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Treino diminui em 36% o risco de parada cardíaca em mulheres

Mulheres que praticam entre 150 e 300 minutos de exercício por semana também têm menos AVC e menor risco de sofrer qualquer evento cardiovascular

Por Ana Paula Ferreira
Atualizado em 11 jun 2024, 12h06 - Publicado em 11 jun 2024, 12h00

Não é novidade que a prática de atividades físicas é uma grande aliada na busca de saúde e longevidade. Porém, quando o assunto é saúde cardiovascular da mulher, o treino regular ganha um protagonismo fundamental devido aos inúmeros benefícios para o coração.

Isso porque a doença cardiovascular é a principal causa de morbidade e mortalidade entre as mulheres. Além dos fatores de risco tradicionais para esse tipo de problema, como diabetes mellitus, hipertensão arterial, colesterol alto, dieta inadequada, tabagismo, obesidade e sedentarismo, ainda existem os fatores de risco específicos do organismo feminino: doenças autoimunes (artrite reumatóide, lúpus eritematoso sistêmico e psoríase), síndrome dos ovários policísticos, tratamento do câncer de mama, menopausa, depressão e ansiedade.

De acordo com Cristina Milagre, cardiologista e médica do esporte do Hcor, a ciência já vem chamando atenção para a relação entre os treinos e a saúde cardiovascular feminina. Um estudo publicado no Journal of the American College of Cardiology (JACC – Jornal do Colégio Americano de Cardiologia, em tradução), por exemplo, apontou que mulheres que fazem exercícios físicos têm 24% menos chance de óbito por qualquer causa em comparação com as que não praticam.

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“Há também um risco reduzido de 36% de ataque cardíaco fatal, acidente vascular cerebral ou outro evento cardiovascular, enquanto os homens têm um risco reduzido de 14%. O estudo concluiu que, mesmo quando mulheres e homens praticam a mesma quantidade de atividade física, o risco de morte prematura é menor para elas”, informa a médica.

Saúde cardiovascular das mulheres

Apesar dos benefícios, não podemos esquecer que ainda existem alguns obstáculos que impedem a prática contínua de exercício físico das mulheres como, por exemplo, as barreiras econômicas, socioculturais e práticas.

“É muito comum ouvirmos delas que não têm tempo, ou que não têm dinheiro, ou até mesmo que não confiam em algumas instalações por não se sentirem acolhidas e seguras. É importantíssimo que ocorram intervenções o quanto antes para mudarmos essa realidade” aponta Cristina.

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Segundo a American Heart Association (AHA – Associação Americana do Coração, em tradução), são oito os fatores essenciais para ter uma boa saúde cardiovascular:

  1. Dieta equilibrada;
  2. Atividade física;
  3. Não tabagismo;
  4. Índice de massa corporal;
  5. Pressão arterial controlada;
  6. Lipídios e glicemia dentro do normal;
  7. Saúde do sono.

Porém, é preciso que as mulheres tenham cuidado com os fatores de risco não modificáveis. “Durante a gravidez, os exercícios físicos podem neutralizar os fatores de risco cardiovasculares. Mulheres que se exercitam conforme o recomendado têm um risco 30% menor de desenvolver distúrbios hipertensivos da gravidez e apresentam um perfil de risco cardiovascular reduzido na perimenopausa”, aponta Cristina. E continua: “Já a menopausa apresenta um declínio nas concentrações de estrogênio, levando a adaptações cardiometabólicas negativas e aumentando o estado inflamatório. As atividades físicas revertem essas adaptações”.

A ginecologista conclui lembrando que a receita para prevenir qualquer doença é uma rotina saudável e autocuidado. “A maioria dos fatores de risco é modificável e está relacionado ao estilo de vida”, ela afirma, ressaltando ainda que os exames de rotina anuais também são muito necessários para detectar previamente qualquer alteração.

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