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Fisioterapia pélvica: o que é e benefícios

Essa especialidade da fisioterapia visa trabalhar tudo que fica na região baixa do abdômen

Por Victoria Theonila
Atualizado em 31 mar 2023, 18h38 - Publicado em 7 mar 2023, 10h18

Se engana quem acha que a fisioterapia pélvica é indicada apenas para gestantes, que tendem a perder força no assoalho pélvico conforme o avanço da gravidez.

A partir de exercícios específicos, essa especialidade também é indicada no tratamento e prevenção de homens e mulheres com disfunções sexuais, no tratamento de incontinência e contra as dores na região pélvica e abdominal.

A fisioterapia pélvica atua nas disfunções do assoalho pélvico (um conjunto de estruturas, ligamentos, fáscias e vários músculos que revestem a abertura inferior da bacia), que podem estar relacionadas a problemas urológicos, ginecológicos, proctológicos e/ou sexuais. Essas disfunções podem acometer mulheres e homens de qualquer idade, inclusive crianças”, explica a fisioterapeuta Gabriela Olbrich de Souza. 

PROBLEMAS NO ASSOALHO PÉLVICO

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Essa região está envolvida em:

  • Sustentação dos órgãos pélvicos;
  • Controle de esfíncters uretral e anal auxiliando a continência urinária e fecal;
  • Função sexual; 
  • Trabalho de parto; 

“Portanto, uma disfunção no assoalho pode acarretar em problemas como incontinência urinária, fecal ou de flatos (gases), constipação, prolapsos genitais — que é a descida de um órgão genital, popularmente conhecido como ‘bexiga caída’, dores durante a relação sexual, entre outros”, acrescenta Souza.

COMO FUNCIONA A FISIOTERAPIA PÉLVICA

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Após a avaliação das condições apresentadas pelo paciente, o fisioterapeuta prepara uma série de exercícios de relaxamento e contração, a fim de promover a reabilitação da região do assoalho pélvico, garantindo força, resistência, recuperação, potência e até mesmo o relaxamento dos músculos desta região.

Há também a associação com aparelhos de estimulação elétrica. Contudo, a estimulação elétrica é contraindicada para pacientes com implante metálico e/ou com DIU de cobre.

A fisioterapia pélvica é muito individualizada, então após uma avaliação minuciosa que inclui anamnese e avaliação física (tipo a da ginecologista, mas avaliando a função muscular), o profissional prepara uma estratégia de tratamento com exercícios que são realizados no consultório e em casa”, indica a fisioterapeuta pélvica e sexóloga Giovanna Fornasari

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De acordo com a Dra. Calomeny, em muitos casos, a resposta clínica aos exercícios e estimulação elétrica já trazem resultados positivos ao paciente, evitando assim o tratamento medicamentoso e até o procedimento cirúrgico para casos de problemas no assoalho.

Atenção!

Sem a avaliação adequada, os exercícios de fisioterapia pélvica podem agravar o problema.

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NA GRAVIDEZ

Ainda que indicada para diferentes disfunções, na gravidez, a fisioterapia pélvica é indicada para o pré e pós-parto, na preparação para o mesmo e até na recuperação mais rápida da mulher no puerpério. “A fisioterapia pélvica é indicada desde o início da gravidez, pensando no fortalecimento dos músculos do assoalho pélvico, que vai ficando sobrecarregado conforme o avanço da gravidez e o peso da barriga. Mais próximo do parto, os músculos do períneo vão relaxando e a fisioterapia é ideal para reforçar o fortalecimento e até mesmo evitar a incontinência urinária”, diz a médica ginecologista Dra. Taís Calomeny.

Além disso, Fornasari acrescenta que, na gestação, a fisioterapia pélvica também é indicada para:

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  • Prevenção de incontinência urinária;
  • Prevenção de prolapso (bexiga caída);
  • Treino expulsivo;
  • Minimizar as lacerações;
  • Orientar da gestante como previnir dores;
  • Orientar o acompanhante que vai entrar no parto;
  • Tratar dores;
  • Manter intestino funcionando;
  • Aliviar a falta de ar;
  • Ganhar mobilidade da pelve.

QUAL A DIFERENÇA ENTRE FISIOTERAPIA PÉLVICA E POMPOARISMO?

“A fisioterapia pélvica é uma especialidade dentro da fisioterapia com o objetivo de reabilitar funções e prevenir disfunções urológicas (relacionadas ao xixi), coloproctológicas (relacionadas ao coco) e ginecológicas (tudo que envolve a vagina, como questões sexuais, parto, dor, pós parto, etc..). Tudo isso com um olhar para o assoalho pélvico. Já, o profissional de pompoarismo não trata patologias, por não ter a bagagem e a visão clínica de avaliar as funções acima citadas.

Tanto o pompoarismo quanto o fisioterapeuta pélvico tem sua importância, porém quando se trata de restabelecer a função, como é o caso das incontinências urinárias e fecais; prisão de ventre, dor na relação sexual, dificuldade na penetração ou qualquer outro problema relacionado com a pelve, o fisioterapeuta é o mais indicado para atuar na reabilitação. Podemos dizer que algumas vezes fazemos um pompoarismo com ciência para prevenção de disfunções ou melhora do desempenho sexual”, finaliza Fornasari.

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