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Treino para depressão: atividade física é melhor que remédio, diz estudo

O Brasil lidera o ranking da doença na América Latina. Neste Setembro Amarelo, entenda os benefícios do treino para depressão

Por Ana Paula Ferreira
Atualizado em 14 set 2023, 18h06 - Publicado em 14 set 2023, 18h04

É provável que, em algum momento, você já tenha ouvido falar sobre os benefícios do treino para depressão. Um estudo publicado em março deste ano, contudo, sugeriu que os exercícios físicos regulares podem ser até mais eficazes do que medicamentos para o tratamento dessa e outras condições de saúde mental, como ansiedade, por exemplo.

Feita por pesquisadores da University of South Australia (UniSA), a pesquisa reforça a importância da prática diária de exercícios para a prevenção de doenças e para proporcionar bem-estar físico e mental.

“O Brasil lidera o ranking de ansiedade e depressão na América Latina, e, ainda sim, quadros da doença são vistos com desconfiança, vergonha e julgamento. Infelizmente, é comum ouvir adjetivos para desqualificar as queixas dos sintomas de depressão como: frescura, fraqueza, ‘mimimi’ e até mesmo falta de fé”, aponta Gustavo Imianowsky, Mestre em Psicologia Social pela PUC, coordenador e professor do curso de Neurociências & Comportamento na Faculdade UNIGUAÇU.

“Este tipo de atitude é cruel, potencializa o sentimento de dor e abandono das pessoas que já estão em uma situação vulnerável. É importante ter empatia pelo outro. Problemas com a saúde mental devem ser levados a sério e tratados”, enfatiza ele.

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Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde, a depressão é a principal causa de incapacidade em todo o mundo e estima-se que mais de 300 milhões de pessoas, de todas as idades, sofram com esse transtorno.  A OPAS/OMS aponta ainda a importância da genética em algumas formas de depressão, apesar de indivíduos sem histórico familiar também apresentarem o transtorno. A gravidade, frequência e duração variam de acordo com cada pessoa e suas condições psíquicas.

 

Benefícios do treino para depressão, segundo o estudo

Em busca de fazer com que a atividade física se torne uma abordagem essencial no controle da depressão, os pesquisadores descobriram que a atividade física é 1,5 vez mais eficaz do que os principais medicamentos ou até o aconselhamento para a doença. .

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Os resultados indicaram que todos os tipos de exercícios foram benéficos para a saúde mental, incluindo a atividade aeróbica, como caminhada, musculação, pilates e ioga. No que diz respeito à depressão e ansiedade, exercícios de maior intensidade tiveram maior impacto, assim como atividades com duração mais longa.

A pesquisa ainda mostra que as intervenções de exercícios de até 12 semanas foram as mais eficazes na redução dos sintomas relacionados aos problemas de saúde mental, incluindo o alívio de ansiedade e angústia, destacando a velocidade com que a atividade física pode trazer uma mudança.

“A atividade física é o melhor remédio e investimento para prevenir doenças, ajuda a manter o bem-estar físico e mental (ameniza sintomas de estresse e ansiedade). Estar em movimento aumenta a resposta do sistema imunológico, é uma maneira eficiente para controlar casos de pressão alta, diabetes e depressão, possibilitando até mesmo a diminuição de medicamentos”, aponta Eduardo Netto, diretor técnico da Bodytech Company.

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“Uma pequena mudança nos hábitos é capaz de provocar uma grande melhora na saúde e na qualidade de vida. Isso pode, inclusive, impulsionar a carreira profissional”, completa o profissional.

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