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O que você deve saber antes de tomar remédios para dor

Analgésicos e anti-inflamatórios têm efeitos adversos se consumidos indiscriminadamente, por isso, buscar orientação médica é essencial.

Por Marcela De Mingo
27 set 2021, 08h00

Sentir dor nunca é bom. Se for uma dor crônica, então… Por isso, é fácil sentirmos algum desconforto físico e logo corrermos atrás de um “remedinho” para ajudar a passar. Mas será que isso é o ideal? A automedicação nunca é recomendada pelos médicos e isso tem um motivo. Vamos entender melhor o porquê nos parágrafos abaixo: 

Tipos de dores e seus tratamentos

Antes de tudo, é importante entender que muitas das dores que sentidos são agudas secundárias a um trauma. Ou seja, você bateu alguma parte do corpo em algum lugar, sofreu uma queda ou pegou peso demais de “deu um mau jeito”. 

No entanto, se essa dor persistir por mais de 3 meses, ela muda de categoria e se torna uma dor crônica. “Ela indica que há disfunções no sistema nervoso ou nas fibras nervosas do local afetado e, geralmente, surge em associação com alguma outra doença, como artrite reumatoide, artrose da coluna ou dos joelhos, fibromialgia ou câncer, por exemplo”, explica a Dra. Paula Pires, endocrinologista pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia. 

É aí que começam os sinais de atenção: se você sente uma dor que não passa com analgésicos comuns é importante uma avaliação médica especializada para entender melhor sua a origem, e não só amenizar o sintoma.

Quais os medicamentos indicados para dor? 

Segunda a Dra. Paula, as dores agudas são tratadas, inicialmente, com analgésicos comuns como dipirona ou paracetamol – esses dois medicamentos, aliás, não costumam ter contraindicação se usados em dosagens baixas. É essencial, no entanto, ter atenção redobrada para o caso de alergia aos princípios ativos ou se problemas hepáticos. 

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“Cuidado também com o uso por mais de uma semana de anti-inflamatórios, pois estes podem levar a gastrite, úlcera gástrica e até insuficiência renal”, explica a médica. “Dependendo da situação que se pretende tratar, em casos justificados, o médico pode ainda decidir associar outros remédios, como relaxantes musculares, antiespasmódicos, antidepressivos ou anticonvulsivantes, para uma maior eficácia do tratamento da dor.” 

Via de regra, esses medicamentos são indicados para dores intensas e prolongadas, que não passam apenas com medidas de repouso, por exemplo. 

“O tratamento da dor crônica é complexo e envolve muito mais cuidados do que o uso de um simples analgésico ou anti-inflamatório para ser resolvida”, continua ela. “Assim, sempre que houver uma dor persistente, é necessário procurar atendimento médico, que através da avaliação irá determinar o tipo de dor e o que pode estar causando. Em alguns casos, a causa da dor não pode ser resolvida, e com isso, o médico irá adaptar os medicamentos e terapias disponíveis para aliviar o incômodo.”

É por isso que cada caso é um caso e precisa ser avaliado por um profissional. Para alguns, analgésicos simples aliviam a dor, enquanto para outros pacientes, são necessários fármacos mais potentes, como a morfina. Além disso, podem ser necessárias terapias extras, como fisioterapia, acupuntura, radiofrequência, ou até mesmo cirurgia, como um tratamento a dor. 

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“Como a dor crônica também é muito influenciada por fatores psicológicos, pode ser indicado o acompanhamento com um psicólogo ou psiquiatra e muitos remédios moduladores do humor ou que melhoram o sono e a depressão” diz. 

Em resumo: o que você precisa ter em mente?

Ainda que um analgésico seja “só” um remédio para dor de cabeça, por exemplo, ele ainda é um fármaco que pode gerar efeitos colaterais no corpo a longo prazo. Por isso, a orientação médica é de extrema importância para evitar esses efeitos. 

“O uso desses medicamentos sem orientação médica e em dosagens excessivas pode levar a quadros de hepatite medicamentosa”, explica a Dra. Paula. “Alguns analgésicos derivados da morfina podem gerar dependência química semelhante ao uso de drogas.”do

Então, qual é o ponto equilíbrio? Segundo a endocrinologista, a compreensão sobre o próprio corpo. “Essa atitude é tão importante quanto qualquer outra forma de tratamento”, reflete. “Essa compreensão nos ajuda a buscar recursos e a assimilar melhor aquilo que nosso ‘corpo fala’.

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