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Transtorno afetivo bipolar: doença afastou Lucas Lucco dos palcos

Psicanalista explica o que é, como identificar e o tratamento da condição que acomete o cantor. Saiba mais!

Por Juliany Rodrigues
Atualizado em 8 dez 2023, 18h36 - Publicado em 8 dez 2023, 16h00

Na quinta-feira, 7 de dezembro, o cantor Lucas Lucco compartilhou um comunicado nas redes sociais contando que irá se afastar dos palcos por um tempo para cuidar da sua saúde mental.

Em uma foto publicada no Instagram, ele comentou sobre o seu diagnóstico de Transtorno Afetivo Bipolar.

“Nesse ano de 2023, tive que soltar nota duas vezes para justificar o adiamento e cancelamento de alguns shows, remanejando e lutando com a agenda por conta de vários e vários compromissos que as empresas que têm hoje me demandam. Tive inúmeras crises durante o ano, mas, no dia 7 de novembro, ficou muito intenso. De lá pra cá, fiquei sem sintomas durante somente três dias desses 30. Já estava fazendo um tipo de tratamento e, agora, resolvi buscar um profissional especializado que, no meu caso, mudou totalmente a abordagem para me ajudar na estabilização“, iniciou.

“Amo tudo o que faço, amo meu trabalho, dentro e fora do palco, mas às vezes o TAB consegue me limitar muito, e por isso preciso dessa pequena pausa. Peço desculpas às pessoas que iriam aos shows desse final de semana, sinto muito, mas eu preciso ficar 100% para o meu filho, para o palco, para as empresas e para realizar os sonhos e objetivos que ainda tenho a realizar. Sabe, tem feridas abertas que são invisíveis aos nossos olhos, mas nem por isso deixam de ser muito, muito doloridas. Seja gentil com todo mundo, porque você nunca sabe o que aquela pessoa está vivendo nos bastidores, e que muitas, ao sair de casa, escolhem uma máscara para usar”, completou ele.

Veja:

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Uma publicação compartilhada por Lucas Lucco (@lucaslucco)

O que é o Transtorno Afetivo Bipolar?

O Transtorno Afetivo Bipolar é uma condição mental caracterizada por mudanças extremas de humor, que incluem episódios de mania (euforia intensa) e depressão. Essas fases podem durar poucas semanas ou meses e podem impactar significativamente na capacidade de uma pessoa para realizar suas atividades diárias, como o trabalho. Geralmente, os sintomas da doença começam a aparecer entre os 18 e 25 anos.

“Os episódios de mania podem levar a comportamentos impulsivos e falta de concentração, enquanto os episódios depressivos podem resultar em baixa energia e motivação. Essas flutuações extremas de humor podem interferir no desempenho profissional e nas relações no local de trabalho. Em alguns casos, o TAB pode levar ao afastamento temporário ou permanente do trabalho, especialmente se não for adequadamente tratado“, afirma a psicanalista Elizandra Souza.

Como identificar o TAB?

Alguns dos sinais mais comuns do Transtorno Afetivo Bipolar são:

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  • Mudanças de humor extremas;
  • Energia elevada;
  • Falta de sono durante episódios maníacos;
  • Sentimentos persistentes de tristeza ou desespero durante episódios depressivos;
  • Flutuações acentuadas no desempenho escolar ou profissional;
  • Dificuldade de concentração;
  • Impulsividade.

“No entanto, apenas um profissional de saúde mental pode diagnosticar o TAB com precisão após avaliação clínica. Se você ou alguém que você conhece apresentar esses sintomas, é recomendável procurar a orientação de um profissional de saúde“, alerta Souza.

Tratamento

O tratamento pode envolver o uso de medicamentos estabilizadores de humor, como lítio ou anticonvulsivantes, psicoterapia e até mesmo suporte psiquiátrico contínuo para gerenciar os sintomas. No entanto, é válido reforçar que a abordagem específica varia de acordo com a gravidade e a natureza dos episódios em cada paciente.

“A psicanálise entraria como aprofundamento das questões subjetivas, ou seja, para maior compreensão e ampliação do conhecimento de si. Saber por que e onde vem esse tipo de expressão. O que causa essa manifestação, quais os mecanismos internos e externos que afetam e influenciam no aparecimento e como é possível lidar com ela até se existe a possibilidade do desaparecimento desse sofrimento. Mas, lembrando que a psicanálise não simplesmente trabalha com a eliminação do sintoma, mas com o entendimento de seu aparecimento e significado”, fala.

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