Como os dias frios do inverno podem afetar os hormônios?

Exposição à luz solar e aumento da temperatura influenciam na produção de hormônios, explica a especialista

Por Maraísa Bueno
5 jul 2025, 10h00
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O funcionamento do corpo muda com as temperaturas mais baixas e, com isso, os hormônios são afetados (./Pexels)
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O inverno não muda apenas a temperatura, mas o funcionamento do corpo humano também. A redução da luz solar e o aumento das horas em ambientes fechados são algumas das causas dessas alterações.

 

 

E tudo isso afeta diretamente a produção hormonal, influenciando o humor, o apetite, o sono e até o metabolismo. Segundo a especialista em endocrinologia, metabologia e neurociências, Dra. Jacy Maria Alves, o clima frio é um gatilho de algumas mudanças.

“O inverno desencadeia respostas biológicas importantes, e o principal gatilho dessas mudanças é a menor exposição à luz natural, que afeta o ciclo circadiano e a liberação de diversos hormônios essenciais para o equilíbrio do organismo”.

E completa: “o corpo precisa se adaptar constantemente, e isso exige ajustes metabólicos que envolvem hormônios como cortisol, tireoidianos e até melatonina. Essas mudanças podem influenciar o sono, o humor, o apetite e a disposição”.

Evidências demonstram que, no inverno, ocorre uma diminuição significativa de serotonina no cérebro, correlacionando-se com a menor duração da luz solar diária; quanto maior a luminosidade, maior a produção cerebral de serotonina.

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Quais hormônios ficam em alerta?

Um dos hormônios mais afetados é a melatonina, substância responsável pela regulação do sono. Em dias mais curtos e com menos luminosidade, a produção de melatonina tende a aumentar, o que pode gerar maior sonolência e uma sensação prolongada de cansaço.

Outro hormônio que sofre influência do clima frio é a serotonina, conhecido como o “hormônio do bem-estar”. A baixa exposição ao sol reduz a síntese natural desse neurotransmissor, podendo provocar variações de humor, maior irritabilidade e até quadros de depressão sazonal, conhecidos como SAD (Seasonal Affective Disorder).

“Além disso, o frio também pode aumentar os níveis de cortisol, principalmente em pessoas que têm dificuldade para se adaptar ao ritmo mais lento da estação ou sentem-se mais ansiosas em ambientes fechados”, explica Dra. Jacy Alves.

A exposição ao frio, especialmente em situações agudas ou prolongadas, eleva os níveis de cortisol, noradrenalina e adrenalina, desencadeando respostas como taquicardia, vasoconstrição e aumento do metabolismo.

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Em humanos e animais, o frio crônico pode afetar regiões cerebrais ligadas ao humor, aumentando marcadores inflamatórios e sintomas ansioso-depressivos. Indivíduos mais sensíveis ao inverno podem apresentar maior ativação do eixo HPA, com impactos no sono e no bem-estar. Fatores como isolamento e alterações do ritmo circadiano potencializam esses efeitos.

Efeitos metabólicos e alimentares

A endocrinologista também destaca que o inverno interfere no metabolismo e no apetite, principalmente pelas mudanças na rotina que ele causa. “O corpo tende a gastar mais energia para manter a temperatura corporal, e isso pode estimular a vontade de comer mais, principalmente alimentos calóricos e ricos em carboidratos. Essa resposta é natural, mas precisa ser controlada para evitar ganho de peso e desequilíbrios metabólicos”, explica Dra. Jacy.

Como manter o equilíbrio hormonal no frio

Apesar das influências do clima, é possível amenizar os efeitos do inverno com cuidados simples, como manter uma boa rotina de sono, praticar atividade física regular, buscar a luz solar sempre que possível e manter uma alimentação rica em triptofano, presente em alimentos como banana, ovos, leite e castanhas, que auxilia na produção de serotonina.

“Mais do que outra coisa, o inverno é um convite ao autocuidado e entender o impacto do clima no seu corpo é uma forma inteligente de preservar a saúde física e emocional ao longo da estação, tudo é cíclico e entender isso é importante”, conclui a Dra. Jacy Alves.

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