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Dieta flexitariana: o que você deve saber para reduzir o consumo de carne

A dieta flexitariana tem como premissa a substituição de alimentos de origem animal por outros de origem vegetal - é uma dieta de transição

Por Marcela De Mingo
8 ago 2022, 08h00

Entre veganos e carnívoros, o que temos? Os flexitarianos. Sim, é isso mesmo: a dieta flexitariana tem ganhado cada vez mais adeptos e é conhecida como um meio-termo entre uma alimentação rica em alimentos de origem animal e outra plant based, isto é, 100% baseada em plantas. 

DIETA FLEXITARIANA: UM PERÍODO DE TRANSIÇÃO

“Uma dieta flexitariana é uma dieta em que a pessoa se propõe a reduzir o consumo de qualquer tipo de alimento de origem animal ou todos eles. Não existe uma categoria, um ‘como fazer’. A redução já é considerada uma dieta flexitariana”, explica Alessandra Luglio, nutricionista e consultora científica da A Tal da Castanha. 

Existem muitas formas de adotar esse tipo de alimentação – o movimento segunda sem carne, por exemplo, é um exemplo. Apoiado por famosos como Paul McCartney, a ideia é não consumir nada de origem animal às segundas-feiras. Outra ideia seria evitar as proteínas animais em uma refeição durante a semana, como no almoço. 

Ou seja, não existe regra. O único objetivo é fazer uma troca equivalente de alimentos de origem animal por outros de origem vegetal. Os formatos vão depender da rotina e do conhecimento de cada um. 

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BENEFÍCIOS DA DIETA FLEXITARIANA

Talvez você esteja se perguntando quais são os benefícios de uma alimentação como essa. E, acredite, são muitos. 

“É mais do que sabido que uma alimentação à base de vegetais é uma alimentação não somente segura, como a principal dieta reconhecida atualmente como potencialmente reversora das principais doenças crônicas que mais assolam a humanidade, principalmente as cardiovasculares”, explica a nutricionista. 

De acordo com a profissional, somente uma dieta 100% à base de plantas consegue reverter quadros de doenças cardiovasculares pré-estabelecidas, além de funcionar como uma forma de prevenção contra essas e outras doenças. 

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“Qualquer passo para a redução é muito positivo porque automaticamente se reduz o consumo diário de gorduras saturada e de colesterol, que estão intimamente ligados ao desenvolvimento de doenças crônicas”, explica. 

O motivo por trás desses benefícios não está só na redução do consumo de carnes de origem animal, mas no aumento do consumo de vegetais. Isso porque a dieta flexitariana não propõe a troca de um alimento de origem animal por outro – por exemplo, de carne vermelha por ovo ou de carne de porco por frango -, mas a substituição desses alimentos por outros de origem vegetal

“Normalmente, colocam-se mais leguminosas nos pratos, mais folhas, mais cereais, e isso tem um fator muito importante para aumentar a qualidade nutricional do indivíduo”, diz a nutricionista. “Você aumenta o teor de fibras, reduz gorduras, aumenta compostos bioativos e reduz também a quantidade de calorias diárias – os alimentos de origem animal têm um teor de gordura bastante significativo. Ao reduzir o seu consumo, diminuem-se proporcionalmente as calorias ingeridas, e isso é muito importante quando pensamos em uma sociedade que tem o sobrepeso e a obesidade como as principais características.”

Ou seja, a dieta flexitariana é um convite para que as pessoas passem a pensar melhor na própria alimentação, adquirindo bons hábitos. E o melhor: de acordo com a nutricionista, não existem desvantagens em diminuir o consumo de alimentos de origem animal. “É sempre positivo diminuir os níveis de gorduras saturadas e colesterol”, explica. 

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COMO ADOTAR UMA DIETA FLEXITARIANA? 

Vamos para a prática? Antes de mais nada, é importante sempre contar com acompanhamento especializado ao fazer alterações na sua alimentação. Afinal, é preciso manter a quantidade de calorias e nutrientes necessários para a boa saúde na rotina. A seguir, você encontra um passo a passo: 

1

Entenda a sua motivação

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Para Alessandra, o que realmente gera motivação para uma mudança alimentar desse porte é a compreensão: ter consciência sobre a problemática que envolve o consumo de alimentos de origem animal para a saúde, o planeta, para a questão da fome no mundo e, claro, para os próprios animais é parte importante desse processo. 

2

Informe-se bem

Depois, vem um pouco mais de estudos, mas devidamente direcionados: “A minha dica é que a pessoa se informe, entenda, busque saber sobre alimentação natural, saudável. Assim, ela consolida o seu conhecimento e pode abrir os olhos para uma evolução”, explica a profissional. 

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3

Faça trocas inteligentes

Outro ponto importante é um que já citamos por aqui: não troque alimentos de origem animal por outros de mesma natureza – por exemplo, substituir a carne vermelha pelo ovo. O ideal, nesse caso, é fazer uma troca de animal por vegetal: substituir o frango do almoço por vegetais, leguminosas e cereais altamente nutritivos. 

4

Comece devagar

Você não precisa fazer uma mudança radical do dia para a noite. Pelo contrário! O mais adequado é sempre começar pequeno: adotar o movimento segunda sem carne, substituir o leite animal pelo vegetal no café da manhã… E deixe finais de semana e eventos familiares, por exemplo, de fora desse primeiro momento. “Pense no seu dia a dia, em quais atitudes diárias você pode fazer para mudar isso”, aconselha Alessandra. 

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