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Mau hálito estomacal ou bucal: como diferenciar?

Cerca de 40% da população mundial sofre com halitose, segundo a OMS. Confira como saber qual é a origem do problema

Por Ana Paula Ferreira
Atualizado em 21 out 2024, 17h33 - Publicado em 30 jun 2024, 10h00
Profissionais explicam as características do mau hálito estomacal e bucal
Profissionais explicam as características do mau hálito estomacal e bucal (diana.grytsku/Freepik)
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De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o mau hálito, ou halitose, é um incômodo que afeta a qualidade de vida de aproximadamente 40% da população mundial. E, por mais que não seja uma doença, em certas situações esse odor pode ser resultado do desenvolvimento de doenças gastrointestinais graves. Mas como é possível saber se a causa do problema é estomacal ou bucal?

Segundo profissionais da saúde, existem algumas características que podem indicar se o mau hálito é resultante de um problema no estômago ou na saúde bucal. A seguir, explicamos as diferenças entre eles.

Diferença entre mau hálito estomacal e bucal

De acordo com Lucas Nacif, cirurgião gastrointestinal e membro titular do Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva (CBCD), o mau hálito estomacal geralmente tem um odor mais forte e persistente, e pode ser acompanhado de outros sintomas, como azia ou refluxo. Mas, segundo ele, as doenças gastrointestinais só devem ser levadas em consideração como causadoras do mau hálito quando todas as alternativas forem descartadas.

“O mau hálito de origem gástrica frequentemente se manifesta através de sintomas como azia persistente, regurgitação ácida e desconforto abdominal após as refeições. Isso ocorre porque há a chance de esses indícios terem uma possível relação com problemas gastrointestinais, como refluxo gastroesofágico, no qual o conteúdo ácido do estômago retorna para o esôfago, causando desconforto e, consequentemente, contribuindo para o mau hálito”, explica o médico.

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Além disso, úlceras gástricas, que são feridas na parede do estômago, podem ser outra causa potencial, especialmente quando acompanhadas por sintomas como dor abdominal em jejum ou após a ingestão de alimentos. “Outro fator a considerar é a infecção por Helicobacter pylori, uma bactéria associada a úlceras gástricas e gastrite, que pode desempenhar um papel significativo no desenvolvimento do mau hálito de origem gástrica”, completa, ressaltando que reconhecer os sinais específicos é fundamental para uma abordagem diagnóstica precisa e direcionada do paciente.

Victor Nastri, cirurgião dentista e membro da sociedade brasileira de odontologia estética (SBOE), também destaca a importância de uma avaliação odontológica completa antes de considerar outras causas. “Cerca de 90% dos casos de halitose têm origem na cavidade oral. Problemas como cáries, doenças periodontais, saburra lingual (placa bacteriana na língua) e até próteses mal adaptadas podem ser os responsáveis pelo mau hálito. Por isso, é fundamental que o paciente visite o dentista regularmente para garantir que a saúde bucal esteja em dia”, ele aponta.

Nastri ressalta, ainda, que o mau hálito muitas vezes está relacionado ao processo de digestão, que começa na boca durante a mastigação. “As bactérias naturalmente presentes participam desse processo, gerando fermentação e acidez na boca. A falta de higiene oral adequada pode levar ao surgimento do mau hálito”, explica.

Segundo ele, para prevenir isso, é essencial escovar os dentes, incluindo o dorso da língua, para remover bactérias e células epiteliais. “O uso de fio dental após as refeições também é o ideal, para evitar a permanência de resíduos alimentares na cavidade oral, prevenindo assim a formação de biofilme ou placa bacteriana”, conclui o profissional.

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