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Ozempic causa queda de cabelo? Entenda os efeitos nos fios e na pele

Você já ouviu falar que o Ozempic faz o cabelo cair? Ou então que ele deixa a pele flácida? Dermatologistas esclarecem essas dúvidas!

Por Juliany Rodrigues
21 mar 2024, 16h00

Nos últimos meses, o Ozempic se tornou bastante popular entre as pessoas que buscam o emagrecimento. O medicamento injetável é indicado para tratamento de diabetes tipo 2 e, mais recentemente, foi aprovado nos Estados Unidos para casos específicos de obesidade e sobrepeso.

A semaglutina, princípio ativo do remédio, é capaz de atuar no sistema nervoso central e de promover a liberação de hormônios que colaboram para a sensação de saciedade, contribuindo, assim, para a diminuição do apetite e, consequentemente, para a perda de peso.

No entanto, é importante lembrar que nenhum medicamento deve ser utilizado sem orientação e acompanhamento de um médico e que não existem “fórmulas mágicas” para o emagrecimento. A automedicação apresenta sérios riscos à saúde.

“Esse medicamento é uma inovação e ótima alternativa para o tratamento de diabetes e obesidade. Mas o uso indiscriminado como alternativa para perda de peso está atrelado a uma busca irreal por padrões de beleza“, diz o Dr. Otávio Macedo, dermatologista.

“A procura pelo corpo perfeito ainda existe, e hoje é impactada pelas redes sociais, com receitas ‘milagrosas’, diversos tipos de dietas restritivas para emagrecer e até mesmo alternativas como a semaglutida”, completa o médico.

 

Rosto de Ozempic

Uma das preocupações relacionadas ao uso do remédio é o chamado “rosto de Ozempic“, caracterizado pela aparência flácida. De acordo com o dermatologista, isso pode acontecer por causa da perda de peso rápida provocada pelo medicamento injetável.

“O ‘rosto de Ozempic’ não está ligado diretamente ao remédio, mas sim ao emagrecimento”, explica. “Ao emagrecer, perde-se gordura, que é o que queremos. Mas também perde-se massa magra, tanto do corpo quanto da face, levando à flacidez“, afirma.

A falta de comer e os enjoos causados pelo Ozempic faz com que o nosso metabolismo consuma o que há disponível para gerar energia, o que promove a perda de gordura, mas também de músculos e de massa magra, resultando na diminuição da firmeza e elasticidade da pele.

Para ajudar na formação do colágeno e minimizar essas alterações, o médico recomenda a suplementação, uma dieta equilibrada, a hidratação adequada e a prática de atividades físicas, especialmente a musculação, que favorece o fortalecimento muscular e o ganho de massa magra.

Além disso, procedimentos que utilizam aparelhos de radiofrequência e ultrassom microfocado também ajudam a trabalhar a musculatura e a tratar a flacidez do rosto. Outra indicação do Dr. Otávio é o preenchimento com ácido hialurônico em pontos específicos.

“O mais adequado é que seja feita essa associação de tratamentos com acompanhamento médico durante o processo de emagrecimento. No primeiro sinal de uma flacidez facial por consequência da perda de peso, é preciso repor colágeno com tecnologias e injetáveis, além de muita água e exercícios físicos”.

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Ozempic causa queda de cabelo?

Por si só, a semaglutina não está diretamente associada à queda de cabelo, segundo pesquisas. Entretanto, o processo de emagrecimento pode envolver condições estressantes, e estas sim podem afetar os folículos capilares.

“O que sabemos até então é que, isolada, a medicação raramente provoca esse problema. Mas quando associada a outras questões a grandes níveis de estresse, como uma cirurgia bariátrica, essa proporção tende a ser muito maior”, destaca o Dr. Bruno Lages, dermatologista da Clínica Otávio Macedo & Associados.

A perda de peso acelerada é algo estressante para o organismo e, por isso, embora os testes mostrem que o princípio ativo não prejudica os fios, é fundamental ter em mente que a situação como um todo pode sim acarretar o enfraquecimento capilar.

“Existe uma condição chamada eflúvio telógeno em que os folículos capilares ‘adormecem’ diante de uma situação muito estressante. No geral, a queda de cabelo pode levar meses até ser percebida e o crescimento retoma ao normal quando o estresse é regulado”, detalha Lages.

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