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Tudo o que você precisa saber sobre a polêmica dieta higienista

Baseada nos preceitos da filosofia grega, defende que o homem deve comer o mais próximo do seu natural para combater doenças e se manter em boa saúde

Por Marcela De Mingo
Atualizado em 21 out 2024, 16h37 - Publicado em 23 Maio 2022, 08h00
dieta higienista
 (Mike / Pexels/Divulgação)
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De tempos em tempos ouvimos falar de uma nova forma de alimentação que acaba ganhando popularidade. É o caso da dieta higienista, que, nos últimos tempos, voltou a ganhar manchetes mundo afora. 

Acontece que, ao contrário do que se imagina, ela está longe de ser uma dieta nova. A dieta higienista surgiu por volta dos anos 1940, sob a tutela do naturopata Herbert Sheldon. É uma continuidade do movimento chamado higienismo, que surgiu quase um século antes, em 1830, nos Estados Unidos. 

Em essência, esse movimento era contra a prática da medicina tradicional, e apresentava novos conceitos e caminhos sobre as causas e tratamentos de doenças. 

O QUE É A DIETA HIGIENISTA? 

O Higienismo é um movimento que tem como base a filosofia grega sobre saúde e bem-estar. Basicamente, diz que as doenças não são resultado de causas externas, como vírus e bactérias, mas sim de um desarranjo entre os hábitos de vida de uma pessoa, que vão contra a natureza humana: como se alimentar de forma não natural, dormir pouco e consumir substâncias nocivas como álcool e o cigarro. 

Bom, e como isso se reflete na alimentação? “A base da dieta é o uso do alimento específico da espécie humana, ou seja, frutas, verduras, legumes, grãos germinados, nozes, raízes e sementes”, explica a Dra. Andrea Pereira, médica nutróloga do hospital Albert Einstein, e cofundadora da ONG Obesidade Brasil. “Seu cardápio limita-se a dois ou três itens, de preferência da mesma categoria. Proíbe qualquer tipo de alimento industrializado e sugere o consumo de alimentos crus.”

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Ou seja, nada de pratos à base de arroz, feijão, bife e batatas, como é típico do brasileiro. Para os higienistas, essa mistura de alimentos não só é vista como uma bomba para o organismo, mas como porta de entrada para doenças. Por isso, limitar a alimentação a alguns alimentos, evitando misturas entre as categorias, é parte essencial dessa dieta.  

Nos Estados Unidos existem escolas especializadas no movimento higienista, no entanto, ainda não existem comprovações científicas o suficiente de que essa dieta deva ser seguida ou que tenha algum benefício específico. Essa informação é especialmente importante nesse caso porque a dieta higienista é bastante restritiva e limitada. 

QUAIS OS BENEFÍCIOS DA DIETA HIGIENISTA? 

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Para a Dra. Andrea, a falta de estudos comprobatórios sobre esse tipo de alimentação impede que falemos sobre benefícios – sabe-se, apenas, que todo esse movimento seria uma resposta ao consumo desenfreado de alimentos industrializados. 

“Na literatura existem relatos de doenças associadas ao alto consumo de alimentos processados e ultraprocessados, tais como obesidade, câncer e síndrome metabólica”, explica. “Desse modo, há um benefício indireto na prevenção dessas doenças.”

As dificuldades de implementação também são muitas, já que é uma dieta muito restrita. Em sua essência, são utilizados poucos ingredientes, portanto, ela deve ser muito bem balanceada para não levar à deficiências nutricionais – ou seja, contar com a orientação de um profissional da área de nutrição é essencial. 

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Vale dizer também que essa dieta se tornou popular mais por conta dos seus supostos benefícios terapêuticos do que estéticos: a ideia da dieta higienista não é fazer a pessoa emagrecer ou alcançar um corpo mais definido, mas preparar o corpo contra as doenças, crônicas ou agudas, da vida moderna – pense nos cânceres, por exemplo. 

É por isso que, mais de uma vez, a Dra. Andrea explica que é essencial a orientação de um profissional especializado na adoção dessa dieta – que também pode funcionar segundo um esquema de jejum -, especialmente quando se considera os riscos altos de deficiências nutricionais e a possibilidade de perda de massa muscular, devido ao baixíssimo consumo de proteínas. 

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