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Jejum intermitente funciona? Veja mitos e verdades sobre a perda de peso

Médica desmistifica alguns rumores e dá dicas para eliminar gordura de um jeito saudável

Por Juliany Rodrigues
Atualizado em 21 out 2024, 16h38 - Publicado em 4 set 2023, 13h30
mitos e verdades sobre a perda de peso
Esclareça alguns dos pontos que mais geram dúvidas quando falamos sobre emagrecimento | (Racool_studio/Freepik)
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Para eliminar aqueles quilinhos a mais rapidamente, muitas pessoas colocam em prática dicas que ouvem de amigos e/ou familiares, ou que adquirem por meio de vídeos e conteúdos nas redes sociais. No entanto, emagrecer com saúde é um processo complexo que necessita de cuidados específicos, mudanças de hábitos e muito mais do que apenas seguir orientações sem fundamento. Pensando nisso, a Dra. Paula Peres, médica especialista em ultrassonografia e co-fundadora do Grupo Bello Vero, desmistifica os mais populares mitos e verdades sobre a perda de peso. Confira:

1

Jejum intermitente emagrece?

Verdade.

Por aumentar a oxidação de gordura e induzir adaptações fisiológicas favoráveis à perda de peso, o jejum intermitente realmente pode auxiliar no emagrecimento. “Um exemplo que podemos dar é o aumento dos hormônios adrenalina e GH. Porém, isso não significa, necessariamente, uma maior perda de gordura, mas é um fator determinante para ter um bom resultado a longo prazo”, diz a Dra. Paula.

No entanto, apesar de ser uma estratégia válida, precisamos ressaltar que o método não é seguro para todos e pode desencadear alguns sérios problemas, como deficiências nutricionais, perda de massa muscular e óssea, compulsão alimentar e até mesmo anorexia nervosa. Além disso, é totalmente contraindicado para diabéticos, gestantes, lactantes, crianças e adolescentes, portadores de doenças crônicas e pessoas com histórico prévio de transtornos alimentares.

Por esse motivo, a Dra. Paula destaca que é fundamental procurar um nutricionista para entender qual o prazo de jejum é o indicado para o seu organismo e rotina. Também é preciso lembrar que se exercitar em jejum não altera significativamente o gasto calórico e que é indispensável se alimentar antes de praticar qualquer atividade.

2

Contagem de calorias é obrigatória para uma dieta eficiente?

Mito.

Contar calorias está longe de ser a maneira mais saudável, física e mentalmente, para emagrecer. Isso porque essa prática ignora o fato de que a composição nutricional ideal do plano alimentar vai muito além das calorias ingeridas. “Temos que pensar em como manter todos os outros níveis balanceados enquanto o corpo está tentando gastar energia e gordura, por exemplo, o volume de proteínas, carboidratos, lipídios e micronutrientes (minerais e vitaminas)”, afirma a médica.

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Nesse sentido, vale um alerta: seguir dietas com muitas restrições e baixas calorias pode trazer consequências negativas para o organismo a longo prazo, entre elas, fraqueza, compulsão alimentar, deficiências nutricionais e comprometimento do sistema imunológico. Portanto, por mais que elas prometam efeitos rápidos, é importante entender que a jornada de emagrecimento deve priorizar a sua saúde e bem-estar acima de tudo e que ela depende de paciência e dedicação ao longo do tempo.

3

Sono contribui no ganho ou perda de peso?

Verdade.

O sono é fundamental para a regulação de dois hormônios relacionados á fome e a saciedade: a grelina e a leptina. Quando não dormimos adequadamente, eles podem ficar desequilibrados, provocando um aumento do apetite durante o dia e a redução da sensação de saciedade após a refeições. Com isso, pode desencadear o consumo excessivo de alimentos, o que contribui diretamente para o ganho de peso. “Além desses fatores, quem dorme menos tem um número maior de horas em que pode se alimentar e menos disposição para a prática de atividades físicas”, completa a médica.

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Ainda segundo a especialista, ingerir carboidratos após às 18h ou antes de dormir não é necessariamente prejudicial ao emagrecimento, como muitos acreditam. “Esse é mais um mito, uma vez que não existem estudos científicos que comprovam que pessoas que consomem carboidratos no período da noite engordam com mais facilidade. Inclusive, se você gosta de malhar pela manhã, é até indicado que adote esse hábito, para repor os estoques de glicogênio muscular e hepático”, afirma.

4

Bebidas alcoólicas atrapalham o emagrecimento?

Verdade.

Como conta a especialista, as calorias presentes nas bebidas alcoólicas são chamadas de “calorias vazias“, por não trazerem nenhum nutriente ou benefício ao corpo. Na verdade, causam uma prioridade metabólica, fazendo com que a pessoa elimine o álcool o mais rápido possível e tenha um atraso na quebra de gordura do restante dos alimentos.

“Se pensarmos, especialmente, em consumo calórico, o álcool oferece 7 Kcal por grama. Considerando uma cerveja com 4,5% de álcool, em um volume de 350ml, teríamos 15,7g de álcool puro, ou seja, 110,25 Kcal – sem contar os outros componentes presentes no produto que elevam, ainda mais, a quantidade de calorias”, diz ela.

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5

Depressão e ansiedade influenciam no peso corporal?

Verdade.

Essas duas condições de saúde mental podem influenciar nas alterações em relação à balança ou ao físico por diversos motivos. “Se pensarmos de modo comportamental, pessoas com depressão e ansiedade tendem a comer mais e, inclusive, alimentos mais calóricos, como forma de adquirir conforto, ou prazer, o famoso ‘comfort food’. Outra razão pode estar associada à desregulação hormonal ou administração de medicamentos, que podem ter efeitos adversos, como aumento ou redução de apetite”, ressalta a Dra. Paula Peres.

Ao apresentar sintomas desses transtornos, não deixe de buscar o apoio de profissionais especializados, a fim de realizar o seu devido acompanhamento e tratamento. “Uma das medidas que oferecemos para ajudar pessoas com depressão e ansiedade crônicas, ou seja, resistentes aos tratamentos convencionais, é a infusão de cetamina, que apresenta resultados rápidos e satisfatórios”.

Após revelar os principais mitos e verdades sobre a perda de peso, a médica lembra que cada processo de emagrecimento é único e que comparações ou dietas sem prescrição podem não funcionar, já que fatores biológicos e genéticos precisam ser levados em consideração.

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“A composição corporal é muito importante para determinar isso. Indivíduos que possuem o percentual de gordura muito baixo podem ter dificuldades para absorver vitaminas lipossolúveis, como A, D, E e K. Nesses casos, não há necessidade de emagrecimento. O indicado é sempre consultar um profissional, para saber se é o seu caso. Mas, não se preocupe, existem diversas outras formas de um profissional auxiliar, como no ganho de massa muscular ou na manutenção da saúde”, conclui a Dra. Paula.

 

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