Corrimentos vaginais: saiba quando buscar ajuda médica e como prevenir
Este mês trago um tema muito importante e que está presente no verão. Convidei o ginecologista Dr. Fabiano Serra para explicar tudo sobre corrimentos vaginais.
“Eles são queixas frequentes nos consultórios ginecológicos e respondem por cerca de 30% dos atendimentos. É pouco provável que você, mulher, nunca tenha achado seu corrimento “esquisito”, diferente do habitual. O que chama a atenção, porém, é que boa parte das mulheres que procuram atendimento médico com essa queixa está com o corrimento normal (fisiológico). Isso se explica pelas alterações hormonais ou até pelo desconhecimento do próprio corpo. É preciso saber o que está dentro da normalidade para reconhecer quando houver, de fato, alguma alteração”, afirma Dr. Fabiano.
CORRIMENTO NORMAL (FISIOLÓGICO)
Segundo o especialista, o corrimento normal da mulher é transparente ou branco, podendo ser pegajoso ou elástico. Não possui odor fétido (ruim) e não causa outros sintomas como coceira e inflamação.
Se a mulher não usa anticoncepcional hormonal, ele sofrerá alterações durante o ciclo, sem que isso caracterize qualquer doença. No período gestacional, ele também sofre alterações e fica bastante volumoso, de forma que algumas mulheres até se confundem e suspeitam de que a bolsa tenha “estourado”.
SINAIS E SINTOMAS DE ALERTA
“Corrimento branco-acinzentado, amarelo, verde, rosado ou marrom, principalmente se associado a sinais e sintomas, como coceira, dor, ardência, incômodo ao urinar, vermelhidão, sangramento pós-relação sexual e mau cheiro (alguns semelhantes a peixe podre) ou se consistência grumosa ou bolhosa são alguns dos sinais de alerta. A maior parte das causas é infecciosa, devido ao crescimento de bactérias, fungos ou protozoários. Os mais comuns são a vaginose bacteriana, a candidíase, a tricomoníase e a presença de Clamídia ou Gonorreia. Os três últimos são considerados infecções sexualmente transmissíveis e o parceiro também deverá ser tratado. Outras causas menos frequentes são a atrofia após menopausa, alergias, reações a algum corpo estranho(algo que foi introduzido e deixado na vagina), pequenos sangramentos e, mais raramente, o câncer.”, afirma o expert.
O especialista reforça ainda que se o corrimento vier acompanhado de sintomas como febre, dor intensa abdominal, sinais de infecção na vagina ou dor forte durante a relação sexual, o Ginecologista deve ser consultado imediatamente!
DEZ DICAS PARA PREVENIR PROBLEMAS
1) Realize higiene íntima adequada. Lave a parte externa 1 a 3x ao dia (a depender do clima local e da realização de atividade física)e NÃO realize duchas vaginais (lavagem interna).
2) Vista preferencialmente calcinha de algodão e experimente dormir sem calcinha.
3) Não use protetor diário (aqueles absorventes pequenos).
4) Evite o uso de lenços umedecidos ou papel higiênico com perfume.
5) Não tome antibióticos sem prescrição médica (alteram a flora vaginal natural).
6) Cuide do Diabetes de forma adequada (o excesso de açúcar pode proliferar fungos).
7) Mantenha-se descansada (o estresse diminui a imunidade).
8) Evite permanecer com biquíni molhado por muito tempo. A combinação “sol e água” é perfeita para o crescimento de fungos.
9) Evite usar calças apertadas, que não permitem “ventilação” da região. Dê preferência a vestidos.
10) Use camisinha! Sempre!
Deu dúvida? Não faça tratamentos por conta própria! Sempre consulte seu ginecologista.
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BIANCA VILELA é autora do livro “Respire”, palestrante, mestre em fisiologia do exercício pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e produtora de conteúdo. Desenvolve programas de saúde em grandes empresas por todo o país há quase 20 anos. Na Boa Forma fala sobre saúde no trabalho, produtividade e mudança de hábitos. Não deixe de visitar o Instagram: @biancavilelaoficial