
Eu costumo dizer que, o diálogo é o melhor lubrificante em uma relação. Mas você já parou para pensar por que é tão mais fácil ter uma vida sexual ativa do que conversar abertamente sobre sexo?
A psicoterapeuta belga Esther Perel diz: “é mais fácil fazer sexo do que falar sobre sexo”. Essa teoria tem uma raiz cultural onde o sexo ainda é um tabu, mesmo que a prática em si seja amplamente aceita.
E essa resistência ao diálogo pode afetar profundamente nossos relacionamentos e nossa percepção sobre prazer, desejo e intimidade.
A verdade é que falar sobre sexo exige vulnerabilidade e autoconhecimento, conversas sexuais são extremamente íntimas porque revelam quem somos e o que queremos.
Desde cedo, muitas mulheres são ensinadas a evitar o tema, seja por influência da família, da religião ou da sociedade. O que resulta em dificuldade em expressar desejos, insegurança para explorar o próprio corpo e até frustrações dentro da relação.
Mas esse problema vai além da comunicação: ele começa na falta de uma educação sexual completa e respeitosa. Durante anos, fomos ensinadas a temer o próprio corpo, a escondê-lo, a não compreendê-lo.
O prazer feminino foi historicamente colocado em segundo plano, reduzido à satisfação do outro, enquanto nossas próprias vontades foram negligenciadas.
Como resultado, muitas mulheres crescem sem conhecer sua anatomia ou sem sentir que têm direito ao prazer, e isso tem reflexos diretos na autoestima, na saúde emocional e na qualidade dos relacionamentos.
A saída para esse ciclo é o autoconhecimento. Nosso prazer nunca deveria ser uma concessão. Conhecer o próprio corpo, suas reações e vontades, permitir-se explorar a sexualidade sem culpa ou medo é resgatar um direito fundamental: o de sentir prazer por você mesma.
E esse processo não começa em um instante, ele é contínuo, feito de curiosidade, de experimentação e, acima de tudo, de autoaceitação.
Enquanto isso, a mídia nos bombardeia com imagens hiper sexualizadas, criando expectativas irreais sobre o que é uma vida sexual satisfatória. O problema disto é que pouco se fala sobre o que realmente importa: conexão, comunicação e bem-estar.
Segundo Perel, se quisermos fortalecer nossa autoestima e viver uma sexualidade plena, precisamos mudar essa mentalidade, lançando mão de conversas sinceras, com amigas, parceiros ou até consigo mesma. Porque entender e aceitar seu próprio desejo é o que garantirá autonomia e liberdade.
E, dentro de um relacionamento, esse autoconhecimento é o que torna o diálogo verdadeiro e profundo. Quando conhecemos nossas próprias vontades e limites, conseguimos expressá-los com mais clareza e segurança.
Isso não apenas melhora a conexão emocional com a parceria, mas também cria um espaço de troca, respeito e prazer mútuo.
Afinal, um relacionamento saudável não se constrói apenas na química, mas na abertura para que ambos possam crescer juntos, dentro e fora da intimidade.
E você, já percebeu como o autoconhecimento e a comunicação podem transformar suas relações?
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