Saúde da gestante: os cuidados necessários durante essa fase

Médica fala sobre a importância do pré-natal, da vacinação e do aleitamento materno

Por Juliany Rodrigues
Atualizado em 21 out 2024, 16h39 - Publicado em 23 ago 2023, 17h03
Saúde da gestante
 (lookstudio/Freepik)
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Aproveitando a campanha Agosto Dourado, que visa conscientizar a respeito dos benefícios da amamentação, vale a pena falar sobre a saúde da gestante. Para isso, contamos com informações importantes fornecidas pela Dra. Cristiana Meirelles, infectologista pediátrica da Beep Saúde, que comenta sobre os cuidados necessários para garantir o desenvolvimento adequado do bebê e o bem-estar geral da mãe.

De acordo com a especialista, uma das primeiras coisas que devem ser feitas é prestar atenção aos fatores que determinam que uma gestação é de alto risco, como: diabetes gestacional, gestação múltipla, hipertensão, idade e peso da mulher e ameaça de parto prematuro. Isso porque esses fatores aumentam significativamente a probabilidade de complicações, exigindo um acompanhamento minucioso do médico assistente, com realização dos exames pré-natais no momento certo e adesão às orientações dietéticas.

PRÉ-NATAL 

Algo que é indispensável para a mulher que está à espera de um bebê, com certeza, é o pré-natal, pois ele atua na prevenção ou na detecção precoce de patologias maternas e fetais. Alguns dos exames essenciais que devem ser feitos durante a gravidez são: hemograma completo, grupo sanguíneo e fator Rh, sorologia para sífilis, glicemia em jejum, teste oral de tolerância à glicose, sorologia anti-HIV, sorologia para toxoplasmose, sorologia para hepatite B, entre outros.

O NIPT (teste pré-natal não invasivo), ainda que seja indicado, principalmente, para gestações que têm um risco mais elevado de alterações cromossômicas, pode ser feito em qualquer grávida. “É feito através de uma coleta de sangue da mãe, com análise do DNA fetal que avalia o risco de doenças cromossômicas e identifica o sexo do bebê. Detecta possíveis alterações como a síndrome de Down, síndrome de Edwards, síndrome de Patau, alterações dos cromossomos sexuais, como síndrome de Turner e síndrome de Klinefelter. A coleta deve ser feita a partir de 9 semanas de gestação, não devendo ser realizada antes”, explica a especialista.

VACINAS

A proteção da mãe e do bebê depende de uma imunização adequada. Conforme a infectologista pediátrica lista, as vacinas mais recomendadas nesse período são:

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  • Tríplice bacteriana acelular (dTpa): Previne a difteria, tétano e coqueluche. Deve ser administrada a partir da 20ª semana de gravidez e, se a mulher tiver o esquema incompleto de vacinação, há a necessidade de mais doses.
  • Hepatite B: Aplicada em 3 doses em gestantes não anteriormente imunizadas e suscetíveis à infecção.
  • Influenza (gripe) quadrivalente: Apesar de ser dose única, em situação epidemiológica de risco, especialmente para gestantes com alterações do sistema imunológico, pode ser considerada uma segunda dose a partir de 3 meses após a dose anual.
  • Covid-19.

AMAMENTAÇÃO

O leite materno é o melhor alimento para qualquer bebê, sendo fonte de vitaminas, proteínas e outros nutrientes fundamentais para o sistema imunológico da criança. “Os anticorpos passam para o bebê através da amamentação devido a um processo chamado transferência de imunidade passiva. Quando a mãe é exposta a patógenos (seja através de infecções naturais ou pelas vacinas), seu corpo produz anticorpos específicos que são transmitidos ao bebê pelo leite, fortalecendo sua proteção contra doenças“, diz ela.

Cristiana conta que o colostro (primeira mamada), que dura em torno de três a cinco dias, sendo substituído pelo leite maduro após esse período, tem até dois terços de suas células compostos por glóbulos brancos, fundamentais para a produção de anticorpos que neutralizam bactérias e vírus. “Os glóbulos brancos (leucócitos), além de protegerem contra infecções, ajudam o bebê a iniciar sua própria defesa“.

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É importante ressaltar que amamentar também beneficia as mães. Segundo a médica, esse ato contribui para o retorno do útero ao tamanho normal, diminuindo o risco de hemorragia pós-parto, para o fortalecimento do vínculo emocional com o bebê, para o controle do peso e para a prevenção de diabetes e doenças cardiovasculares.

Por fim, a infectologista pediátrica destaca que o período ideal para a amamentação varia, porém a recomendação é que o bebê seja alimentado exclusivamente com o leite materno até os seis meses de idade. “Após esse período, a introdução gradual de comidas sólidas pode ser indicada, enquanto a amamentação pode ser mantida até pelo menos dois anos, combinada com outros alimentos”, conclui.

 

 

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