“Com higienização adequada, pode ir menstruada à praia”, diz ginecologista
Especialista dá dicas e desvenda os mitos por trás de estar “naqueles dias” durante a viagem
Quem nunca passou por isso, que atire a primeira pedra. Você fica meses programando aquela tão sonhada viagem de verão e esquece de verificar um detalhe básico: seu ciclo menstrual. Mas o que fazer quando a menstruação está marcada para acontecer bem no período em que você pretende ficar de biquíni e curtir o sol? Consultamos a ginecologista, obstetra e mastologista Fernanda Torras, especialista pela Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia e Sociedade Brasileira de Mastologia. Confira as dicas que ela deu:
Se você faz uso de pílula anticoncepcional
Se você utiliza o contraceptivo hormonal com pausa, vale emendar uma cartela na outra, sabia? Isso fará com que a menstruação não ocorra naquele mês. Contudo, vale conversar com o seu ginecologista antes para saber se o tipo de pílula que você usa é adequado para a conduta. “Além disso, é possível fazer com que o sangue venha antes do previsto. Se você precisar que aconteça poucos dias antes, é possível interromper a cartela nesse período e realizar a sua pausa menstrual antecipadamente”, explica Fernanda Torras. Assim, você não sofre com a menstruação nas férias.
Se você não faz uso de pílula anticoncepcional
Infelizmente, não há nada que impeça a menstruação de acontecer. “O uso de pílulas de progesterona ou com altas doses de hormônios no período pré-menstrual é feito por algumas mulheres para atingir a essa finalidade. Mas não é indicado, uma vez que há efeitos colaterais e não há garantia de sucesso do bloqueio menstrual”, alerta a médica.
O jeito, então, é apostar nos absorventes. Fernanda garante que os internos e os coletores são os que oferecem menores riscos de vazamento. Sem contar que não ficam para fora, ou seja, são bem discretos. A única coisa que você precisa lembrar é de trocar o absorvente interno com a cada 3 horas e o coletor a cada 6, fazendo uma boa higienização do copinho de 12 em 12 horas.
“Se seguir o padrão de trocas e cuidados, não ocorrerá vazamentos ou desconfortos pelo fluxo menstrual. Há ainda calcinhas de biquíni absorventes para uso em conjunto com absorventes internos e coletores, que garantem absorção em caso de vazamento acidental”, explica. São tantas as opções existentes que entrar na água menstruada acaba nem parecendo um bicho de sete cabeças, não é mesmo?
A ginecologista ainda desvendou alguns mitos que existem sobre a questão:
Dúvida: é verdade que a água interrompe o fluxo menstrual?
MITO. “A água do mar ou piscina não é capaz de suspender ou segurar o fluxo menstrual”, diz Fernanda Torras. Na verdade, a pressão que a água exerce sobre a vagina faz parecer que o sangramento foi pausado, e a menor temperatura do corpo faz com que os vasos sanguíneos do útero contraiam, diminuindo o fluxo. Mas isso é apenas por um tempo, viu?
Dúvida: ir para a praia ou piscina menstruada aumenta o risco de infecções ou bactérias?
MITO. “Se houver higienização adequada, não há riscos. É preciso sempre limpar a vulva com água ou lenços umedecidos entre as trocas dos absorventes. Além de sempre lavar as mãos antes de introduzir o produto limpo. O problema, muitas vezes, está no acesso a banheiros adequados para realizar o procedimento. No caso do coletor, vale frequentar a praia e trocar o copinho somente em casa depois de seis horas”, ela diz. Para evitar infecções, intercale com absorventes externos quando você puder para que a flora vaginal respire.