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Depilação influencia nos treinos?

Pesquisa mostra que a performance esportiva pode estar em jogo quando o assunto é ter os pelos à mostra

Por Abril Branded Content
Atualizado em 2 Maio 2017, 15h55 - Publicado em 2 Maio 2017, 15h29
Mulher correndo
(shapecharge/Getty Images)

Quem nunca sentiu a diferença de entrar na piscina com a pele lisinha e perceber a água deslizando sobre a pele? Ou trocou o short pela legging para malhar e disfarçar os pelos da perna? A verdade é que, para a maior parte das pessoas, sejam elas atletas profissionais ou amadoras, a depilação faz diferença na prática do exercício.

A conclusão é de um estudo feito pelo instituto PiniOn, plataforma de pesquisa mobile e web, na busca por entender os hábitos e as rotinas de depilação no país. Sob encomenda da Philips, o instituto ouviu mulheres de 15 a 42 anos de São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Recife, entre novembro e dezembro de 2016, e os resultados mostram que o benefício gerado pelo simples fato de estar depilada compensa todo o processo depilatório, que, muitas vezes, exige tempo, desconforto e, em alguns casos, certo investimento.

A seguir, conheça outras curiosidades e aspectos levantados pelo estudo e a opinião de atletas e amantes de esportes com quem a nossa reportagem conversou para saber a relação delas com esporte e depilação.

Questão de liberdade

Praticar exercício sem estar depilada influencia no resultado?
(Renata Miwa/Abril Branded Content)

“Se não estou depilada, evito ir à piscina. Não me sinto à vontade”, diz a universitária Giovana Alves, 27 anos. “Acho que muda nossa agilidade, parece que ficamos mais leves”, completa. A sensação da nadadora é a mesma da artista canadense Leanne Shapton, que treinou para as classificatórias olímpicas de natação na juventude. Em seu livro Swimming Studies (2012, Estudos sobre Natação, em tradução livre), ela conta que, antes de cada competição, as nadadoras costumavam raspar os pelos das costas umas das outras para dar uma ajudinha na performance – um ato também de companheirismo.

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A depilação é psicológica e prática, pois tira a menor camada de resistência da pele exposta nas costas, nos braços e nas pernas e também raspa parte da pele morta, tornando-a mais sensível na água”, disse Leanne em entrevista ao jornal The Guardian. “Os nadadores podem se referir a seus tempos como tendo sido feitos ‘raspado’ ou ‘não raspado’. Eu não sei se isso foi cientificamente provado, mas eu realmente acredito que ajude”, afirmou.

Não, não foi ainda cientificamente comprovado – mas, em alguns casos, axilas muito volumosas ou muitos pelos na virilha, por exemplo, podem, sim, incomodar homens e mulheres em casos de movimentos repetidos, em que o atrito é frequente. “Muitos homens procuram a depilação para melhorar o desempenho esportivo”, afirma Arlete Balestri, que trabalha há 23 anos como depiladora. “Eles depilam a panturrilha e o peito com cera ou aparadores elétricos, uma forma também de evitar a foliculite [inflamação do bulbo capilar] causada pela lâmina”, diz a profissional.

Outra conclusão do estudo é que a depilação é um aval à liberdade de movimentos e que não estar depilada também afeta a autoestima. Para muitas das mulheres que responderam à pesquisa, mesmo quando protegidas pelas roupas de treino, sempre existe o medo de algum pelinho escapar e ficar à vista dos companheiros ou companheiras de treino.

Depilação = liberdade de movimentos
(Renata Miwa/Abril Branded Content)

A médica anestesista Lilian Martins, 36 anos, concorda. “É cultural. Não nos sentimos seguras com a virilha ou a axila cabeludas”, diz. Praticante de crossfit, ela retomou os treinos após o primeiro filho completar 1 ano de idade. A vontade de voltar à atividade veio também com o desejo de retomar a rotina de cuidados com o corpo e a imagem. Lilian decidiu fazer depilação a laser nas pernas, abdômen, virilha e axilas. “Os 10% que sobram tiro com depilador elétrico”, diz.

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Pronta para o que der e vier

A importância dada ao cuidado com a pele lisinha é maior ou menor de acordo com o clima, a proximidade de praias, a rotina de trabalho e o momento sexual que as mulheres em geral estão vivendo, atesta o estudo. Entre as atletas, especialmente, essa preocupação é uma constante. Para elas, o corpo precisa estar pronto para qualquer movimento ou roupa, que podem expor até simultaneamente pernas, axilas, braços, coxas e virilha.

Acho que dá a impressão de estar mais ‘bem cuidada’. No fundo, sei que é besteira, mas, mais que me sentir mais atraente, me sinto mais confiante”, diz Natália Garcia, 32 anos, jornalista, que treina diariamente e corre provas de 10K e 21K. Quando não há tempo, elas tentam esconder os pelos, o que é um desconforto e um problema para a concentração, já que, nesse caso, é preciso se dividir entre a atividade e a preocupação com a imagem.

“Se não estou depilada, tento não mostrar. Atrapalha o treino, porque você não está 100% centrada, tem que ficar reparando se aparece, se tem alguém olhando etc. Tira o seu foco”, diz Mayra Carvalho, 29 anos, designer, que faz academia. Mayra conta que fez algumas sessões do tratamento a laser, mas sempre se depila com aparelhos elétricos. “Quando estou depilada, sinto que, além da sensação de conforto, estou pronta pra tudo, né?! rs Vai que…”

Luiza Mantovanelli, 29 anos, especialista em marketing digital e fitness lover, conta que, para conciliar sua rotina atarefada no trabalho e os treinos diários na academia, não dispensa o aparador elétrico em sua mala. “Muitas vezes, passo a semana inteira usando calça e, quando vou ver, levei um short para treinar. Uso o aparador elétrico no próprio vestiário e me sinto à vontade para deixar as pernas à mostra.” Luiza afirma ainda que a mistura de métodos de depilação também faz parte de sua rotina. “Em algumas regiões, como axila e buço, faço tratamento com luz pulsada.”

Angélica Capelari, professora de psicologia na Universidade Metodista de São Paulo, alerta, porém, que a depilação é uma escolha. Apesar de a maioria das mulheres ainda preferir livrar-se dos pelos, essa deve ser uma opção individual. “Fazer uma escolha consciente a partir disso é uma prática de empoderamento feminino”, explica. Enquanto a ciência não comprova a influência física dos pelinhos no treino, tudo se resume a como cada mulher se sente. O importante é não deixar de treinar!

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