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Meia Maratona do Rio: confira o depoimento emocionante de quem correu

Yara Achôa, editora de fitness e comportamento da BOA FORMA, participou da prova e contou como foi. Inspire-se!

Por Redação M de Mulher
Atualizado em 21 out 2024, 19h17 - Publicado em 30 jul 2014, 22h00
Yara Achôa - Edição: MdeMulher
Yara Achôa - Edição: MdeMulher (/)
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Foto: Arquivo pessoal

Yara Achôa ama correr e costuma participar das principais provas que acontecem. Na Meia Maratona do Rio, ela não é estreante – mas cada corrida é uma corrida. O depoimento dela sobre a prova, que aconteceu no domingo, dia 27 de julho, você confere aqui:

“A Meia Maratona do Rio, que faz parte do evento Maratona da Cidade do Rio de Janeiro, é uma das minhas provas favoritas – acho que já fiz umas quatro vezes. Mas um ano nunca é igual ao outro. Desta vez, por exemplo, encontramos um Rio de Janeiro cinzento, nublado e até frio – típico clima paulistano roubando um pouco da beleza da Cidade Maravilhosa. Em compensação, perfeito para correr. 
 
Minha estratégia, traçada em conjunto com meu treinador, era correr em ritmo firme, com o objetivo de baixar o tempo da última meia maratona que eu havia feito (em fevereiro, em São Paulo, em 2h11m). Estava animada! E seria tranquilo, não fosse a forte gripe que quase me derrubou na semana anterior. As pernas estavam ok, a cabeça confiante, mas o pulmão… 
 
Com a largada (na Praia do Pepê, Barra da Tijuca) e a adrenalina a mil, o peito passou a ‘apitar’ mostrando resquícios da gripe. Ao mesmo tempo, com o clima super úmido, comecei a transpirar como nunca – o que achei estranho e me preocupou um pouco. Mas eu fui administrando a situação e pararia caso não me sentisse bem. 
 
Com tudo isso, embora estivesse mantendo um ritmo regular, até o quilômetro 3 ainda não havia me encontrado na prova. Precisava me sentir confortável – e queria que isso acontecesse logo. 
 
Estava focada no meu corpo, atenta a seus sinais. De vez em quando fazia um ‘check-up’ mentalmente. Onde dói? O peito? Bom, vamos concentrar energia no peito para que o desconforto vá embora… Onde dói? O tendão? Um pouco de luz para essa região… 
 
E lá ia eu tentando melhorar energeticamente. Lá pelo quilômetro 4, depois de passar um posto de hidratação, um casal que também estava correndo me ofereceu um saquinho de isotônico. 
 
(o rapaz) – ‘Moça, quer isotônico? Ainda está fechado.’
(eu) – ‘Não, obrigada!’
(a moça) – ‘Ei, eu te conheço, do Facebook.’
 
Abri um sorriso, meio sem jeito… 
 
(a moça falando para o rapaz) – ‘Ela é a jornalista que corre, que fez a UpHill, a maratona de subida na Serra do Rio do Rastro.’
 
Na hora, meu pensamento foi: ‘caramba, não posso fazer feio, preciso apertar o passo…’ E arrumei minha postura e tratei de melhorar o ritmo. Parece que isso teve um efeito benéfico, porque logo depois passei a me sentir melhor, mantendo um ritmo bem regular por quilômetro. 
 
Havia placas de quilometragem da maratona pelo caminho (o percurso das duas provas a partir de um determinado ponto é o mesmo) e, como no ano passado eu havia encarado os 42K no Rio lembrei o tempo todo da prova de 2013, procurando memórias das dores e das delícias daquela corrida. 
 
A UpHill veio novamente à minha cabeça durante a subidinha da Avenida Niemeyer. Mas quem havia subido a Serra do Rio do Rastro (SC) não haveria de se apertar com aquela ‘rampa’. É claro que o ritmo caiu um pouco, mas encarei o trecho com tranquilidade.
 
Logo estávamos descendo rumo ao Leblon. Passei pelo quilômetro 10 com 1h01m – tempo era mais alto do que eu queria, mas ainda super dentro da meta de baixar minha última marca na distância.  
 
A paisagem não estava linda, não havia público na rua, não tinha muito com o que me distrair. E, com uma bolha me incomodando o pé direito, também não conseguia pensar em nada. Só me restava correr, correr, correr… 
 
Lá pelo quilômetro 17, em Copacabana, a bolha começou a incomodar mais, os tendões dos dois calcanhares doíam, o peito voltou a apitar. Sabia que faltava pouco, mas eu já tinha corrido muito… Então, virei para mim mesma e disse: ‘Pode parar de frescura. É tudo suportável. Para de mimimi e termina logo.’ Dali em diante era só manter o ritmo confortável e concluir. 
 
Eis que no final do quilômetro 19, em Botafogo, encontrei uma amiga – a Adriana. Vi que ela vinha forte, disse ‘oi’ e desejei bom final de prova. Mas ela respondeu: ‘vem comigo, preciso de companhia!’
 
Eu já estava ‘sossegada’, indo naquele ritmo tranquilo para fechar a prova. Até esbocei uma reação de correr mais forte, mas disse para ela: ‘vai lá, eu não vou aguentar.’ Ela insistiu: ‘vai sim, vamos juntas’. 
 
Pensei: ‘caramba, então lá vamos nós fazer força!’ Sabe aquela amiga que aparece nos momentos em que sua vida está morna e dá uma sacudida, dizendo que você pode e merece mais? Foi tipo isso. E foi tão legal… De repente estávamos as duas quase que apostando corrida uma com a outra, frenéticas, indo cada vez mais rápido. Foram os dois quilômetros mais rápidos da minha prova – baixei 30 segundos do ritmo que eu vinha anteriormente em cada um. 
 
Meia Maratona do Rio: confira o depoimento emocionante de quem correu

À esquerda, Yara e Adriana em 2006 e, à direita, as duas juntas este ano, na Meia Maratona do Rio
Foto: Arquivo Pessoal

O mais engraçado desse lance com a Adriana é que eu tenho uma foto com ela ao meu lado, de oito anos atrás (quando corri minha primeira prova no Rio), mais ou menos nesse ponto em que a gente se encontrou agora. Só que naquela época a gente não se conhecida… Com o pouco de fôlego que ainda me restava, lembrei dessa história e demos risada. Cruzamos a linha de chegada felizes! 

Fechei com o tempo de 2h07m – um minuto a mais do que eu queria, mas dentro da meta estipulada de baixar de 2h11m. E a Adriana também diminuiu o tempo dela. 
 
Agora é continuar treinando para evoluir – até porque a meta principal do ano é correr uma maratona daqui dois meses. Foco, força, fé e um passo na frente do outro!”
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