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Dopamina: como esse neurotransmissor afeta a sua vida

A dopamina é uma substância essencial para o organismo, porém, está conectada com comportamentos aditivos e até prejudiciais à saúde.

Por Marcela De Mingo
23 fev 2023, 08h00

Seja por causa das redes sociais, seja por conta da rotina de exercícios físicos, fala-se muito sobre a dopamina. Porém, mais do que um termo médico utilizado à exaustão para falar sobre os mecanismos de prazer do cérebro, essa substância tem funções muito mais importantes do que se imagina. 

QUAL A FUNÇÃO DA DOPAMINA? 

A dopamina é um neurotransmissor pertencente à família das catecolaminas. Ela é liberada em várias partes do cérebro e atua em diferentes funções. Por exemplo, ela leva informações de um neurônio a outro, regulando o humor, sensação de prazer, compensação e regula algumas funções endocrinológicas, como o apetite.  

“A dopamina está relacionada com o chamado sistema de recompensa, que é um circuito neuronal no cérebro que influencia diretamente as nossas emoções”, explica a Dra. Paula Pires, endocrinologista pela SBEM. “Esse sistema garante a motivação para realizar certas atividades, como a sensação de felicidade quando comemos ao ter fome. Quando os neurônios desse sistema são ativados, eles liberam a dopamina em regiões específicas do cérebro, causando o aumento da sensação de prazer.”

É por causa desse mecanismo, aliás, que as redes sociais se transformaram no fenômeno que elas são hoje: ficamos viciados em likes, em drogas e até mesmo em comidas calóricas por conta do sistema de recompensa desencadeado pela dopamina. 

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QUANDO A DOPAMINA É LIBERADA? 

Mas o que estimula a produção de dopamina? Justamente os momentos prazerosos que vivemos. Pode ser a alegria de receber um like em uma foto nova que você postou, a sensação que tem ao comer um bolo gostoso, até mesmo o prazer que sentimos ao transar com alguém ou durante a masturbação

Com isso em mente, fica fácil entender porque a dopamina está diretamente ligada ao sistema de recompensa do nosso cérebro. Ouvir uma música que você gosta, trabalhos manuais e até mesmo o cheiro de um bolo que você está assando no forno podem desencadear a liberação dessa importante substância, que possui inúmeras funções no nosso organismo, como aumentar a motivação, o foco e a concentração. 

ALIMENTAÇÃO X DOPAMINA

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Aliás, a conexão da dopamina com a alimentação vai além dos alimentos calóricos. Existem, de fato, uma série de itens que podem colaborar para a nossa sensação de bem-estar gerada pela liberação desse neurotransmissor no organismo. Você sabe, por exemplo, qual a fruta que tem mais dopamina? Abacates e bananas. Veja, abaixo, onde encontrar a dopamina com uma lista de outros alimentos ricos em tirosina, que colabora para aumentar os níveis desse neurotransmissor no organismo: 

  • Ovos
  • Peixes
  • Carnes
  • Feijão
  • Soja
  • Sementes de abóbora
  • Gergelim
  • Laticínios, como leite, queijo e iogurte
  • Abacates
  • Bananas

EXCESSO DE DOPAMINA EXISTE? 

Uma pergunta importante: é possível sofrer de excesso de dopamina? E a resposta é “sim”. “A esquizofrenia está relacionada com os níveis de dopamina no cérebro”, explica a Dra. Paula. “Esse transtorno é provavelmente decorrente de níveis elevados ou então desregulados de dopamina no cérebro. Diante disso, o tratamento para esquizofrenia inclui fármacos que bloqueiam os receptores de dopamina.”

Todo mundo gosta de sentir prazer e ter momentos proveitosos, porém, a dopamina em excesso pode levar a quadros como o descrito acima ou pode, ainda, desencadear uma série de comportamentos que, a longo prazo, são prejudiciais para a vida de alguém. 

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Veja alguns sintomas de excesso de dopamina: 

  1. Buscar sempre atividades que desencadeiam prazer: ou seja, você tem uma tendência ao vício 
  2. Ser muito extrovertida
  3. Ter momentos de agitação intensa, seja na fala, seja de pensamentos
  4. Sentir-se constantemente desconfiada das pessoas ou paranoica
  5. Costumar ter reações muito exageradas às situações cotidianas
  6. Você tem constipação com frequência
  7. “Comer os sentimentos”, isto é, ingerir alimentos calóricos por conta do seu estado emocional
  8. Dificuldade para dormir
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