Jiu-jítsu e dieta saudável transformaram a vida dela após câncer
Assim como faz com as oponentes, Bárbara traçou uma estratégia de luta e foi pra cima da doença
Gosta de conhecer histórias inspiradoras? Trazemos mais um depoimento para nosso especial Outubro Rosa: dessa vez, o da servidora pública e treinadora de jiu-jítsu Bárbara Matos, 34 anos, de Brasília (DF):
“Estava decidida a não largar o jiu-jítsu, que pratico há quase 20 anos, mas a vontade de lutar foi embora junto com meu cabelo. Aos 29 anos, descobri um câncer de mama mega-agressivo que já havia produzido metástase na axila. Havia risco de ele se espalhar para outros órgãos e, por isso, iniciei o tratamento imediatamente (o tumor cresceu de 2 para 6 centímetros em apenas 30 dias!).
Depois de passar máquina zero nos fios, só conseguia ficar sentada na beira do tatame, vestida com o quimono e o lenço na cabeça. Não estava preparada para expor minha careca em público. A força que tinha durante as disputas (sou atleta de competições amadoras) simplesmente desapareceu. Antes, eu chegava a treinar seis horas por dia, mas a químio me debilitou demais: sentia fadiga, câimbra, formigamento nas extremidades do corpo e sonolência.
Depoimento 1: Atleta que venceu câncer de mama conta como foi voltar a competir
Tinha também a questão da autoestima… Bom, pelo menos nesse quesito, eu pude contar com o apoio dos meus colegas. Um dia, todos eles apareceram carequinhas para treinar. Nas TVs da academia, passava o filme de quando eles rasparam a cabeça em solidariedade a mim. Não me restou outra alternativa, né? Tirei o lenço e voltei a me exercitar, mesmo que em um ritmo leve. Saía da químio ao meio-dia e, 15 minutos depois, já estava no tatame, cansando meu corpo e arejando minha cabeça. E o melhor: ao lado dos meus amigos, que foram essenciais para que eu me mantivesse firme. A doença era um adversário que eu precisava encarar.
Depoimento 2: Ela se encontrou na carreira após vencer o câncer de mama
Então, assim como faço com as outras oponentes, tracei a estratégia de luta e fui pra cima! Após seis meses, 28 sessões de radioterapia e uma cirurgia de retirada das duas mamas, ganhei 20 quilos – afinal, o ritmo de treino diminuiu e eu continuei comendo muito.
Depoimento 3: “Não era o câncer que me desanimava, mas o sedentarismo”
Curada, decidi que era hora de lutar novamente, só que agora para recuperar minha forma. Troquei o nutricionista oncológico pelo esportivo. Hoje, saio com marmita para o dia inteiro, dou preferência a alimentos orgânicos e pouco processados e evito o consumo de açúcar e de farinha branca. Emagreci 32 quilos! A mudança nos meus hábitos foi fundamental para melhorar minha autoestima e também é uma forma de proteger meu corpo do câncer.”
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