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Síndrome de Tourette: entenda a doença que afeta Cara de Sapato, do BBB 23

O lutador revelou que recebeu o diagnóstico aos sete anos de idade

Por Juliany Rodrigues
Atualizado em 2 fev 2023, 16h34 - Publicado em 2 fev 2023, 16h33

Confinado no Big Brother Brasil 2023, da TV Globo, Antônio Carlos Júnior, conhecido como Cara de Sapato, contou a outros participantes do reality show que foi diagnosticado com a Síndrome de Tourette na infância. O lutador desabafou sobre o assunto durante uma conversa com Marvvila e Gabriel Santana na cozinha do programa.

“Comecei a ter tique nervoso e tal, a Síndrome de Tourette, com sete anos de idade. Ou seja, desde muito cedo. Coisas que eu vejo hoje de inseguranças e medo e tudo isso na minha vida, hoje como adulto, eu enxergo que vieram da minha infância”, revelou ele.

Ainda durante o bate-papo, Cara de Sapato fez questão de enfatizar a importância da terapia. “Hoje eu tenho um pouco de entendimento disso pela vivência que eu tive nas terapias, porque eu faço terapia desde moleque, desde moleque eu tenho tique. Eu era muito hiperativo”.

O QUE É A SÍNDROME DE TOURETTE?

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Caracterizada por tiques motores ou vocais, a Síndrome de Tourette é uma condição neurológica que afeta, principalmente, os homens, mas também pode acometer as mulheres.

“Geralmente, a Síndrome de Tourette surge na infância e os homens são mais propensos do que as mulheres a desenvolver. Muitas vezes, é acompanhada por TDAH, transtorno obsessivo compulsivo e uma série de outros transtornos de comportamento, aprendizado e humor”, explica a Dra. Amanda Medeiros Dias, médica integrativa da Clínica Gravital.

A causa dessa condição que faz parte da vida de Cara de Sapato ainda é desconhecida, porém tende a ter questões genéticas envolvidas. Além disso, a médica psiquiatra Dra. Jéssica Martani, especialista em comportamento humano e saúde mental, informa que já existem relatos de pessoas que foram diagnosticadas com essa síndrome após sofrerem traumatismo craniano.

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“É importante ter atenção aos sinais que normalmente são os tiques motores, que podem ser variados como piscar, franzir a testa balançar a cabeça”, alerta a psiquiatra.

“Os tiques devem ocorrer em salvas (diversas vezes por dia), quase todos os dias ou intermitentemente por um período de pelo menos três meses consecutivos”, acrescenta a Dra. Amanda.

QUAIS SÃO OS SINTOMAS?

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Na maior parte dos casos, ocorrem os tiques motores, que são os primeiros sintomas a surgir. Segundo a Dra. Jéssica Martani, eles podem ser variados como piscar, franzir a testa, balançar a cabeça e, geralmente, acontecem entre os quatro e seis anos de idade.

Também podem aparecer os tiques vocais, que envolvem atos como cuspir, gemer, soluçar, limpar a garganta e falar palavras inadequadas. “Todos podem ser repetitivos e difíceis de controlar”, revela a psiquiatra.

Outros sintomas também podem se manifestar, por exemplo, agressão, comportamento compulsivo, hiperatividade, repetição de palavras sem sentido, movimentos involuntários, ansiedade, raiva, apreensão, dificuldade de aprendizagem, tremores nas pálpebras, entre outros, de acordo com a médica integrativa.

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“Os principais problemas são a dificuldade na socialização da criança, que podem ocasionar em diversos problemas inclusiva abalos na autoestima, propiciando outros transtornos mentais como ansiedade e depressão e prejuízos na vida adulta que podem acometer até a vida profissional”, alerta a Dra. Jéssica.

COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO?

Para diagnosticar a síndrome, é fundamental contar com um médico, em geral psiquiatra, que consegue avaliar e diferenciar as manifestações do Tourette de outras doenças que prejudicam o sistema nervoso.

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“O diagnóstico é feito pelo médico especialista, mas vale atenção aos sintomas que podem aparecer com uma frequência diária, em pelo menos um ano. Os exames de imagem e a avaliação médica são essenciais para descartar outras condições”, esclarece a Dra. Jéssica.

TEM CURA?

Apesar de não ter cura, a Síndrome de Tourette pode ser controlada. A Dra. Jéssica Martani aponta que o tratamento deve ser feito com um médico neurologista e, muitas vezes, com a ajuda de um psiquiatra e psicólogo.

“Medicamentos antipsicóticos têm se mostrado úteis na redução da intensidade dos tiques, quando sua repetição se reverte em prejuízo para a autoestima e aceitação social. Em alguns casos de tiques bem localizados, podem ser utilizadas aplicações locais de toxina botulínica. Atividades como meditação e ioga podem ser interessantes para aliviar o estresse. De maneira geral, os esportes podem ajudar tanto por promoverem o relaxamento quanto por sua prática demandar atenção”, conclui a Dra. Amanda Medeiros Dias.

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