BOA FORMA responde

Vamos atrás dos melhores especialistas para tirar suas dúvidas
Continua após publicidade

Como não se sentir culpado em dias que seu corpo não quer treinar?

Fisioterapeuta e especialista em saúde corporativa responde

Por  Ricardo Massola
4 mar 2022, 12h08
cansaço
 (Andres Ayrton/Pexels)

A prática de exercícios físicos é historicamente recomendada por médicos e especialistas; tanto para a saúde física quanto para a mental, os benefícios são inegáveis. Porém, em uma sociedade bombardeada por estímulos e pressões, muitas vezes nos culpamos quando nosso corpo está cansado demais para realizarmos o treino do dia, ou até quando temos um compromisso e temos que faltar à academia. Esse sentimento de culpa, além de ser contraprodutivo, pois não aproveitamos de fato o que estamos fazendo no momento, pode indicar, em alguns casos, o início de situações complexas de distúrbios de autoimagem. 

Publicidade

Há dois grandes segredos para equilibrar a saúde mental e a prática física: o primeiro, é buscar a autopercepção. Conhecer a si mesmo e prestar atenção nas reações e sentimentos que o corpo está mostrando, entendendo os próprios limites físicos é fundamental para se respeitar quando estiver se sentindo cansado, ou simplesmente não estiver com vontade de realizar exercícios. É importante se notar que, caso os limites estabelecidos forem ultrapassados, não haverá ganho. Cansaço extremo,  dores e lesões recorrentes, necessidade de uso constante de medicamentos para dor e perda de fôlego durante a atividade física são sinais que a atividade está sendo contraprodutiva, e gerando stress ao invés de combatê-lo, que é uma das funções do exercício físico

Publicidade

Ainda, deve-se entender qual o seu real objetivo com as atividades,  quais são os sentimentos que te levam a praticá-la e o que você sente ao praticá-la. O exercício precisa ser prazeroso e trazer a sensação de bem-estar mental e físico. Não há nada de errado em buscar o exercício para fins estéticos, mas deve-se tomar cuidado para que esse fim estético não se torne uma obsessão, em que a prática do exercício passará a ser compulsiva. Conhecer seus reais objetivos, seus sentimentos, seus sinais físicos e respeitá-los é o que fará com que a prática seja saudável.

O segundo grande segredo é buscar ajuda profissional. O exercício físico é um remédio cientificamente comprovado e funciona exatamente como qualquer um: possui uma dose específica para cada pessoa, deve ser feito em quantidades específicas, e seu excesso e automedicação podem ser nocivos. Portanto, ao invés de aumentar a dose do exercício físico que foi prescrito, você pode incluir em sua vida mais atividades físicas. Há uma diferença entre ambos: a atividade física é todo movimento que aumenta seu gasto calórico, como caminhar com seu cachorro, usar as escadas ao invés do elevador e ir a pé na padaria. Já o exercício é toda atividade física que vem seguida de uma dose, com séries, repetições, duração específica e quantidade de dias certos. Esses devem ser prescritos por profissionais habilitados. Respeitar a dose e o conhecimento do profissional é fundamental para uma prática segura e de resultados.

Publicidade
Continua após a publicidade

Mal-estar social 

A sociedade chegou num ponto em que os próprios bens materiais ditam o nosso bem-estar: quando vemos uma roupa que desejamos muito na vitrine de uma loja, sentimos que é a própria calça ou vestido que nos manda emagrecer para que sejamos dignos de vesti-los. Nos esforçamos ao máximo, fazemos dietas duvidosas e tomamos medicamentos repletos de efeitos colaterais, tudo para satisfazer o desejo de um pedaço de vestiário, e não o nosso. As coisas estão nos possuindo ao invés de possuirmos. Somos bombardeados por informações e imagens dizendo quem devemos ser, mas nunca paramos para pensar no que realmente somos. 

Publicidade

Para nutrir uma mentalidade mais saudável em relação à exercícios físicos, precisamos entender a raiz do problema. É importante ter a noção que o corpo é nosso, e nenhuma pessoa, empresa, rede social, roupa, padrão social ou mídia deve nos ditar o que fazer com ele. Portanto, a primeira coisa a se fazer para eliminar este sentimento é entendê-lo, ou seja, conhecer a si mesmo para entender quais são as influências externas que te fazem sentir culpa. Conhecer as suas qualidades e seu propósito são primordiais para que você se valorize.

Continua após a publicidade

 

Publicidade

____________________________________________________

 Ricardo Massola é fisioterapeuta e especialista em saúde corporativa 

Publicidade
Publicidade
Publicidade

Essa é uma matéria fechada para assinantes.
Se você já é assinante clique aqui para ter acesso a esse e outros conteúdos de jornalismo de qualidade.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.