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Influencer Luana Andrade morre aos 29 anos após lipoaspiração

A causa da morte foi uma embolia pulmonar maciça. Saiba mais sobre os riscos da lipoaspiração

Por Juliany Rodrigues
Atualizado em 9 nov 2023, 21h24 - Publicado em 8 nov 2023, 20h10

A modelo e assistente de palco do programa “Domingo Legal”, do SBT, Luana Andrade, morreu aos 29 anos. Ela, que também participou da 6ª edição do reality “Power Couple Brasil”, da Record, era noiva do empresário João Hadad.

A assessoria de imprensa e os amigos dela confirmaram a notícia na terça-feira, 7 de novembro. “É com profunda tristeza que comunicamos o falecimento da nossa querida assessorada Luana Andrade. Nossos mais sinceros sentimentos aos familiares e amigos”, diz o comunicado publicado pela MM Estratégia de Imagem.

De acordo com um dos empresários da influenciadora, Marcos Moraes, Luana foi realizar um procedimento estético no Hospital São Luiz do Itaim, em São Paulo, na última segunda-feira (6), e acabou tendo complicações. “Ela estava fazendo um procedimento, uma lipo na coxa. Fez abdômen e ia fazer perna. Na gordurinha do joelho, foi onde aconteceu a fatalidade”, contou ele.

“Estava tudo bem, era com um dos profissionais mais conceituados do mercado, e aí aconteceu essa fatalidade. Ela veio a ter a parada cardíaca no meio do procedimento”, disse. “A equipe foi maravilhosa. Não teve erro médico, foi uma fatalidade. Ela tinha feito os exames pré-operatórios, não tinha nada errado”, destacou Moraes.

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A modelo sofreu quatro paradas cardíacas. “Ela teve a primeira e reanimaram. Teve a segunda, ficou tudo bem. Teve a terceira, ficou tudo bem. E teve a quarta, que foi na madrugada”, afirmou o empresário.

Em nota, o Hospital informou que a primeira parada cardíaca ocorreu após duas horas e meia de cirurgia, sendo que a equipe imediatamente reanimou a paciente. O procedimento foi interrompido e Luana passou por uma bateria de exames, que constataram uma trombose maciça.

Devido a isso, ela teve que ser transferida para a UTI, onde passou por um tratamento medicamentoso e hemodinâmico. No entanto, mesmo com os esforços dos profissionais da unidade de saúde, a evolução do quadro foi desfavorável. A causa da morte foi uma embolia pulmonar maciça.

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ENTENDA A EMBOLIA PULMONAR MACIÇA

Em entrevista à Boa Forma, a Dra. Michelle Andreata, médica pneumologista da Saúde no Lar, explica que “a embolia pulmonar maciça impede que o sangue circule dentro do pulmão e faça a troca gasosa. Com isso, o indivíduo entra em asfixia, uma vez que não tem como o oxigênio que está no ar fazer a troca com o sangue”. A condição pode se manifestar com queda da pressão arterial, falta de ar e parada cardíaca.

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De acordo com ela, cirurgias extensas fazem parte dos fatores de risco para o problema, assim como insuficiência cardíaca, câncer, imobilização, obesidade, tabagismo, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), Covid-19, uso de anticoncepcionais com estrógeno, varizes, fraturas de grandes ossos, gestação e pós-parto.

SAIBA MAIS SOBRE OS RISCOS DA LIPOASPIRAÇÃO

Durante a lipoaspiração, o cirurgião plástico remove as células de gordura que fica na região subcutânea por meio de uma cânula à vácuo (vindo por uma seringa ou aparelho). Para ser seguro, a cirurgia não deve retirar mais do que 7% da gordura corporal do paciente.

Como qualquer outra cirurgia, a lipo, como é conhecida popularmente, envolve alguns riscos, sendo que os mais graves são: trombose venosa profunda, infecções e embolia gordurosa.

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“No pós-operatório, dependendo do profissional que fez a cirurgia e também de outros fatores, podem haver irregularidades de contorno. Ou seja, aqueles resultados que você olha e percebe que tem irregularidades, acúmulos de gordura onde não deveria ter“, completa a Dra. Maiéve Corralo, cirurgiã plástica. Hematomas, cicatrizes e inchaços também podem se surgir após a lipoaspiração.

Apesar disso, é importante lembrar que, no geral, complicações sérias são raras. “Não existe cirurgia isenta de riscos, nem procedimento médico que não envolva algum tipo de risco, especialmente quando se trata de um procedimento cirúrgico. Este necessariamente envolve uma técnica invasiva que requer anestesia, seja ela local ou geral. Em resumo, temos, no mínimo, dois procedimentos: o anestésico e o cirúrgico, cada um com seus próprios riscos”, fala o Dr. Eduardo Teixeira, professor em cirurgia plástica e membro do Colégio Brasileiro de Cirurgia Plástica.

De acordo com o Dr. Thiago Amorim, anestesista formado pelo Hospital Albert Einstein, a embolia gordurosa se dá quando a gordura cai na circulação sanguínea, podendo ser transportada para outras partes do corpo. “Como se trata de uma cirurgia de lipoaspiração, há a chance de a gordura cair na circulação sanguínea e ser levada até os pulmões, ocasionando uma diminuição na oxigenação, porque ela acaba se depositando nos capilares pulmonares e não deixa mais o sangue passar por ali e receber oxigênio”, diz.

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Não é uma intercorrência comum. Os sinais iniciais do quadro são: uma queda rápida e inexplicada na oxigenação da paciente, aumento da frequência cardíaca, diminuição da pressão arterial. Diante desse quadro, o anestesista começa a investigar o que está acontecendo e começa a tomar medidas para combater os malefícios ao corpo da paciente, principalmente, a queda na oxigenação e a diminuição da pressão”, completa o anestesiologista.

Além disso, o Dr. Diovane Ruaro, presidente do Colégio Brasileiro de Cirurgia Plástica, assegura que associar diferentes áreas na lipoaspiração, como abdômen, coxas, costas, flancos e axilas, é algo comum e que não implica necessariamente em um maior risco para o paciente, desde que todos os critérios de segurança sejam rigorosamente respeitados, incluindo as determinações do anestesista e do cardiologista e as avaliações e estratégias de risco do pré-operatório.

“De fato, cirurgias plásticas, incluindo a lipoaspiração, podem apresentar intercorrências e, ocasionalmente, complicações fatais. Diante disso, reiteramos a importância de realizar cirurgias, seja lipoaspiração, cirurgia mamária, abdominal, facial ou qualquer outra, com profissionais qualificados e experientes, em centros cirúrgicos devidamente equipados. É preferível realizar as cirurgias em hospitais que disponham de uma unidade de terapia intensiva (UTI) ou tenham fácil acesso a ela. O pré-operatório deve ser realizado da maneira mais criteriosa possível, escolhendo o momento mais adequado e levando em consideração a saúde do paciente, os exames e o tempo necessário para a recuperação”, ressalta Ruaro.

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