Lábios vaginais: o que são, para quê servem e a questão estética
Os lábios vaginais, menores e maiores, são uma forma de proteção natural do trato gênito-urinário
Os lábios vaginais nunca foram tão protagonistas da saúde feminina quanto agora. Com a era do despertar sexual, falar sobre a vulva e a sexualidade da mulher tem se tornado cada vez menos um tabu e isso só tem vantagens. Se olharmos pelo prisma da autoestima, os lábios vaginais têm muito a dizer – com o perdão do trocadilho!
O QUE SÃO OS LÁBIOS VAGINAIS?
Segundo a Dra. Paula Fettback, ginecologista especializada em reposição hormonal e infertilidade com ênfase em alta complexidade, os lábios genitais são estruturas anatômicas e sobras de pele existentes na vulva da mulher.
“Esses lábios se desenvolvem depois da puberdade e também se tornam cobertos por pelos pubianos”, explica. “Temos dois lábios: os menores, mais internos, que vão até a região do clitóris; e os lábios maiores, que cobrem os menores e têm essa anatomia para a proteção da vagina da mulher.”
LÁBIOS MENORES X LÁBIOS MAIORES
A anatomia feminina conta com essas duas camadas de pele por um motivo: proteger as regiões mais importantes e vulneráveis da vulva: o canal vaginal e a uretra.
Normalmente, os lábios menores são mais discretos e têm menor quantidade de tecido adiposo (ou seja, de gordura). Já os maiores são compostos por mais gordura do que os lábios menores e são cobertos de pelo depois da puberdade.
“Os dois protegem a abertura da vagina e da uretra”, reforça a médica. “Eles têm essa função protetiva do trato gênito-urinário.”
LÁBIOS VAGINAIS: POR QUE VARIAM TANTO?
Assim como cada pessoa tem características físicas absolutamente únicas, o mesmo vale para os lábios vaginais: eles dependem 100% do fenótipo da paciente. Mulheres negras geralmente têm lábios maiores com uma pigmentação semelhante ao seu tom de pele, e gestantes podem perceber uma mudança na tonalidade desses lábios, principalmente se têm maior tendência ao melasma.
O mesmo vale para o tamanho dos lábios. Algumas mulheres, por questões genéticas, nascem com esses lábios vaginais maiores ou menores, e o desenvolvimento durante a puberdade pode, também, alterar esse tamanho. Entra, aí, uma das principais condições relacionadas aos lábios vaginais: a hipertrofia dos lábios menores.
A hipertrofia acontece quando há excesso de pele nessa região, podendo causar desconfortos estéticos e até físicos – pode acontecer de mulheres com hipertrofia sentirem dor durante o sexo por penetração.
Muitas vezes, são em casos como esses que os médicos indicam a cirurgia de correção, já que tanto estética quanto fisicamente essa diferença de tamanho pode gerar muito desconforto e até questões de autoestima mais sérias.
FLACIDEZ NOS LÁBIOS VAGINAIS EXISTE?
Com certeza! Assim como a tonalidade e o tamanho dos lábios vaginais são uma consequência direta do fenótipo de cada mulher, a presença de flacidez segue a mesma lógica: a pele, independente da localização no corpo, está sujeita ao envelhecimento e à flacidez, e isso também pode acontecer nos lábios menores e maiores.
“Como todas as estruturas do nosso corpo, a vulva também sofre o processo do envelhecimento e da diminuição do colágeno, evoluindo para uma flacidez local”, explica a Dra. Paula. “Isso também depende muito da tendência genética, mulheres com mais colágeno têm menos flacidez, e isso acontece também na região da vulva.”
Assim como na hipertrofia, também existem tratamentos específicos para isso, como cirurgias e até preenchimentos com bioestimuladores de colágeno, que podem melhorar a aparência e a firmeza da pele local.
Fora isso, os lasers também são bastante utilizados para cuidar da vulva feminina: seja para tratar condições como a perda urinária intra-vaginal, seja para tratar condições ligadas à fertilidade, o laser também pode ser usado para melhorar a flacidez local.