A ciência tem duas boas notícias para as mulheres com câncer de mama
Novos estudos trazem resultados animadores para as pacientes que diagnosticaram a doença cedo ou que estão em tratamento
Entre os cânceres, o de mama é o segundo mais comum em mulheres no Brasil e no mundo – fica atrás apenas do de pele. Segundo o Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca), esse câncer representa 28% dos diagnósticos de tumores malignos feitos a cada ano. Mesmo assim, a ciência vem trabalhando para enfrentar o problema, e os resultados são animadores.
No último domingo (3), um estudo liderado por pesquisadores da Universidade Vanderbilt, nos Estados Unidos, foi apresentado no congresso da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (Asco, na sigla em inglês), que está acontecendo em Chicago (EUA). O trabalho aponta que muitos casos de câncer de mama identificados ainda na fase inicial não precisariam passar por quimioterapia, que tem efeitos colaterais sérios.
Na pesquisa, os especialistas analisaram os tumores de cerca de 10 mil mulheres com idades entre 18 e 75 anos. Por meio de testes genéticos, eles conseguiram identificar quais pacientes precisariam encarar a químio e quais poderiam apenas tomar um medicamento que bloqueia a ação do estrogênio, hormônio feminino ligado à doença.
As participantes foram acompanhadas por uma média de sete anos. Os resultados mostraram que as taxas de sobrevivência foram semelhantes tanto para as que fizeram quimioterapia quanto para as que passaram pelo outro tratamento.
As mulheres que se beneficiaram da terapia alternativa tinham tumores em estágios iniciais, medindo de 1 a 5 centímetros, e preenchiam outros requisitos, como apresentar teste negativo para a proteína HER2. Mas os autores ressaltam que, em alguns casos, mesmo essas pacientes podem se dar bem com a quimioterapia.
De qualquer forma, a notícia traz esperança. “Podemos poupar milhares e milhares de mulheres de receberem tratamento tóxico [a quimioterapia] que não as beneficiariam”, disse Ingrid A. Mayer, uma das autoras da investigação, em entrevista ao jornal americano The New York Times. “Isso é muito poderoso e pode realmente mudar o padrão do tratamento”, complementou.
Cura para o câncer de mama?
Outra boa notícia da semana: pela primeira vez, uma paciente com câncer de mama avançado foi curada. O tumor da americana Judy Perkins já havia espalhado para o resto do corpo e foi completamente eliminado a partir de um tratamento de imunoterapia que usa células imunológicas do próprio paciente para destruir o câncer.
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Segundo o jornal inglês The Guardian, Judy já havia passado por várias quimioterapias e nenhuma combateu seu tumor. Os médicos diziam que ela só teria três anos de vida – faz dois anos que ela está livre da doença.
Os cientistas ponderam que o tratamento ainda precisa ser testado em estudos maiores e pode não funcionar para todo mundo, mas certamente já é um grande passo.