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O que emagrece mais: dieta ou exercício?

Especialistas põem fim à batalha entre dieta e exercício físico. Descubra agora qual dos dois leva a melhor quando o que se busca é a perda de peso

Por Simone Ota (colaboradora)
Atualizado em 28 out 2016, 04h35 - Publicado em 23 abr 2013, 22h00

Se você não tem certeza se o negócio é malhar ou fechar a boca para afinar mais, siga a sua intuição. A sugestão tem respaldo científico: uma pesquisa da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, divulgada em janeiro, constatou que quem acredita que a briga com a balança está relacionada à comida vai se dar bem se adotar uma alimentação equilibrada. Já aquelas que desconfiam que o sedentarismo é o principal responsável pelo excesso de peso têm melhor resultado se pegar firme na malhação.

Os especialistas entrevistados nesta reportagem concordam com o estudo e afirmam que conhecer o próprio corpo é o primeiro passo para chegar mais rápido ao peso desejado. Porém, até mesmo os experts em atividade física reconhecem que, quando o assunto é agilizar o emagrecimento, a dieta leva vantagem. “A conta é simples: para se livrar de 1 quilo de gordura corporal é necessário queimar cerca de 7 mil calorias, o que só é conseguido entre 12 e 14 horas de treinamento intenso”, calcula o médico do esporte Jomar Souza, presidente da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte (SBMEE), de Salvador.

Em outras palavras, é mais fácil fechar a boca e não ingerir em fração de segundos as cerca de 400 calorias fornecidas por uma fatia fina de pavê de chocolate ou cinco biscoitos recheadas do que eliminá-las em 40 minutos de corrida, jump ou spinning. “É importante ressaltar que o gasto calórico numa atividade física nem sempre é o mesmo para todo mundo. Dependendo do exercício e do condicionamento físico, uma pessoa que está no peso ideal, por exemplo, pode eliminar até 700 calorias em uma hora enquanto uma obesa ou com sobrepeso pode chegar a 300, pois não consegue manter o ritmo ou executar os movimentos corretamente”, avisa o fisiologista do esporte Paulo Zogaib, do departamento de fisiologia do esporte da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

A afirmação é endossada por um levantamento feito pelo Centro Pennington de Pesquisa Biomédica, nos Estados Unidos, publicado em outubro de 2012 no jornal científico Obesity Reviews. Depois de analisar 15 trabalhos científicos que envolviam 657 pessoas, os pesquisadores descobriram: aquelas que não alteraram a dieta, mas correram ou caminharam de três a 64 semanas, apresentaram uma perda de peso inferior ao esperado, em torno de 2 a 3 quilos.

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Um mais um é mais que dois

Tudo bem que o placar é a favor da reeducação alimentar, mas os especialistas, inclusive os de nutrição, são unânimes em afirmar que combinar dieta e ginástica é a forma mais saudável de perder peso. A nutricionista Cinthia Azevedo de Souza, supervisora de nutrição da Casa de Saúde São José, no Rio de Janeiro, explica o porquê: “Enquanto a comida atende às necessidades energéticas e nutricionais do organismo, os exercícios ativam o metabolismo e favorecem a queima das calorias acumuladas em forma de gordura”. Isso sem contar os outros benefícios, como deixar as coxas e o bumbum mais firmes, diminuir os pneuzinhos e a celulite, regular os níveis de glicemia, colesterol, triglicérides e pressão arterial, aumentar o pique e a sensação de bem-estar – que, vamos combinar, é um ingrediente e tanto para que você continue motivada a seguir em frente no seu plano de emagrecimento.

Mas se você ainda não se convenceu de que a melhor saída é apostar na dupla alimentação e ginástica, vamos aos números: para perder 1 quilo por semana apenas com dieta é necessário cortar cerca de mil calorias por dia do cardápio. Agora, se a opção for malhar, vai ter que arranjar um modo de gastar mil calorias a mais por dia. Porém, se aliar as duas coisas, você tem direito a comer um pouco mais e suar um pouco menos. “Além disso, fazer uma reeducação alimentar em detrimento da atividade física ou vice-versa aumenta o risco do benefício ser temporário”, adianta o nutrólogo Ricardo Rosenfeld, chefe da equipe de terapia nutricional da Casa de Saúde São José, no Rio de Janeiro, e vice-presidente da Federação Latino-Americana de Metabolismo e Nutrição (Felanpe).
 

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