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Como cuidar do seu corpo após um aborto espontâneo

Um aborto espontâneo é um trauma que exige atenção e cuidado. Veja como se recuperar dessa situação clicando aqui

Por Marcela De Mingo
Atualizado em 21 out 2024, 16h44 - Publicado em 20 abr 2023, 08h00
aborto espontâneo
 (Sora Shimazaki / Pexels/Divulgação)
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Sofrer um aborto espontâneo nunca é simples – e essa pode ser uma experiência traumática em muitos níveis para uma mulher. Por isso, cuidar para uma recuperação sem complicações é essencial para garantir uma maternidade tranquila no futuro. Vamos entender melhor como isso é possível? 

POR QUE ABORTOS ESPONTÂNEOS ACONTECEM? 

É importante saber que os abortos espontâneos são mais frequentes do que se imagina. Em média, de 15 a 20% das gestações terminam antes do esperado e por causas naturais – e isso, claro, considerando as gestações diagnosticadas, ou seja, aquelas que foram detectadas por exames médicos. 

“Na maioria das vezes, o aborto espontâneo acontece por problemas daquele embriãozinho. Não é que seja um problema genético da mãe, do pai… É uma malformação ovular”, explica o Dr. Ricardo Porto Tedesco, membro da Comissão Nacional Especializada em Assistência ao Abortamento, Parto e Puerpério da FEBRASGO. 

Segundo o médico, essas alterações cromossômicas – a mais comum é a trissomia do cromossomo 16 – são as principais responsáveis por abortos que acontecem ainda no primeiro trimestre da gestação. 

Porém, é claro que essas não são as únicas causas: infecções virais, como por citomegalovírus e herpes, ou por covid-19, mais recentemente, também se mostraram causas de abortos espontâneos. Existem também as causas anatômicas, hormonais e imunológicas, que também podem estar associadas a essas perdas. 

Geralmente, quando tem essas outras causas, especialmente as imunológicas, o abortamento é de repetição”, esclarece o médico. “Ele acontece seguidas vezes, uma, duas, três vezes… É diferente do aborto espontâneo, que acontece eventualmente.”

CONSEQUÊNCIAS DO ABORTO PARA A MULHER

Mais do que consequências físicas, um aborto gera consequências emocionais profundas, principalmente se a gestação foi planejada. Para o médico, o casal passa por um período de perda e a mulher enfrenta o luto de perder um bebê. É um período de angústia, medo e frustração que, se não forem tratados, podem ser levados para as gestações seguintes. 

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Do ponto de vista físico, é possível acontecerem algumas complicações: as hemorragias e as infecções são as mais comuns. Porém, no geral, a mulher costuma passar por um quadro de cólica e de sangramento quando sofre um aborto espontâneo e, do ponto de vista físico, sai dessa experiência com a saúde intacta. 

“No geral, é um evento que não traz grandes prejuízos para a saúde da mulher, a não ser nos casos em que existam complicações – e geralmente esses casos estão mais relacionados a manipulação, ao aborto provocado, com risco de perfuração uterina e hemorragia”, diz. 

Em casos extremos, a cirurgia de retirada do útero pode ser indicada, principalmente se há perfuração do órgão. Mulheres que precisam passar por uma curetagem também podem sofrer com uma complicação específica, em que as paredes vaginais “grudam”, comprometendo o seu futuro reprodutivo. Por isso, contar com o acompanhamento de um médico especializado é essencial para evitar problemas futuros.

Caso não existam complicações, dois fatores vão determinar quanto tempo a mulher precisa esperar para engravidar de novo: a idade e o tempo de gestação. Para uma mulher na casa dos 40 anos que perdeu um bebê ainda no primeiro trimestre, o tempo de espera pode ser de apenas 3 meses, já que a idade da mãe têm um risco maior de impossibilitar a gravidez do que o aborto espontâneo, em si. Tudo vai depender, claro, da avaliação médica. 

3 DICAS PARA CUIDAR DO CORPO APÓS UM ABORTO ESPONTÂNEO

Com tudo isso em mente, o mais importante é dar tempo ao tempo e oferecer ao seu corpo o que ele precisa para se recuperar desse baque. Se a ideia é, de fato, maternar, superar uma situação como essa é importante para garantir o sucesso no futuro. Por isso, fique atenta a essas 3 dicas: 

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1

Faça acompanhamento psicológico

 

Por mais que cuidar da mente não pareça o mesmo que cuidar do corpo, as duas coisas estão conectadas. Uma mente saudável garante um corpo saudável e vice-versa. Cuidar do emocional pós-aborto é essencial para trabalhar a sensação de luto, frustração e medo e garantir que ela não seja carregada para a próxima gravidez, gerando estresse e ansiedade na mãe e no feto. 

2

Descanse

 

O corpo que passa por um trauma, mesmo que não tenha mais complicações, precisa de descanso e cuidado. Por isso, é importante dar a ele o tempo para se recuperar e restaurar todas as funções antes de tentar engravidar novamente – isso é essencial principalmente se a gravidez tiver sido mais longa, com mais de 4 meses, por exemplo. 

3

Busque manter uma rotina saudável

 

Manter uma rotina de exercícios físicos é importante para o corpo e a mente, assim como comer bem. Em um momento como esse, nutrir o seu corpo com os alimentos saudáveis e que colaboram para uma rápida recuperação pode fazer toda diferença. 

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