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Quer ter uma alimentação vegana gastando pouco? Siga estas dicas

Adotar uma dieta sem produtos de origem animal não é sinônimo de déficit na conta bancária. Saiba como aderir ao veganismo sem prejuízo

Por Luiza Monteiro
Atualizado em 17 fev 2020, 15h10 - Publicado em 14 ago 2017, 18h25

No início de agosto, o texto “Como é ser vegana e favelada” viralizou nas redes sociais – foram quase 400 compartilhamentos só no Facebook. Ele é de autoria da carioca Thallita Xavier, que publicou a reflexão em seu blog, SIM, SOU VEGANA E FEMINISTA PRETA!. Na visão dela, a ideia de que o veganismo é caro se confunde com o fato de ele ser elitista.

“Ser vegano tá longe de ser caro. Veganismo é uma ideologia ética e política na qual você faz o teu possível pra não causar nenhuma crueldade aos animais. Então, nós veganos, não comemos animais, não vestimos animais, não usamos produtos testados em animais e por aí vai. Mas desde quando vegetais são caros? Até onde eu sei, o kg da batata é bem mais barato que o kg da carne. Então, nas compras do mês, quem é vegetariano faz economia”

Em outro trecho, Thallita explica por que, na sua opinião, esse estilo de vida é elitista:

“O acesso à informação sobre diversas coisas do mundo vegano não chega na periferia. É elitista porque mesmo não sendo caro o custo da comida, os lugares cobram caro por ela. Porque é criado um conceito que vegetariano é coisa de rico, e pessoas ricas sentem prazer em pagar caro. Por isso, muitas vezes o vegetarianismo é associado à coisa de gente ‘fresca’, porque muito artista, por exemplo, é vegetariano pensando em saúde. E todos nós sabemos que cuidar da saúde é caro”.

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A nutricionista Alessandra Luglio, diretora do Departamento de Saúde e Nutrição da Sociedade Vegetariana Brasileira, divulgou o post de Thallita em sua página no Facebook. Segundo ela, é possível, sim, seguir uma dieta livre de ingredientes de origem animal sem gastar muito. “São os alimentos mais simples e baratos que existem. Não precisa comprar produtos veganos que estão no mercado e que são mais caros”, comenta.

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Se você está pensando em excluir do cardápio carnes, leite, queijos, ovos e mel, por exemplo, mas tem medo de aumentar seus gastos, não desista dessa ideia. O processo de se tornar vegana (pelo menos na alimentação) não é fácil – requer alterações profundas de mentalidade, organização e até de paladar. Mas, quando incorporadas, essas mudanças prometem fazer você economizar. Sério!

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A seguir, confira dicas práticas de Alessandra Luglio e da chef Luna Passeri, professora de gastronomia do Namu Cursos, para adotar o veganismo sem ter que se preocupar com sua conta bancária:

1. Tenha certeza de que você quer ser vegana

Uma vez que você se propõe a seguir uma dieta diferente, precisa se informar muito sobre ela e estar aberta a modificar seus hábitos alimentares. “É importante entender que a estrela principal do prato serão os legumes, e não mais a proteína animal”, observa Luna.

2.  Aprenda a cozinhar

Se você é do time que diz não saber cozinhar, hora de virar a casaca. Exatamente porque as opções de restaurantes e produtos prontos ainda são poucas (e, por isso, custam muito), é fundamental adquirir habilidades culinárias. “O queijo vegano, por exemplo é supercaro. E, com pouco dinheiro, dá para comprar os ingredientes e fazer um monte em casa”, destaca a chef.

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3. Aposte nos alimentos certos

Salada de grão-de-bico
(Alex Silva/BOA FORMA)

Seu menu básico do dia a dia é o combo arroz, feijão, carne e salada? Saiba que, para dar certo no veganismo, é muito importante variar o cardápio. E, para isso, não é preciso gastar muito – só incluir no menu alimentos diferentes. Entre os ingredientes que não podem faltar estão as leguminosas, que vão muito além do feijão. “Tem que ter, todos os dias, uma quantidade razoável. Pode ser lentilha, ervilha, grão-de-bico…”, exemplifica Luna. Esse grupo alimentar é fonte de nutrientes como proteína, ferro e cálcio.

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Verduras verde-escuras – caso de couve, escarola, espinafre – também precisam marcar mais presença no seu prato. “Elas têm um aporte significativo de cálcio e ferro”, diz a nutricionista Alessandra Luglio.

As sementes (de linhaça, girassol, gergelim…) são versáteis e fontes baratas de gorduras boas. “É muito mais acessível consumir ômega-3 pela linhaça do que pelo peixe”, pontua Alessandra.

Comer grande variedade de frutas e legumes também é fundamental. Para economizar, vale ficar de olho na época em que eles estão melhores para o consumo. Nesses períodos, a tendência é que os preços diminuam.

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4. Conheça os locais com os melhores preços

Nem sempre a feira ou o supermercado ao lado da sua casa são ideais para comprar seus alimentos. Informe-se sobre os lugares que oferecem bons preços e até se há um dia na semana em que determinados alimentos estejam em promoção. Em São Paulo, por exemplo, a Zona Cerealista é ótima para adquirir castanhas e cereais por preços bem mais amigos.

5. Use a criatividade

“Ninguém consegue sustentar uma dieta vegana sem graça por muito tempo”, garante Luna Passeri. Daí porque é interessante pensar em preparações que não sejam só nutricionalmente completas mas apetitosas também. “Uma feijoada de legumes, por exemplo, é um prato legal e barato”, sugere a professora do Namu Cursos.

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6. Planeje-se

Por haver menos opções de alimentos prontos e lugares onde comer, planejamento é tudo na vida de uma vegana. “Pegue um dia para fazer a marmita da semana toda”, propõe Luna. “Se vai comer na rua, pesquisa opções boas de restaurantes. Caso contrário, você fica muito solta e sempre vai acabar comendo arroz, feijão, alface e macarrão”, diz.

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