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14 dúvidas sobre saúde bucal respondidas

Conheça a maneira segura de ter dentes brancos e outros cuidados importantes para preservar sua boca saudável

Por Cristina Nabuco (colaboradora)
Atualizado em 17 abr 2017, 15h43 - Publicado em 10 ago 2014, 22h00

Como deve ser feito o clareamento?

A única forma segura de ter dentes brancos é com a aplicação do peróxido de carbamida ou do peróxido de hidrogênio, no consultório ou em casa, mas sempre com a supervisão de um dentista, salienta Flavio Goulart, odontologista da Clínica Crescità, em São Paulo. Assim, o aumento de sensibilidade durante o processo de clareamento pode ser contornado. “Usados sem orientação, os clareadores oferecem também risco de formação de úlceras na gengiva”, adverte Marco Antonio Manfredini, secretário do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (Crosp). Ele informa que, atendendo à solicitação do Conselho, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) está em vias de regulamentar a venda dos clareadores em forma de fita, tira ou gel. Eles poderão ser enquadrados na categoria de dispositivos médicos e comercializados somente com prescrição do dentista.

Pastas com branqueadores são eficazes?

Elas são ricas em substâncias abrasivas (como sílica e bicarbonato). Para eliminar manchas, esses cremes dentais desgastam o esmalte, o que pode acarretar retrações da gengiva e maior sensibilidade, destaca Flávio Goulart. Assim, é melhor conversar com seu dentista antes de usá-las.

E o uso de água oxigenada e bicarbonato e sódio?

São contraindicadas, diz Flavio Goulart. Provocam lesão e retração na gengiva, desgaste do esmalte, sensibilidade e, em casos mais graves, inflamação, que exige tratamento do canal – os mesmos danos, aliás, dos clareadores usados sem controle.

Café e refrigerantes mancham os dentes?

Com o passar dos anos, os dentes escurecem porque o esmalte vai ficando fino e a dentina, que é mais escura, torna-se mais espessa, esclarece o dentista. Fora isso, alimentos como café, refrigerantes escuros, vinho tinto e chás são ricos em pigmentos, que impregnam o esmalte e contribuem para conferir ao dente uma coloração amarelada.

Cárie dá em qualquer idade?

Sim. “Quanto maior a idade, maior sua incidência e a de problemas decorrentes, como perda de dentes”, alerta o professor Marcelo Bonecker, presidente da Aliança para um Futuro Livre de Cárie no Brasil. Segundo dados do Ministério da Saúde de 2010, na faixa etária de 35 a 44 anos, o número médio de dentes atingidos por cáries chega a 16,75, um índice alto, pois um adulto tem 32 dentes. A prevenção consiste em escovar bem os dentes, no mínimo três vezes ao dia, utilizando creme dental com flúor, passar fio dental todo dia e fazer consultas periódicas ao dentista.

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Antissépticos bucais substituem a escovação?

Não, e eles devem ser utilizados com moderação, recomenda Andrea Beder, especialista em Dor Oro Facial, do Instituto Alpha de Saúde Integral, em São Paulo. O uso excessivo contribui para manchar e escurecer os dentes. Opte pelos que contêm o antisséptico triclosan e são isentos de álcool.

Por que é preciso esperar meia hora após a refeição para escovar os dentes?

Porque a saliva precisa de um tempo para neutralizar o pH dos alimentos e proteger os dentes contra desgastes. E a própria escova pode provocar abrasão. “O certo é fazer um bochecho com água e cerca de meia hora depois escovar os dentes”, orienta Andrea Beder.

Por que às vezes os dentes doem quando tomamos gelado?

A sensibilidade ocorre quando os milhares de canais microscópicos existentes na dentina, tecido que forma o corpo do dente, ficam expostos e são submetidos a pressão, frio, calor, alimentos doces ou ácidos, esclarece José Luis Bretos, diretor científico da clínica/escola Núcleo de Estudos Odontológicos (NEO), em São Paulo. O tratamento varia conforme a causa. As principais são retração da gengiva (deixa a raiz do dente aparente), fratura no dente, trinca no esmalte, cárie, refluxo e bruxismo (ranger os dentes desgasta o esmalte).

O que é erosão dentária?

É a perda progressiva do esmalte, a camada mais rígida e superficial do dente, informa Andrea Beder. Ela é causada pelos ácidos existentes em alimentos, como frutas ácidas, refrigerantes, isotônicos e vinho branco. Também pode ser provocada por doenças como hipertireoidismo e bulimia (os vômitos provocados colocam o ácido gástrico em contato constante com os dentes). Aplicações de fluoretos e bicarbonatos pelo dentista e pastas de dentes especiais aliviam o problema.

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Se a gengiva está sangrando, posso passar fio dental?

Sim. O sangramento se deve principalmente à gengivite, inflamação da gengiva decorrente da remoção inadequada de placa bacteriana dos dentes. A placa precisa ser retirada com escovação regular e, sobretudo, uso do fio dental, além de visitas ao dentista. Do contrário, endurecerá, formando o tártaro, que agrava o sangramento e colabora para uma forma mais avançada de doença na gengiva conhecida como periodontite, observa o diretor da NEO.

Mascar chiclete faz mal para os dentes?

Ainda que escolha um produto sem açúcar, para evitar cáries, a sobrecarga associada ao movimento repetitivo pode enfraquecer a estrutura do dente e levar à erosão dentária, avisa Andrea Beder. Daí há o aumento na sensibilidade.

É verdade que um problema dental pode provocar doenças cardíacas?

Sim, se a cárie se aproximar da polpa do dente, por onde passa a corrente sanguínea, as bactérias podem alcançar o sangue e circular pelo organismo, atingindo diferentes regiões, inclusive o coração, explica Marcelo Bonecker.

Dá para prevenir a retração da gengiva?

Os maiores culpados são escovação inadequada, contatos prematuros (quando um dente está “mais alto” que os outros) e inflamações na gengiva, responde José Bretos. A melhor prevenção é a boa higiene oral, com técnica correta de escovação e escova de cerdas macias para evitar acúmulo de placa bacteriana e traumas na gengiva.

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Existem alternativas ao temido motorzinho?

Embora tenham surgido métodos à base de laser, ultrassom e géis especiais para dissolver a cárie, nenhum é efetivo a ponto de substituir o motorzinho com brocas em todas as situações, alerta Bonecker. Daí a importância de tratar a cárie o quanto antes – se possível, na fase inicial de mancha branca, quando a aplicação de flúor e a melhora da higiene bucal podem deter a evolução do quadro.

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