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Chocolate: a ciência por trás do por quê você ama o alimento

Pesquisadores da Universidade de Leeds, na Inglaterra, dizem ter decifrado o código que torna o chocolate tão irresistível para tantas pessoas

Por Juliana Vaz
10 mar 2023, 12h14

Um novo estudo publicado na ACS Applied Materials and Interfaces realizado por cientistas da Universidade de Leeds, na Inglaterra, afirma que grande parte do desejo por chocolate se resume a como ele tende a derreter em nossas bocas.

Eles chegaram a essa conclusão depois de examinar cada etapa mecânica do processo de comer uma barra.

Por que comer chocolate é tão satisfatório

Os resultados do estudo sugerem que os humanos adoram o alimento principalmente por causa da sensação e da textura do conteúdo de gordura em suas camadas externas, que se decompõem em nossa boca enquanto mastigamos.

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A satisfação que sentimos ao comer um chocolate, então, vem principalmente da maneira como nossa língua e glândulas salivares ou saliva interagem com o teor de gordura do chocolate.

Os pesquisadores também concluíram que o teor de gordura mais profundo no doce desempenha um papel bastante limitado e pode ser reduzido sem afetar a sensação do alimento.

Simplificando, o teor de gordura do chocolate, que toca primeiro nossas papilas gustativas, é muito mais importante para nossa satisfação geral do que qualquer teor de gordura nas camadas mais internas.

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Um novo tipo de chocolate pode surgir?

A partir disso, os autores do estudo agora estão trabalhando em uma nova linha de chocolates premium que concentram o teor de gordura na camada mais externa e a reduzem do restante do chocolate.

Os testes foram conduzidos usando uma marca de luxo de chocolate amargo sólido em uma superfície 3D semelhante a uma língua artificial projetada na Universidade de Leeds.

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“Com a compreensão dos mecanismos físicos que ocorrem quando as pessoas comem chocolate, acreditamos que uma próxima geração de chocolate pode ser desenvolvida para oferecer a sensação de chocolate com alto teor de gordura, mas é uma escolha mais saudável”, disse Siavash Soltanahmadi, PhD, autor do estudo e pesquisador da Escola de Ciência Alimentar e Nutrição de Leeds, em comunicado à imprensa.

“Acreditamos que o chocolate amargo pode ser produzido em uma arquitetura de camadas gradientes, com gordura cobrindo a superfície dos chocolates e partículas para oferecer a desejada experiência de auto indulgência sem adicionar muita gordura dentro do corpo do alimento”, acrescentou.

Como fazer escolhas mais saudáveis

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Chocolates saudáveis já existem e com grande variedade de marcas nas prateleiras de supermercados ou lojas especializadas em alimentação saudável, com versões sem leite, recheadas, veganos e sem açúcar refinado. 

Os nutricionistas indicam escolher opções com maior teor de cacau em vez do ao leite ou confeitados, como trufas, por exemplo.

O alimento não é só uma delícia. O seu consumo moderado também oferece uma lista de benefícios. Um dos micronutrientes relacionados ao grão de cacau são os flavonoides, antioxidantes que protegem as células da ação de radicais livres, que estão associados ao envelhecimento celular e ao câncer.

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 Para garantir o consumo de flavonoides, escolha opções com maior concentração de cacau, que também tem menos açúcar. O primeiro produto da lista de ingredientes do chocolate deve sempre ser o cacau, com concentração acima de 60%. Nesta condição, o consumo de até 30g pode ser diário.

Barra de chocolate
(al62/Thinkstock/Getty Images)

O chocolate está relacionado ainda a:

Para fazer escolhas de chocolate mais saudáveis, escolha o chocolate amargo ao invés do chocolate ao leite e busque opções com menos açúcar sempre que possível ou use o controle de porções. E evite o chocolate branco. Apesar do nome, o chocolate branco na verdade não contém cacau. Já pessoas que sofrem com diabetes precisam ter cuidado redobrado com a quantidade das porções e também preferir aqueles com maior concentração de cacau.

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