses. 

Quinze dias após a primeira sessão, o meu cabelo começou a cair. Por isso, decidi raspar a cabeça e usar lenços. Não é que eu tenha me achado feia, mas, todas as vezes em que me via no espelho, lembrava que estava fazendo quimioterapia. Quando o médico me liberou para voltar à academia, não quis ir. Só depois de conversar muito com a minha personal trainer, resolvi dar uma chance à minha antiga paixão. Escolhi um lenço curtinho e fui. É claro que não era a mesma coisa porque me sentia mais cansada. Mesmo assim, não diminuí a frequência, somente a intensidade. Foi a malhação que me deu mais disposição para enfrentar o tratamento e me ajudou a recuperar a autoestima. Percebi que, apesar de o cabelo ter ido embora, ainda era capaz de fazer o que gostava. A recepção das pessoas foi incrível! 

Elas me admiravam por estar lá, mesmo enfrentando o câncer. Quando você passa muito tempo no hospital, é reconfortante encontrar pessoas saudáveis. Se eu tivesse abandonado esse convívio, acho que teria me deprimido. Treinar me ajudou a gostar da minha nova imagem. E nem era pelo corpo, mas porque eu me enxergava e me sentia mais bonita.”