Consumo de vinho: benéfico ou arriscado para a saúde do coração?

Cardiologista explica algumas divergências em estudos sobre os possíveis benefícios do consumo moderado de vinho para a saúde cardiovascular

Por Maraísa Bueno
Atualizado em 3 jul 2025, 15h23 - Publicado em 2 jul 2025, 10h00
.
Cardiologista explica relação do consumo de vinho com doenças do coração (./Pixabay)
Continua após publicidade

Com a chegada do frio, muitos amantes de vinho começam a trazê-lo para eventos, encontros com os amigos e, além disso, há muito tempo, ele está associado a benefícios para o coração. Mas, será que os estudos científicos comprovam isso mesmo?

O European Heart Journal trouxe um estudo com novos dados sobre o tema, onde analisou o impacto da dieta mediterrânea em pessoas com risco de doenças cardiovasculares. 

O estudo acompanhou mais de 1.200 pessoas com diabetes tipo 2 ou fatores de risco, como tabagismo, colesterol alto e obesidade. Os que consumiram de meia a uma taça de vinho por dia, reduziram em 50% o risco de eventos cardiovasculares, como infarto ou AVC.

Como isso é possível?

De acordo com o cardiologista Dr. Roberto Yano, esses efeitos estão ligados aos compostos presentes no vinho tinto. “O vinho contém polifenóis, como o resveratrol, que têm propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias, podendo ajudar na saúde dos vasos sanguíneos e na redução do colesterol ruim (LDL), o que contribuiria para possíveis benefícios do consumo moderado da bebida”.

Consenso na ciência sobre os benefícios do vinho ainda é indefinido

Uma pesquisa publicada na revista científica The Lancet traz outro lado da questão: ela questiona a teoria de que o consumo moderado de álcool pode trazer benefícios à saúde. O estudo, conduzido por especialistas do Reino Unido e da China, acompanhou 500 mil adultos chineses por uma década e concluiu que até mesmo doses moderadas aumentam a pressão arterial e o risco de acidente vascular cerebral (AVC). 

Continua após a publicidade

Os pesquisadores, ligados a instituições como a Universidade de Oxford e a Academia de Ciências Médicas da China, apontam que uma ou duas doses diárias elevam o risco de AVC em 10% a 15%, enquanto quatro doses por dia podem aumentar esse percentual para 35%. Para o estudo, uma dose equivale a uma taça de vinho, uma garrafa de cerveja ou uma medida padrão de destilado.

“Este é um exemplo de estudo na linha contrária dos benefícios do consumo de vinho para o coração, ainda não há consenso na ciência sobre a relação, então é razoável dizer que os benefícios não são confirmados, e que há riscos conhecidos no consumo de álcool”, ressalta Dr. Roberto Yano.

Lembre-se: vinho não é remédio

Apesar dos estudos sugerirem que o consumo moderado de vinho possa ser benéfico em alguns casos, Dr. Roberto Yano reforça que ele não deve ser visto como um tratamento.

Continua após a publicidade

“Se a pessoa não tem o hábito de beber, não há necessidade de começar apenas pelos possíveis benefícios ao coração. Existem outras formas mais comprovadas de cuidar da saúde cardiovascular, como exercícios físicos, boa alimentação e controle do estresse”, conclui.

Acompanhe o nosso WhatsApp

Quer receber as últimas dicas e matérias incríveis de Boa Forma direto no seu celular? É só se inscrever aqui, no nosso canal no WhatsApp.

Publicidade

Essa é uma matéria fechada para assinantes.
Se você já é assinante clique aqui para ter acesso a esse e outros conteúdos de jornalismo de qualidade.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.