Pielonefrite aguda: entenda a infecção renal diagnosticada em Isadora Cruz

Médica nefrologista ressalta que as mulheres têm maior predisposição para desenvolver a doença e explica como prevenir

Por Juliany Rodrigues
Atualizado em 21 out 2024, 16h40 - Publicado em 27 jul 2023, 13h00
Pielonefrite aguda atinge a atriz Isadora Cruz
 (Instagram @isadoracruz/Reprodução)
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Na semana passada, a atriz Isadora Cruz, que interpretou a protagonista Candoca na novela “Mar do Sertão”, da TV Globo, contou por meio de uma publicação no Instagram que teve que ser internada após sentir fortes dores e ser diagnosticada com pielonefrite aguda. Na legenda, ela relatou seus sintomas e fez um alerta a respeito da doença.

“Estava há alguns dias sentindo uma dor nas costas, que achava que era uma simples dor muscular. Tentei algumas terapias e a dor persistia, mas como estou em um ritmo intenso de trabalho, pensei que fosse uma tensão normal e fui seguindo minha vida achando que estava tudo bem. Até que acordei domingo passado queimando de febre, com calafrios e a dor, que era antes só na lombar, se espalhou por todo abdômen até irradiar para as pernas ao ponto de não conseguir nem andar“, iniciou.

“Senti a necessidade de fazer este post para alertar, principalmente as mulheres, que têm a anatomia favorável a essas infecções, pelo fato da uretra ser naturalmente mais curta. É uma doença que muitas vezes pode ser silenciosa e, se não tratada adequadamente, pode desencadear insuficiência renal crônica ou em casos mais graves, a infecção pode se espalhar pelo corpo e causar falência múltipla de órgãos“, completou. 

Nesta segunda-feira (24), Isadora revelou que, apesar de ter apresentado uma melhora em seu quadro de saúde e recebido alta da primeira internação, voltou a experimentar os desconfortos e teve que retornar ao hospital.

“Tive uma recaída na sexta (21), voltei a sentir bastante dor. Agora estou a caminho do hospital para refazer os exames e investigar o que pode estar acontecendo”, disse.

Confira:

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Uma publicação compartilhada por Isadora Cruz (@isadoracruz)

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A PIELONEFRITE AGUDA

Na maioria das vezes, causada por bactérias que sobem da bexiga para os rins, a pielonefrite é uma doença inflamatória infecciosa que acomete o parênquima renal, onde se localizam as estruturas funcionais produtoras de urina, e a pelve renal, porção dilatada do rim.

“A bactéria penetra no organismo pela uretra, alcança a bexiga, sobe pelos ureteres e se instala em um ou nos dois rins, comprometendo seu funcionamento”, fala a Dra. Caroline Reigada, médica nefrologista, especialista em Medicina Interna pela Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo e em Nefrologia pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

A doença pode ser aguda ou crônica e, em ambos os casos, há o risco de evoluir para uma lesões mais graves e até mesmo irreversíveis nos rins. A diferença entre a aguda e a crônica é que a primeira surge de uma hora para outra, enquanto a segunda tem relação com causas subjacentes, por exemplo, diabetes ou cálculos coraliformes.

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“Nesse caso, as infecções agudas repetidas ou mal curadas fazem os rins perderem sua capacidade de funcionamento aos poucos, levando à falência”, diz a especialista.

SINTOMAS

Seus sintomas mais comuns são:

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DOENÇA ATINGE MAIS AS MULHERES

Devido à razões anatômicas, a pielonefrite afeta mais as mulheres do que os homens. “O tamanho da uretra feminina (3 cm) é muito mais curto do que a masculina (mede por volta de 12 cm) e está localizada próxima ao ânus, posição que favorece a entrada de micróbios especialmente durante o ato sexual”, pontua a Dra. Caroline.

Ainda de acordo com a nefrologista, pacientes com pedra nos rins, gravidez, malformações anatômicas, uso prolongado de cateteres urinários, sistema imunológico debilitado, refluxo vesicuretral, diabetes, rins policísticos e cistites de repetição também têm maiores chances de sofrer com o problema.

 

TRATAMENTO

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A pielonefrite tem cura e seu tratamento envolve a administração de antibióticos. Conforme explicado pela nefrologista, é importante que os medicamentos sejam iniciados assim que a hipótese de infecção nos rins for levantada, a fim de impedir que o agente infeccioso provoque lesões permanentes nesses órgãos ou se espalhe por todo o corpo, resultando em falência de múltiplos órgãos. “Analgésicos e anti-inflamatórios podem ser indicados para alívio da dor”, acrescenta.

PREVENÇÃO

Para evitar a pielonefrite, alguns cuidados são indispensáveis, entre eles:

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Não se automedique nem suspenda o uso da medicação sem antes ouvir o que seu médico tem a dizer”, conclui.

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