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Transtorno bipolar: o que é, causas e tratamentos para a doença

Apesar de ser associado apenas a mudanças de humor, outros sintomas podem aparecer.Saiba mais sobre o quadro

Por Ana Paula Ferreira
10 abr 2024, 10h00

De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), mais de 140 milhões de pessoas em todo o mundo sofrem de transtorno bipolar. No entanto, ainda há muita desinformação sobre a doença, que é frequentemente associada apenas a “altos e baixos” no humor.

Segundo Ariel Lipman, médico psiquiatra e diretor da SIG – Residência Terapêutica, o transtorno bipolar é uma doença psiquiátrica de caráter crônico e incurável, que diminui consideravelmente a qualidade de vida do paciente e vai muito além do sintoma de mudança repentinamente de humor e “virar a chave” da alegria para a tristeza – ou vice e versa.

“É uma doença que consiste na apresentação de duas fases distintas, sendo uma fase depressiva e outra fase que chamamos de maníaca, que é um momento de euforia. Além dessas duas fases, a pessoa pode também ter a fase de normalidade”, explica o médico.

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Com isso, o especialista ressalta que, se não tratada, a doença traz um alto grau de comprometimento, já que as fases depressivas e eufóricas são extremamente disfuncionais na vida do paciente.

Causa do transtorno bipolar

Segundo o profissional, apesar de haver dúvidas sobre fatores genéticos desencadearem a doença, até hoje não se sabe ao certo qual é a sua causa. “Provavelmente existam fatores ambientais que participam do processo, mas também vemos um padrão familiar no aparecimento da doença”, ele comenta.

É também muito provável, segundo Lipman, que a pessoa nasça com a predisposição do transtorno bipolar, mas não dá para saber quando exatamente ele irá se manifestar. “Costuma ser uma doença de adultos jovens, então a fase de 15 a 35 anos é a de maior incidência da apresentação da primeira crise.”

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Diagnóstico e tratamento

Como explica o médico, o diagnóstico do transtorno é sempre clínico. “Não temos nenhum exame que nos mostre o caminho para o diagnóstico. Às vezes alguns exames podem ser pedidos mais para excluir outras causas do que para fazer o diagnóstico do transtorno bipolar.”

É importante ressaltar que, muitas vezes nas avaliações, o psiquiatra não consegue diagnosticar em uma primeira entrevista e pode demorar bastante tempo para fazer esse diagnóstico, mas assim que o especialista bater o martelo, é necessário iniciar o tratamento da doença, que é crônica e de caráter incurável.

“A gente tem hoje medicamentos que conseguem trazer um bom resultado, com o espaçamento de crise, controle parcial ou até mesmo controle total da crise, ou então, mesmo que ela venha a ocorrer, vem de forma menos intensas e menos duradouras, mais breves”, explica Lipman. “Além da medicação, a psicoterapia também pode ajudar, entre outras práticas que sempre são saudáveis para a saúde mental, como atividade física, psicoeducação, então é um tratamento que muitas vezes é multidisciplinar, mas raramente não precisa lançar mão de medicação”, finaliza.

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